42º Capitulo - Addicted
Observei o parque cheio de crianças correndo e pessoas sentadas em toalhas entendidas na grama. O dia estava perfeito, o sol estava brilhando e o vento soprava levemente, incapaz de bagunçar meus cabelos.
A mão de Arthur segurava firmemente a minha, enquanto ele carregava Diego com o outro braço. A cesta em minha mão já estava começando a me incomodar. Olhei ao redor procurando um lugar legal para nos sentarmos.
'Acho que ali tá bom.' Apontei para um local iluminado, perto de uma árvore e de sua sombra. Diego e Arthur me olharam sorrindo.
'Vai pro chão agora que você tá ficando pesado.' Arthur riu botando o filho no chão. 'Ah, nada como um dia de sol!' Ele comentou olhando ao redor.
'Ainda prefiro meu maravilhoso inverno, mas até que eu to gostando desse dia assim.' Peguei a toalha azul escura e a estendi na grama. 'Diego, não vai muito longe, meu amor.' O observei balançar a cabeça concordando enquanto se aproximava de um grupo de crianças que estavam por perto.
'To com fome.' Arthur reclamou sentando na toalha e esticando as pernas. 'Tem o que pra comer?' Ele começou a mexer na cesta enquanto eu me sentava ao seu lado.
'Céus, você é magro de ruim, Arthur Aguiar!' Balancei a cabeça.
'Eu não sou magro!' Ele fez uma cara indignada e quando eu ia concordar ele me interrompeu. 'Eu sou gostoso. Toda a comida que entra se transforma em gostosura.' Ele passou a mão pelo peito fazendo uma cara convencida.
'Você é ridículo, Arthur.' Dei risada.
'Mãe, posso brincar ali?' Diego apontou para o mesmo grupo de crianças, mas que agora estavam se afastando. Uma mulher que aparentava uns 30 anos sorriu e acenou.
'Tudo bem, eu to de olho neles.' Ela apontou as crianças e eu concordei.
'Vai lá, meu amor.' Sorri pra Diego e ele me deu um beijo na bochecha, correndo para alcançar o grupo.
Observei Arthur tirar o violão da capa e pegar um caderno que ele sempre anotava alguns trechos de musica. Ele apoiou o violão no colo e começou a ler algumas frases soltas de uma folha do caderno. Sorri comigo mesma e peguei o livro que tinha começado a ler no dia anterior. Romance em um dia ensolarado ouvindo seu namorado dedilhar musicas no violão é uma combinação perfeita.
'Sabe o que eu tava pensando?' Arthur falou depois de um tempo. Desviei minha atenção do livro e o olhei balançando a cabeça em negação. 'Quando eu ficar famoso, a gente pode mudar pra Austrália.' Ele sorriu fofo me fazendo rir.
'Arthur, eu sou feliz morando em Londres.' Ele deu de ombros.
'Eu também sou, mas a gente podia ser feliz na Austrália também.' Ele olhou para o caderno e rabiscou alguma coisa. 'Muita praia, calor, eu posso aprender a surfar!' Ele me olhou novamente.
'Quando vocês ficarem famosos, provavelmente vai ser aqui na Inglaterra, Arthur. Vocês não podem ter um sucesso mundial instantâneo. Ou seja, seus fãs vão estar aqui.' Arqueei a sobrancelha e ele torceu levemente a boca.
'Você é muito pé no chão, Lu. Acabou com a minha diversão.' Ele se fingiu de ofendido e voltou a dedilhar qualquer coisa no violão.
'Arthur.' Peguei em seu braço e ele me olhou. 'Você sabe que eu acredito em vocês, né? Eu tenho certeza que no momento em que vocês lançarem o primeiro cd, já vão ser um sucesso. Vocês têm talento, e merecem isso.' Ele abriu um pequeno sorriso. 'Eu não dou mais do que cinco anos pra vocês começarem a serem conhecidos pelo mundo inteiro, e aí você vai fazer sucesso na Austrália e comprar uma casa na praia, vai aprender a surfar e ganhar um bronzeado da cor do pecado.' Rimos.
'E você vai tá do meu lado?' Ele perguntou sorrindo.
'Se você quiser... sempre.' Sorri sincera.
