segunda-feira, 23 de abril de 2012

Addicted

39º Capitulo - Addicted

'Ai, droga!' Falei ouvindo o fogão apitar escandalosamente mostrando que os muffins já estavam mais que prontos. Tirei a bandeja do forno e a coloquei em cima da bancada observando os muffins levemente queimados. 'Merda, merda, merda!' Falei me amaldiçoando, eu deifinitivamente era um desastre na cozinha.

Observei o espaço a minha volta, tudo estava uma bagunça. Havia farinha derramada por toda a mesa, leite e cascas de ovos na bancada, além de chocolate em pó pelo chão da cozinha. Bufei passando a mão pelo cabelo e mordi o lábio imaginando se dava tempo de correr até a Starbucks mais próxima e comprar alguns muffins. Olhei o relógio na parede que marcava pouco mais de oito da manhã. Ótimo, o vôo de Arthur só chegaria às nove, e daqui que ele chegasse em casa provavelmente já seriam quase dez da manhã.
Tirei o avental e corri pro quarto, separei uma roupa básica e entrei no banheiro para tomar banho. A água morna me vez relaxar um pouco enquanto eu repetia mentalmente que tudo ia dar certo.
Os meninos chegariam de Dublin com um contrato assinado, Arthur chegaria em casa e teria um lindo café da manhã o esperando. Era tudo tão simples, lógico que ia dar certo.
Me vesti apressadamente, arrumei meu cabelo, peguei minha bolsa e saí de casa quase esquecendo a chave do lado de fora da porta. Se eu não tivesse fechado os olhos e contado até dez provavelmente teria voado pelas escadas sem nem esperar o elevador, mas resolvi respirar fundo e repetir novamente meu mantra.

A Starbucks mais perto de casa não era assim tão perto, em um dia normal eu poderia ter ido a pé, mas não naquele dia. Por sorte as ruas não estavam muito engarrafadas e eu pude dirigir tranquilamente enquanto pensava nas várias reações que eu poderia ter quando Arthur dissesse que eles tinham assinado com a gravadora. Mas e se eles não tivessem conseguido? Pensei por alguns instantes e depois sorri comigo mesma. Lógico que eles tinham conseguido, eu sentia isso. Desejei por alguns segundos que Arthur tivesse me ligado mais cedo, mesmo que me acordasse, ao menos pra dizer como foram. Oteste deles havia sido na noite anterior, Arthur disse que se eles não terminassem muito tarde ele me ligaria. Fiquei acordada o máximo que eu pude, mas quando o sono me venceu, quase uma hora da manhã, ele ainda não havia dado noticia. Quando acordei tentei ligar pro celular dele, mas ele provavelmente já tinha embarcado e desligado o celular.
Estacionei o carro em uma das poucas vagas que tinham por ali, agradecendo mentalmente por nem todos terem tido a idéia de ir até a Starbucks àquela hora e entrei na loja sentindo aquele agradável cheiro de café. 
Cheguei ao balcão e escolhi alguns muffins rapidamente já que eu sabia quais Arthur gostava. Aproveitei para pegar um Caramel Macchiato para mim, nunca conseguia resistir quando via a foto dele no menu que ficava na parede atrás do balcão. 
Sentei numa mesa que ficava na pequena varanda da loja e comecei a tomar minha bebida calmamente, agora que eu tinha meus muffins eu não precisava mais ter pressa. Senti minha bolsa vibrar levemente e catei meu celular que pra variar estava o mais embaixo de tudo possível, o nome de Sophia piscava na tela.
'Amiiiga!' Falei animada arrancando uma risada dela.
'Também faltou aula pra esperar pelos meninos?' Ela perguntou num tom sarcástico e eu ri confirmando. 'Só aula chata hoje mesmo, não faço questão.' Ela brincou.
'O Micael deu alguma noticia?' Perguntei observando a falta de movimento na rua.
'Nop, fiquei esperando ele ligar ontem à noite, mas acabei dormindo. Hoje cedo eu conseguir ligar pro celular dele, mas chamou e ninguém atendeu. É pra ficar preocupada?' Senti um receio em sua voz.
'Ná, certeza que tá tudo bem.' Falei tentando tranqüiliza-la. 
'Ok, tenho que ir, to preparando um café da manhã pro meu amor.' Sophia sempre faz uma voz boba quando fala do Micael, incrível!
'Boa sorte, eu tive que recorrer à Starbucks.' Rimos. 'Beijos.' 
Fiquei mais alguns minutos sentada, e quando meu Caramel acabou fui pra casa imaginando se o vôo dos meninos já devia estar chegando em Londres.

Arrumei a mesa da sala e coloquei uma margarida no pequeno e elegante vaso transparente que eu raramente usava. Ele era tão lindo que eu tinha medo de deixá-lo em algum lugar e acabar quebrando.
Olhei novamente o relógio e vi que já eram nove e meia. Respirei fundo e passei o olho pela sala novamente, tudo estava arrumado e ordenado, até as almofadas do sofá. Sorri comigo mesma e fui até o quarto trocar minha calça jeans pela calça de moletom do Bob Esponja que o Arthur gostava. Observei pela janela o tempo agradável lá fora, um pouco frio, mas nada de chuva o céu estava claro e limpo.
Olhei o enorme urso que estava no puff no canto do quarto perto da janela e sorri cruzando meus braços. Toda aquela calmaria em que minha vida tinha entrado me deixava apreensiva e insegura, depois de todo aquele tempo em que eu vi a vida passar e ir me deixando pra trás, agora eu tinha certeza finalmente que tudo estava dando certo. Eu sentia como se tivesse conseguido reerguer minha casa depois de um furacão, eu me sentia protegida e feliz. Simplesmente feliz.

Ouvi o barulho da chave de casa sendo girada e senti cada pedacinho do meu corpo estremecer. Tirei minha atenção do urso e caminhei até a sala tentando acalmar meu coração. Ao mesmo tempo em que eu cheguei à sala a porta foi aberta e meu olhar encontrou com o de Arthur. Ele sorriu e eu sorri junto com ele. 
'Conseguimos!' Ele falou simplesmente ainda com a porta aberta e eu nem pensei duas vezes antes de correr até ele e me jogar em seus braços que já estavam abertos me esperando. Enterrei meu rosto em seu pescoço inalando a minha droga preferida; seu perfume. 'Senti sua falta.' Ele falou baixo e eu levantei o rosto pra olhá-lo.
'Também senti sua falta.' Falei sincera passando o polegar por sua bochecha. 
O olhei por alguns instantes antes de encostar meus lábios nos seus e senti correntes elétricas passarem por meu corpo. Arthur chutou a porta de qualquer jeito antes de aprofundar o beijo me apertando mais em seus braços. Ele caminhou até a parede mais próxima e me colocou no chão pressionando seu corpo contra o meu.
'Quer dizer que agora o pai do meu filho é um musico com contrato assinado em uma gravadora?' Perguntei me separando um pouco dele e sorri.
'Quer parar de me chamar de o pai do meu filho?' Ele reclamou sorrindo e eu arqueei a sobrancelha.
'E te chamo do quê?' Perguntei em duvida.
'Hm... namorado?' Ele também arqueou a sobrancelha e eu fiquei estática o olhando. Eu já nem sabia mais se estava respirando, eu encarava seus olhos esperando que ele começasse a rir ou algo do tipo, mas seu rosto parecia completamente sincero. 'Lu?' Ele perguntou em duvida e eu balancei a cabeça caindo novamente na realidade.
'Namorado.' Eu ofeguei desviando minha atenção para um ponto qualquer no chão. Arthur tocou meu queixo me fazendo levantar o rosto para encará-lo e eu percebi seu olhar ainda de duvida. 'Meu namorado é um musico com contrato assinado em uma gravadora?' Falei em duvida e ele sorriu.
'Seu namorado vai gravar um cd e ficar famoso. Melhor assim?' Ele perguntou e eu ri sem conseguir controlar a felicidade que explodia em meu peito. 
Namorado. Na-mo-ra-do. NAMORADO!
'Bem melhor!' Sorri e o abracei pelo pescoço encostando novamente nossos lábios.
Na tv ligada, Chris Brown cantava seu pegajoso "I bet there's hearts all over the world tonight with the love of their life who feel what I feel when I'm with you, with you, with you..." e eu não poderia concordar mais. ( With You – Chris Brown)