'Então eu quero.' Ele aproximou o rosto do meu me dando um selinho demorado e depois beijou a ponta do meu nariz e minha testa.
'Aw, você tá tão cheiroso.' Falei o puxando pela gola da camisa quando ele ia se afastar. Ele riu enquanto eu cheirava seu pescoço me intoxicando.
'Lu, eu vou cair por cima de você.' Ele falou rindo tentando se equilibrar ainda com o violão no colo.
'Chato.' Soltei sua camisa fazendo uma cara emburrada e peguei o livro novamente.
'Mimada.' Ele bateu no livro fraco, mas fazendo-o cair da minha mão e riu vendo minha cara mal humorada.
'Agora vai ter que comprar sorvete pra se redimir.' Falei apontando um senhor que passava vendendo sorvete.
'Lu, tem uma cesta de comida aí.' Arthur apontou a cesta do meu lado e eu dei de ombros. 'Mimada e chata!' Ele deu língua como uma criança e eu ri vendo-o se levantar e ir até o senhor que estava rodeado de crianças. Vi Diego correr e abraçar a perna do pai rindo e apontar para os sorvetes.
Minutos depois os dois voltaram, Diego segurando um sorvete que parecia ser de chocolate e se lambuzando todo, enquanto Arthur ria com meu sorvete na mão.
'Flocos, seu preferido.' Ele sorriu estendendo o sorvete pra mim e eu sorri boba. O que mais eu podia fazer? 'Diego, vem aqui.' Ele botou o filho no colo e eu lhe entreguei um pano para que ele limpasse o rosto de Diego que estava todo marrom por causa do sorvete.
Arthur pegou a pequena colher e começou a dar o sorvete na boca do filho, caso contrário até a roupa ele conseguiria sujar.
'Posso voltar pra lá?' Diego perguntou quando o sorvete acabou e apontou para o grupo de crianças que ele estava brincando antes do senhor com sorvete aparecer. Arthur balançou a cabeça concordando e sorriu enquanto Diego corria de volta e se sentava do lado de uma garotinha loira que sorriu pra ele.
'Ih, essa ele já conquistou!' Arthur riu se virando pra mim.
'Lógico, olha lá, ele é o mais lindo dali.' Sorri orgulhosa.
'Meus genes são maravilhosos.' Ele riu convencido e eu fiz careta lhe dando um tapinha fraco no braço. 'Vem aqui, babona. Depois fala do Diego!' Ele sorriu passando o polegar pelo canto da minha boca que provavelmente estava sujo de sorvete. Eu sorri em agradecimento.
'Minha língua tá ardendo, tomei o sorvete muito rápido.' Falei entortando a boca.
'Fresca!' Ele me deu um selinho.
'Fresca porque não é a sua.' Falei ainda com os lábios grudados nos dele.
Arthur prendeu meu lábio inferior entre seus dentes e o puxou levemente me fazendo deixar escapar um gemido baixo. Senti sua língua quente encontrar a minha que estava gelada por causa do sorvete e sorri levando uma de minhas mãos até sua nuca, entrelaçando seus cabelos em meus dedos. Uma de suas mãos estava apoiada na grama, enquanto a outra acariciava minha nuca.
Quando eu ia parti o beijo, Arthur novamente prendeu meu lábio inferior em seus dentes. Eu sorri deixando que ele controlasse a situação, e ele percebeu isso já que começou a me dar pequenos beijos provocantes e mal intencionados.
'Arthur.' Falei rindo, sem a mínima vontade de me afastar dele, mas as risadas altas de algumas crianças me puxaram de volta pra realidade. 'Pára com isso.' Sorri sem nem me mexer. Eu gostava das provocações de Arthur, no final quem se enfiava num momento constrangedor era ele mesmo.
'Você não quer que eu pare.' Ele se afastou um pouco arqueando a sobrancelha e eu ri.
'Como você sabe se eu quero ou não?'
'Se quisesse já teria me afastado e pronto, no entanto você tá aí sem se mexer.' Ele sorriu confiante.
'Argh, querer eu não quero mesmo.' Dei de ombros ficando um pouco sem graça. Olhei para o grupo de crianças em que Diego estava e sorri vendo-o brincar. 'Mas a gente tá num local publico e cheio de crianças e velhinhos.' Foi a vez de Arthur dar de ombros.