'Cadê o Diego?' Dessa vez Arthur partiu o beijo e eu ri lembrando das tentativas de Diego de fugir da escola hoje. 
'Na escola, tentou me convencer de todas as formas a não ir hoje, inventou até que estava gripado e começou a tossir e mancar.' Arthur arqueou a sobrancelha.
'Mancar?' Eu ri.
'É, segundo ele a gripe estava tão forte que fazia a perna dele doer.' Nós rimos. 'Você não anda ensinando ele truques pra fugir da aula, anda, Arthur Aguiar?' Coloquei minhas mãos na cintura e Arthur riu alto.
'Não.' Ele pegou minha mãos e cruzou em seu pescoço de novo. Resmunguei alguma coisa quando ele me deu um selinho demorado. 'Ainda não!' Ele riu sem descolar nossas bocas e eu lhe dei um tapinha no braço.
'Tá com fome?' Me afastei um pouco ainda com os olhos fechados enquanto sentia o nariz de Arthur passear por minha bochecha.
'A gente tá sozinho em casa, certo?' Ele perguntou baixo e eu confirmei resmungando qualquer coisa, entorpecida demais pra formar alguma palavra que fizesse nexo. 'Então a fome fica pra depois.' Ele me pegou pela cintura e me tirou do chão me fazendo apertar mais meus braços em volta de seu pescoço.
Seu beijo cheio de segundas (e terceiras, e quartas...) intenções me fez sorrir enquanto ele caminhava cegamente até o quarto me fazendo bater duas vezes na parede provocando nossos risos. Quando passamos pela porta do quarto derrubamos um pequeno vasinho que ficava na estante, se o chão não fosse encarpetado ele certamente teria se partido em vários pedacinhos.

De alguma forma que eu realmente não sei qual, quando dei por mim já estava sendo prensada na parede ao lado da cama enquanto as mãos de Arthur percorriam toda a extensão alcançável do meu corpo e eu fazia o mesmo com ele. Seus beijos chegaram até meu pescoço e eu respirei fundo sentindo um arrepio passar por minha nuca. Arthur tirou minha blusa rapidamente e ela foi arremessada para o outro lado do quarto me fazendo rir enquanto ele voltava sua atenção pro meu pescoço novamente.
'Deus, como eu senti falta de cada curva do seu corpo.' Ele sussurrou passando a mão por minha cintura e eu devo ter esquecido de como respirar por alguns instantes.
Arthur levou uma de suas mãos até minha nuca, enquanto a outra ainda estava em minha cintura e beijou meu queixo mordendo meu lábio inferior logo depois. Puxei sua camisa pra cima desajeitamente e ele levantou os braços sorrindo deixando a camisa cair aos nossos pés. Num movimento rápido ele me desencostou da parede e me deitou na cama ficando por cima de mim e encaixando uma de suas pernas dentro das minhas. Afrouxei seu cinto e abri apenas o botão de sua bermuda folgada empurrando-a pra baixo, ele mesmo terminou de tirá-la e a chutou pra fora da cama me fazendo rir.
Passei levemente minhas unhas por suas costas e foi a vez dele ofegar me fazendo sentir completamente vitoriosa. Arthur desceu as mãos para a barra da minha calça do Bob Esponja e sorriu a descendo um pouco.
'Você sabe que eu amo essa calça, certo?' Ele perguntou me olhando e eu balancei a cabeça confirmando. 'Mas nesse exato momento ela é um pouco inconveniente e vai ter que, literalmente, voar daqui.' Ele sorriu e tirou minha calça a arremessando do outro lado do quarto.
'Não precisava jogar tão longe!' Reclamei fazendo bico e ele arqueou a sobrancelha.
'Ou eu ou ela.' Ele sorriu de lado.
'Ah, droga, injustiça com a coitada.' Falei rindo e o puxei novamente colando meus lábios nos seus.
Não foram nescessários mais que alguns minutos para que todas as nossas roupas estivessem espalhadas pelo quarto e eu me sentisse completa de novo. Pode parecer clichê, mas naquele momento mais do que em qualquer outro eu tive certeza de que Arthur era meu e somente meu. Amigo, namorado, marido, amante, não importava, ele era simplesmente meu.

'Vocês devem ter surtado quando a gravadora disse que queria contratar vocês.' Falei rindo com a cabeça encostada no peito nu de Arthur que acariciava meus cabelos.
'Surtamos mesmo, o Chay foi o pior, achei que ele fosse desmaiar até.' Rimos. 'Foi legal irmos sem nenhuma pressão, acho que por isso estávamos tão tranqüilos no dia. James já tinha nos garantido que já estávamos praticamente contratados, isso relaxou mais a gente.' Ele comentou olhando algum ponto fixo no teto do quarto.
'Mas ainda assim deve ter batido aquele friozinho na barriga.' Levantei a cabeça o olhando e ele voltou o olhar pra mim também.
'Deu, mas isso eu acho que vai sempre dar. É um nervoso legal.' Ele sorriu. 'E nós conhecemos esse empresário muito gente boa, ele chama Fletch e ficou realmente impressionado com a nossa apresentação.'
'Claro que ficou, todo mundo fica. Vocês são fodas, de fato.' Falei vagamente e ele me olhou novamente. 'Quê?' Arqueei a sobrancelha e ele riu.
'Você paga muito pau pro seu namorado, Lu. To começando a ficar com ciúmes dele.' Ele fez careta e eu ri. A palavra namorado nunca me pareceu tão linda.
'Ai como você é besta, Arthur.' Balancei a cabeça. 'E eu não pago pau pra ele, eu apenas tenho orgulho dele e dos três amigos idiotas dele, porque eu sei o quanto eles lutaram por isso.' Sorri sincera e me estiquei um pouco alcançando seu lábios lhe dando um selinho rápido.
'Eu sei que sim. E é por isso que eu amo ter você do meu lado.' Ele acariciou minha bochecha me fazendo corar levemente. 'Já disse que você é linda?' Ele sorriu de lado e eu rolei os olhos sem controlar um sorriso.
'Ai, cala boca, vai, Arthur.' O puxei novamente pela nuca colando minha boca na dele.
'Sabe?' Ele se afastou me olhando e eu esperei que ele falasse. 'Acho que não matei por completo a saudade ainda.' Sorriso tarado.
'Ótimo, eu também não.' Dei um risinho e deitei por cima de Arthur colocando uma perna de cada lado do seu corpo fazendo com que ele me olhasse com a sobrancelha arqueada. 'Minha vez!' Falei baixo antes morder seu lábio inferior o fazendo sorrir enquanto suas mãos viajavam mais uma vez por meu corpo me fazendo ter ainda mais certeza de que ele era inteiramente meu


Senti alguém beijar carinhosamente meu olho e sorri instantaneamente.
'Acorda, dorminhoca.' Arthur sussurrou e eu abri os olhos o encontrando com um sorriso na minha frente. 
'Dormi muito?' Perguntei esfregando os olhos e ele balançou a cabeça negando. 'Tá com fome?' Ele me olhou e sorriu.
'Na verdade tô, você me cansa, Lu!' Ele deu um sorriso de lado me deixando totalmente sem graça. 'Há, senti saudade de te deixar vermelhinha!' Ele me zoou e eu dei língua me sentando na cama.
'Eu comprei muffins e fiz o suco que você gosta.' Sorri o olhando e ele me encarou por alguns instantes. 'Quer que eu traga aqui?' Perguntei arqueando a sobrancelha e ele sorriu me fazendo rir. 'Ai que trabalho que você e o Diego me dão.' Me levantei catando minhas roupas, por sorte a calcinha e o sutiã estavam bem do lado da cama, e como a blusa dele também estava mais perto e a vesti rapidamente e sai do quarto.
Arrumei uma bandeja com os muffins, um copo de suco, algumas uvas, torradas com geléia e coloquei o jarrinho com a margarida. Quando voltei pro quarto ele estava sentado na cama já com a boxer.
'Oba, muffins da Starbucks!' Arthur falou com um sorriso bobo quando eu botei a bandeja em sua frente.
'Eu tentei fazer alguns, mas hm... não deu muito certo!' Fiz uma cara inocente e ele riu. 'Sou um desastre na cozinha, fato.' Balancei minha cabeça e roubei algumas uvas que estavam na bandeja.
'Ei, é tudo meu.' Arthur falou de boca cheia e eu lhe dei um tapinha no braço enquanto sentava ao seu lado. 'Brigado, pequena.' Ele falou carinhoso dando um beijo no topo de minha cabeça.
'Pelo café?' Sorri o olhando.
'Por tudo.' Ele me deu um selinho rápido e voltou a atenção para a bandeja à sua frente enquanto eu sorria abobalhada roubando mais algumas uvas. 