'Você se prende muito aos detalhes, Lu.' Ele sorriu ainda com o rosto perto do meu.
'Não são detalhes. Eu apenas acho isso uma coisa muito intima pra ficar fazendo assim publicamente.' Ele arqueou novamente a sobrancelha.
'Intima? A gente nem tava fazendo nada demais!' Reclamou.
'Eu to falando do beijo, Arthur. Não de qualquer outra coisa.' Ri. 'Acho feio um casal ficar se beijando publicamente.' Suspirei o encarando e ele sorriu.
'Acha mesmo?' Ele me deu um selinho rápido.
'Não assim, assim é bonitinho.' Sorrimos.
'Então tá.' Ele me deu outro selinho, e depois mais outro, e mais outro, até eu começar a rir descontroladamente o fazendo rir também.
As horas se passaram rapidamente enquanto estávamos no parque. Diego já tinha ficado famoso entre as mães que estavam por ali, por ser extrovertido e falar tanto e já havia até se machucado enquanto corria brincando. Estávamos os três sentados, eu estava lendo meu livro, enquanto Diego estava no colo de Arthur que tinha o livro O Pequeno Príncipe nas mãos e lia lentamente para que Diego entendesse.
"A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
Observei Diego sorrir pra Arthur, que retribuiu o gesto. Botei o livro que estava lendo no colo e fiquei em silêncio observando os dois. Constantemente Diego apontava para os desenhos nas páginas do livro e fazia alguns comentários, arrancando risadas do pai.
'Mãe, você me chama de príncipe, porque eu sou que nem o pequeno príncipe?' Diego me olhou fazendo uma cara inocente e eu sorri.
'Não, meu amor. Eu te chamo de príncipe porque você é um príncipe!'
'E você é uma princesa?' Ele sorriu. Quando eu abri a boca pra responder, Arthur me interrompeu.
'Claro que é!' Ele sorriu pra mim e depois piscou pra Diego.
Balancei a cabeça sorrindo e voltei a ler meu livro.
Passamos o resto do dia, entre risos e brincadeiras bobas. Pela primeira vez, em muito tempo eu lembrei exatamente o significado de família.
A mão de Arthur segurava firmemente a minha, enquanto ele carregava Diego com o outro braço. A cesta em minha mão já estava começando a me incomodar. Olhei ao redor procurando um lugar legal para nos sentarmos.
'Acho que ali tá bom.' Apontei para um local iluminado, perto de uma árvore e de sua sombra. Diego e Arthur me olharam sorrindo.
'Vai pro chão agora que você tá ficando pesado.' Arthur riu botando o filho no chão. 'Ah, nada como um dia de sol!' Ele comentou olhando ao redor.
'Ainda prefiro meu maravilhoso inverno, mas até que eu to gostando desse dia assim.' Peguei a toalha azul escura e a estendi na grama. 'Diego, não vai muito longe, meu amor.' O observei balançar a cabeça concordando enquanto se aproximava de um grupo de crianças que estavam por perto.
'To com fome.' Arthur reclamou sentando na toalha e esticando as pernas. 'Tem o que pra comer?' Ele começou a mexer na cesta enquanto eu me sentava ao seu lado.
'Céus, você é magro de ruim, Arthur Aguiar!' Balancei a cabeça.
'Eu não sou magro!' Ele fez uma cara indignada e quando eu ia concordar ele me interrompeu. 'Eu sou gostoso. Toda a comida que entra se transforma em gostosura.' Ele passou a mão pelo peito fazendo uma cara convencida.
'Você é ridículo, Arthur.' Dei risada.
'Mãe, posso brincar ali?' Diego apontou para o mesmo grupo de crianças, mas que agora estavam se afastando. Uma mulher que aparentava uns 30 anos sorriu e acenou.
'Tudo bem, eu to de olho neles.' Ela apontou as crianças e eu concordei.
'Vai lá, meu amor.' Sorri pra Diego e ele me deu um beijo na bochecha, correndo para alcançar o grupo.