'Ele vai surtar quando te ver aqui.' Comentei fazendo Arthur rir. Estávamos no pátio da escola de Diego esperando o sinal do fim das aulas. Poucos minutos depois as crianças começaram a sair das salas e Diego apareceu no meio delas.
'Paaaai!' Ele gritou enquanto corria até Arthur que o carregou beijando sua bochecha. 'Tava com saudade.' Ele falou sorrindo.
'Também tava, pequeno!' Arthur o ajeitou no colo. 'Quer almoçar no shopping e depois ir naquele parque que tem lá?' Ele perguntou já sabendo a resposta e Diego concordou animadamente. ( When You're Gone – Avril Lavigne)

"When you walk away
I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?
"

Avril Lavigne tocava no som do carro e eu sorri observando as ruas movimentadas passarem lentamente. O sol brilhava no céu e a temperatura não poderia estar mais agradável, nem quente e nem frio, era simplesmente agradável. 
'Como é lá em Dublin?' Perguntei voltando minha atenção pra Arthur que dirigia com um sorriso no rosto.
'É legal, mas eu ainda prefiro Londres.' Ele me olhou rapidamente e eu sorri. 'Ou então a Austrália, quero morar lá um dia.'
'Quando você ficar famoso você pode ir.' Dei de ombros e ele riu.
'Você vai comigo?' Ele perguntou e eu arqueei a sobrancelha. 'Claro, você acha que eu vou abandonar você e o Diego?' Ele me olhou novamente e eu balancei a cabeça voltando a olhar pra fora da janela.

"We were made for each other
Out here forever
I know we were…
"

Pra mim tudo aquilo mais parecia um sonho, às vezes eu tinha medo de cair da cama e acordar voltando pra realidade. Olhei pra Arthur que dirigia tranquilamente e tive que reprimir a imensa vontade de simplesmente falar um "eu amo você" e ver qual seria a reação dele. 
'Que foi?' Ele me olhou de canto de olho e eu balancei a cabeça ficando um pouco sem graça. 
Porque era tão difícil falar eu te amo para o cara que, bem... eu amava! Medo de ser rejeitada, ou magoada novamente. Medo dele simplesmente dizer "obrigada" que nem o Ryan fez com a Marissa em The O.C., ou então era medo dele responder "eu também amo você".
'Arthur.' Falei hesitante quando ele parou em um sinal e olhou pra mim. O observei por alguns instantes e repeti as três palavras mentalmente. 'Eu... senti sua falta!' Foi a única coisa que eu consegui dizer.
'Também senti sua falta.' Ele sorriu enquanto eu me amaldiçoava mentalmente por ser tão covarde e o sinal abriu desviando sua atenção para o transito novamente.

Sentada no banco eu observava Arthur e Diego irem em todos os brinquedos possíveis do pequeno parque que ficava no primeiro andar do shopping. Era incrível observar a semelhança entre eles, não só física, mas até nos gestos e atitudes, ninguém nunca poderia duvidar que eles são pai e filho. Eu amava a cumplicidade que existia entre eles, a forma com que eles se tratavam, só o jeito com que Diego olhava o pai já me deixava impressionada. Era como se Arthur fosse um super herói e Diego quisesse ser igualzinho a ele, era um olhar de admiração, de carinho, de orgulho.
Me perguntei como Diego conseguiu agüentar firme todo aquele tempo em que Arthur ficou no hospital, ele tinha apenas dois anos e mesmo assim conseguiu ser maduro o suficiente para apenas choramingar de vez em quando pedindo pelo pai.
Observei os dois brincando em um simulador de corrida, como Diego não conseguia alcançar o pedal, ele estava no colo de Arthur rindo mais do que qualquer outra criança por ali. Eu sorri por causa da risada gostosa dele, mas meu sorriso se desfez ao ver que uma garota também olhava os dois brincarem. Ela estava um pouco afastada de mim e mais perto do simulador. Permaneci olhando-a atentamente, até Arthur e Diego se levantarem do brinquedo, antes que eles pudessem dar um passo até mim a ouvi chamando o nome de Arthur. Eles se conheciam?
A morena se aproximou dele sorrindo enquanto Arthur ainda a olhava como se não conseguisse reconhece-la, deu dois beijinhos na bochecha dele e depois falou alguma coisa que a minha falta de técnica em leitura labial não me permitiu entender. Não sei o que ela falou, mas deve ter sido algo bem esclarecedor já que Arthur soltou um "aaah" em compreensão e depois sorriu. Ele lembrou dela, fato.
Controlei minha imensa vontade de me levantar e permaneci sentada no banco os olhando atentamente, alguma coisa me dizia pra confiar em Arthur e permanecer aonde eu estava. Diego segurava na mão do pai e olhou pra mim por alguns instantes com um sorriso no rosto, eu sorri de volta e ele olhou para a garota parada na frente dele que ainda conversava com Arthur. Ela sorriu. Ele sorriu. Eu suspirei contando mentalmente até dez. Menos de um minuto depois vi Arthur apontar pra mim sorrindo e li em seus lábios as palavras "minha namorada". Eu sorri um pouco sem graça enquanto eles caminhavam até mim.
'Suzy, essa é a Lu, minha namorada e mãe do Diego.' Arthur pousou a mão em minha cintura enquanto eu sorria para a garota em minha frente. 'Lu, a Suzy foi minha colega a uns... erm, mais de cinco anos atrás.' Dei dois beijinhos em Suzy enquanto sentia Diego abraçar minha perna. Ele odiava não ser o centro das atenções. O carreguei enquanto ouvia Suzy e Arthur voltarem a conversar sobre qualquer coisa da ex escola deles.
Alguns minutos se passaram e eu olhei para os lados um pouco incomodada por estar boiando na conversa dos dois, eles conversavam como se conhecessem a anos, e de fato eles se conheciam. O celular de Suzy tocou e ela leu rapidamente o que eu deduzir ser uma mensagem.
'Aw, eu tenho que ir, meu namorado já tá me esperando no cinema.' Ela sorriu e Arthur concordou silenciosamente. 'Foi um prazer te rever, Arthur!' Ela o abraçou e deu dois beijinhos em suas bochechas.
'Adorei te ver também, Suzy.' Ele foi simpático e eu senti uma pontada de ciúmes, sem nescessidade, eu sei, mas o que eu podia fazer?
'Tchau, Lu!' Ela me deu dois beijinhos e depois sorriu passando a mão pela cabeça de Diego. 'Tchau, Diego!' 
'Tchau!' Ele sorriu fazendo com que ela soltasse um "awn" achando ele fofo.

'Vocês foram colegas a muito tempo?' Perguntei vagamente enquanto caminhávamos para o estacionamento do shopping.
'Hm... devem ter uns sete anos.' Ele falou pensativo. 'Por quê?' Arthur arqueou a sobrancelha e me olhou.
'Nada.' Forcei um sorriso. 'Vocês pareciam um pouco íntimos.' Falei medindo as palavras sem querer deixar transparecer que eu senti uma pontada de ciúmes.
'Ciúmes?' Arthur abriu um sorriso torto que me fez perder a linha de raciocínio por alguns segundos.
'Tenho motivos?' Respondi com outra pergunta e senti que Arthur ficou um pouco desconfortável antes de responder.
'Não.' Ele me olhou por um segundo e depois desviou o olhar.
'Era só uma brincadeira, Arthur.' Falei sem entender, mas ele não me olhou. 'Arthur!' Segurei sua mão o fazendo parar de andar e ele finalmente me olhou. 'O que aconteceu? Eu perguntei aquilo só brincando, eu fiquei com um pouco de ciúmes sim da Suzy, mas só porque você foi simpático com ela e eu sou uma idiota, só isso.' Botei Diego no chão e o segurei pela mão, ele nos olhava sem entender.
'Não tem motivos.' Ele falou novamente e depois olhou pro chão coçando a nuca. Cruzei meus braços o olhando esperando uma resposta concreta. 'Ela foi minha primeira namorada.' Ele finalmente soltou e eu mordi o lábio sentindo ainda mais ciúmes, mas ainda assim o achando desnescessário. 'Faz muito tempo, a gente devia ter uns 13 ou 14 anos, mas eu não lembro se a gente ficou depois disso.' Ele suspirou e eu lembrei que depois daquela época não existiam mais memórias em sua mente.
Me aproximei dele e peguei sua mão a apertando carinhosamente.
'É ciúme bobo, Arthur. Eu sei que não tenho motivos pra isso.' Falei firmemente e ele me olhou esboçando um sorriso fraco.
'Desculpa, isso foi idiota da minha parte.' Ele me abraçou beijando minha testa.
'Tudo bem, nós somos dois idiotas ciumentos bobos!' Ele riu alto e eu sorri amando o som da risada dele. 'Vai, vamos pra casa.' Me separei dele e peguei sua mão voltando a caminhar em direção ao estacionamento.