Observei Arthur tirar o violão da capa e pegar um caderno que ele sempre anotava alguns trechos de musica. Ele apoiou o violão no colo e começou a ler algumas frases soltas de uma folha do caderno. Sorri comigo mesma e peguei o livro que tinha começado a ler no dia anterior. Romance em um dia ensolarado ouvindo seu namorado dedilhar musicas no violão é uma combinação perfeita.
'Sabe o que eu tava pensando?' Arthur falou depois de um tempo. Desviei minha atenção do livro e o olhei balançando a cabeça em negação. 'Quando eu ficar famoso, a gente pode mudar pra Austrália.' Ele sorriu fofo me fazendo rir.
'Arthur, eu sou feliz morando em Londres.' Ele deu de ombros.
'Eu também sou, mas a gente podia ser feliz na Austrália também.' Ele olhou para o caderno e rabiscou alguma coisa. 'Muita praia, calor, eu posso aprender a surfar!' Ele me olhou novamente.
'Quando vocês ficarem famosos, provavelmente vai ser aqui na Inglaterra, Arthur. Vocês não podem ter um sucesso mundial instantâneo. Ou seja, seus fãs vão estar aqui.' Arqueei a sobrancelha e ele torceu levemente a boca.
'Você é muito pé no chão, Lu. Acabou com a minha diversão.' Ele se fingiu de ofendido e voltou a dedilhar qualquer coisa no violão.
'Arthur.' Peguei em seu braço e ele me olhou. 'Você sabe que eu acredito em vocês, né? Eu tenho certeza que no momento em que vocês lançarem o primeiro cd, já vão ser um sucesso. Vocês têm talento, e merecem isso.' Ele abriu um pequeno sorriso. 'Eu não dou mais do que cinco anos pra vocês começarem a serem conhecidos pelo mundo inteiro, e aí você vai fazer sucesso na Austrália e comprar uma casa na praia, vai aprender a surfar e ganhar um bronzeado da cor do pecado.' Rimos.
'E você vai tá do meu lado?' Ele perguntou sorrindo.
'Se você quiser... sempre.' Sorri sincera.
'Então eu quero.' Ele aproximou o rosto do meu me dando um selinho demorado e depois beijou a ponta do meu nariz e minha testa.
'Aw, você tá tão cheiroso.' Falei o puxando pela gola da camisa quando ele ia se afastar. Ele riu enquanto eu cheirava seu pescoço me intoxicando.
'Lu, eu vou cair por cima de você.' Ele falou rindo tentando se equilibrar ainda com o violão no colo.
'Chato.' Soltei sua camisa fazendo uma cara emburrada e peguei o livro novamente.
'Mimada.' Ele bateu no livro fraco, mas fazendo-o cair da minha mão e riu vendo minha cara mal humorada.
'Agora vai ter que comprar sorvete pra se redimir.' Falei apontando um senhor que passava vendendo sorvete.
'Lu, tem uma cesta de comida aí.' Arthur apontou a cesta do meu lado e eu dei de ombros. 'Mimada e chata!' Ele deu língua como uma criança e eu ri vendo-o se levantar e ir até o senhor que estava rodeado de crianças. Vi Diego correr e abraçar a perna do pai rindo e apontar para os sorvetes.
Minutos depois os dois voltaram, Diego segurando um sorvete que parecia ser de chocolate e se lambuzando todo, enquanto Arthur ria com meu sorvete na mão.
'Flocos, seu preferido.' Ele sorriu estendendo o sorvete pra mim e eu sorri boba. O que mais eu podia fazer? 'Diego, vem aqui.' Ele botou o filho no colo e eu lhe entreguei um pano para que ele limpasse o rosto de Diego que estava todo marrom por causa do sorvete.
Arthur pegou a pequena colher e começou a dar o sorvete na boca do filho, caso contrário até a roupa ele conseguiria sujar.
'Posso voltar pra lá?' Diego perguntou quando o sorvete acabou e apontou para o grupo de crianças que ele estava brincando antes do senhor com sorvete aparecer. Arthur balançou a cabeça concordando e sorriu enquanto Diego corria de volta e se sentava do lado de uma garotinha loira que sorriu pra ele.
'Ih, essa ele já conquistou!' Arthur riu se virando pra mim.
'Lógico, olha lá, ele é o mais lindo dali.' Sorri orgulhosa.