40º Capitulo - Addicted

'Bom dia!' Falei sorrindo enquanto Arthur entrava na cozinha mais parecendo um zumbi. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos mal se abriam. Ele olhou o relógio da cozinha que marcava pouco mais de nove da manhã e fez uma careta. 
Continuei o observando enquanto ele ia até a geladeira e pegava a jarra de suco, um copo e depois finalmente sentou ao meu lado.
'Bom dia.' A voz embargada dele me fez rir. Arthur aproximou o rosto do meu e me deu um selinho rápido sorrindo fraco depois. 'Colocaram alguma droga na minha comida ontem, parece que eu só dormi umas duas horas essa noite.' Ele tomou um gole do suco que praticamente esvaziou o copo.
'Você se mexeu a noite toda.' Falei passando manteiga na torrada e dando pra Diego comer. 'Várias vezes eu fiquei fazendo carinho na sua cabeça e você voltava a dormir, mas meia hora depois estava se mexendo de novo.' Me virei de frente pra ele na cadeira e o observei esfregar os olhos fortemente.
'Desculpa.' Ele falou encostando a testa na mesa e suspirando.
'Você tá muito preocupado com a reunião no próximo fim de semana, Arthur. Tenta esquecer disso um pouco.' Dei um beijo em seu ombro e depois apoiei meu queixo nele. 'Vocês já foram contratados, daí pra frente é só confiar em vocês mesmos, eu tenho certeza que vai dar tudo certo.' Vi um sorriso no canto de sua boca e sorri também.
Os produtores marcaram uma reunião com a banda no final de semana e os quatro estavam completamente agitados. O encontro seria em Londres mesmo e segundo disseram era uma coisa mais casual, apenas para começarem a se entrosar com as pessoas que trabalhariam.
'O Chay ligou agora a pouco.' Falei voltando minha atenção para Diego que estava com a mão totalmente melada de manteiga. 'Eles estavam indo pra casa de praia dos pais da Ash, e falou que se quisermos é pra aparecer lá.' Arthur levantou a cabeça e me olhou.
'Acho que eu preciso de uma praia pra relaxar, mesmo que seja inverno!' Ele riu pegando a jarra de suco e a guardando novamente na geladeira. 'Vamos pra praia?' Ele falou do lado de Diego que sorriu concordando.
'Quero tocar violão!' Diego falou animado nos fazendo rir.
'A gente toca lá na praia.' Arthur bagunçou os cabelos do filho. 'Vou tomar banho pra ver se acordo.' Ele me olhou e eu concordei balançando a cabeça.
'Praia!' Diego sorriu pra mim mostrando os dentinhos e eu apertei sua bochecha o vendo fazer uma careta igual a do Arthur.
'Termina de comer sua torrada pra eu te dar banho, meu amor.' Enquanto eu guardava as coisas ele terminou de tomar café e em seguida nós fomos para o quarto dele.


'Arthur, qual dos dois?' Perguntei segurando dois vestidos na frente do meu corpo. Um era lilás tomara que caia um pouco longo e o outro verde musgo de alcinha e um pouco acima do joelho.
'O verde.' Ele falou depois de passar um tempo olhando para os vestidos. Sorri e deixei o vestido lilás em cima da cama entrando no banheiro para vestir o outro.
Depois de me vestir sob reclamações de Arthur e até de Diego da minha demora, eu cheguei à sala terminando de ajeitar meu cabelo e peguei a bolsa no sofá.
'Quer dirigir?' Arthur perguntou. 'To muito cansado.' Ele fez uma careta fofa e eu rolei os olhos sorrindo pegando a chave em sua mão. Descemos o elevador em silêncio e quando chegamos no carro Arthur ajeitou Diego no banco de trás e depois sentou no bando do carona e descendo um pouco o encosto para se deitar.
'Arthur, eu não vou ficar dirigindo esse tempo todo em silêncio olhando você dormir.' Falei manhosa.
'Não é pra ficar me olhando, Lua. Preste atenção no trânsito.' Ele falou sem abrir os olhos e eu dei um tapinha em sua perna.
'Você entendeu, babaca.' Ele riu do meu jeito infantil. 'Arthur.' Puxei a manga da camisa dele, mas ele nem se mexeu. 'Te odeio!' Falei bufando e me ajeitei no banco tentando me concentrar nas ruas.
Dirigi durante quase dez minutos ouvindo apenas o barulho do motor do carro e o barulho da rua do lado de fora. Olhei pelo retrovisor e vi que Diego estava com um livrinho para colorir e dois lápis de cores nas mãos, vez ou outra ele olhava para fora da janela e depois voltava a atenção para o livro.
'Você jogou praga pra eu não consegui dormir!' Arthur falou de repente ajeitando o banco e cruzando os braços. Eu ri baixo sem desviar minha atenção pra ele. 'Quer que eu dirija?' Ele perguntou me olhando e eu lhe lancei um olhar nada agradável que o fez soltar um risinho cínico.
Liguei o som do carro em uma rádio qualquer que passava alguma musica pop chata e quando fui mudar a estação Arthur empurrou minha mão e começou a mudar.
'Ah, não. Ainda lembro daquela vez que tive que escutar você cantando All Time alguma coisa.' Ele balançou a cabeça.
'Arthur, aquilo tem... sei lá, um ano!' Falei indignada e ele deu de ombros. 'Credo, fica aí guardando mágoas.' Falei indiferente e ele riu alto. 'E por sinal, é All-Time-Low!' Falei quase soletrando e ele deu língua.
'Minha vez agora.' Ele continuou trocando de estações até parar em uma. 'Há, essa musica é legal, mas acho que tá no final.' Ele batucou na perna o que parecia já ser o final da musica, segundos depois ela terminou e outra começou. 'Essa é foda!' Ele aumentou o volume do rádio e eu ri quando ele começou a cantar, ou gritar, a musica do Amber Pacific. 