'Meus genes são maravilhosos.' Ele riu convencido e eu fiz careta lhe dando um tapinha fraco no braço. 'Vem aqui, babona. Depois fala do Diego!' Ele sorriu passando o polegar pelo canto da minha boca que provavelmente estava sujo de sorvete. Eu sorri em agradecimento.
'Minha língua tá ardendo, tomei o sorvete muito rápido.' Falei entortando a boca.
'Fresca!' Ele me deu um selinho.
'Fresca porque não é a sua.' Falei ainda com os lábios grudados nos dele.
Arthur prendeu meu lábio inferior entre seus dentes e o puxou levemente me fazendo deixar escapar um gemido baixo. Senti sua língua quente encontrar a minha que estava gelada por causa do sorvete e sorri levando uma de minhas mãos até sua nuca, entrelaçando seus cabelos em meus dedos. Uma de suas mãos estava apoiada na grama, enquanto a outra acariciava minha nuca.
Quando eu ia parti o beijo, Arthur novamente prendeu meu lábio inferior em seus dentes. Eu sorri deixando que ele controlasse a situação, e ele percebeu isso já que começou a me dar pequenos beijos provocantes e mal intencionados.
'Arthur.' Falei rindo, sem a mínima vontade de me afastar dele, mas as risadas altas de algumas crianças me puxaram de volta pra realidade. 'Pára com isso.' Sorri sem nem me mexer. Eu gostava das provocações de Arthur, no final quem se enfiava num momento constrangedor era ele mesmo.
'Você não quer que eu pare.' Ele se afastou um pouco arqueando a sobrancelha e eu ri.
'Como você sabe se eu quero ou não?'
'Se quisesse já teria me afastado e pronto, no entanto você tá aí sem se mexer.' Ele sorriu confiante.
'Argh, querer eu não quero mesmo.' Dei de ombros ficando um pouco sem graça. Olhei para o grupo de crianças em que Diego estava e sorri vendo-o brincar. 'Mas a gente tá num local publico e cheio de crianças e velhinhos.' Foi a vez de Arthur dar de ombros.
'Você se prende muito aos detalhes, Lu.' Ele sorriu ainda com o rosto perto do meu.
'Não são detalhes. Eu apenas acho isso uma coisa muito intima pra ficar fazendo assim publicamente.' Ele arqueou novamente a sobrancelha.
'Intima? A gente nem tava fazendo nada demais!' Reclamou.
'Eu to falando do beijo, Arthur. Não de qualquer outra coisa.' Ri. 'Acho feio um casal ficar se beijando publicamente.' Suspirei o encarando e ele sorriu.
'Acha mesmo?' Ele me deu um selinho rápido.
'Não assim, assim é bonitinho.' Sorrimos.
'Então tá.' Ele me deu outro selinho, e depois mais outro, e mais outro, até eu começar a rir descontroladamente o fazendo rir também.
As horas se passaram rapidamente enquanto estávamos no parque. Diego já tinha ficado famoso entre as mães que estavam por ali, por ser extrovertido e falar tanto e já havia até se machucado enquanto corria brincando. Estávamos os três sentados, eu estava lendo meu livro, enquanto Diego estava no colo de Arthur que tinha o livro O Pequeno Príncipe nas mãos e lia lentamente para que Diego entendesse.
"A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
Observei Diego sorrir pra Arthur, que retribuiu o gesto. Botei o livro que estava lendo no colo e fiquei em silêncio observando os dois. Constantemente Diego apontava para os desenhos nas páginas do livro e fazia alguns comentários, arrancando risadas do pai.
'Mãe, você me chama de príncipe, porque eu sou que nem o pequeno príncipe?' Diego me olhou fazendo uma cara inocente e eu sorri.
'Não, meu amor. Eu te chamo de príncipe porque você é um príncipe!'
'E você é uma princesa?' Ele sorriu. Quando eu abri a boca pra responder, Arthur me interrompeu.
'Claro que é!' Ele sorriu pra mim e depois piscou pra Diego.
Balancei a cabeça sorrindo e voltei a ler meu livro.
Passamos o resto do dia, entre risos e brincadeiras bobas. Pela primeira vez, em muito tempo eu lembrei exatamente o significado de família.
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