Thinking of the words to say,
( Pensando nas palavras para dizer )
I'd like to think that this was fake.
( Gostaria de pensar que isso fosse falso )
Reference to a song you love,
( Referências de uma música que você ama )
Spell confusion with a 'k'
( Confusão de soletrar com um “k” )
Like a star without its rings,
( Como uma estrela sem seu anel )
I'm hanging here on these two wings.
( Eu estou me enforcando aqui nestas duas asas )
For that smile and those eyes...I'm falling
( Por aquele sorriso e aqueles olhos... estou caindo )


Arthur cantava animadamente fazendo até Diego rir no banco de trás, eu sorria balançando a cabeça toda vez que ele desafinava por estar cantando alto demais.


If time could stop, how could I make this more poetic?
( Se o tempo pudesse parar, como eu poderia fazer isto mais poético? )
When there's nothing more pathetic to be said...
( Quando não há nada mais patético para ser dito... )


You bring me out, show me light,
( Você me destacou, me mostrou a luz, )
I'm sorry if I hide, I'm too afraid to look inside
( Me desculpe se eu me escondi, estou com muito medo de olhar pra dentro )
You carry through, you make me smile,
( Você agüentou do começo ao fim, você me fez sorrir, )
If it were you and me tonight,
( Se estivéssemos eu e você hoje à noite )
I would tame the stars and save the brightest one for you, for you.
( Eu domesticaria as estrelas e guardaria a mais brilhante pra você, pra você. )


Ele apontou pra mim na ultima parte da música e eu ri alto.
'Arthur, você tá acabando com a música!' Falei tentando controlar o riso e ele fez bico.
'Caraca, Lua! Eu aqui tentando ser romântico dizendo que guardaria a estrela mais brilhante pra você, e recebo essa cortada!' Ele cruzou os braços e olhou pra fora da janela.
'Awn, meu amor. Desculpa, mas você podia cantar a musica normalmente, ficaria mais romântico!' Falei puxando a manga da camisa dele enquanto ele fazia doce e puxava o braço.
'Cantar a musica normal não tem graça, fica sem emoção!' Arthur fez uma cara intelectual e eu ri.
'Ok, pode continuar gritando a musica, eu não ligo!' Falei aumentando o som.
'Nah, agora não quero mais.' Doce, doce, doce.
'Então tá, eu canto!' Falei antes de começar a gritar tanto quanto ele, o que era bem pior considerando que Arthur tinha uma voz bonita quando não ficava gritando, ao contrário de mim.


Whatever you say is alright,
( Seja o que for que você diga está tudo bem )
Just as long as there's no doubt.
( Contanto que não existam dúvidas )
Could you look me in the eyes... and say goodbye.
( Você poderia me olhar nos olhos... e dizer adeus. )


'Nããão!' Ele gritou tentando botar a mão e minha boca, mas eu desviei o rosto rápido, quase jogando o carro no passeio.
'Arthur, seu idiota! Quer matar a gente, é?' Tentei falar séria, mas estava rindo.
'Você que quer me matar, e estourar meus tímpanos!' Ele riu e eu lhe dei um soquinho no braço que fez ele se encolher. Nessa hora Diego deu uma risada alta no banco de trás e nós olhamos pra ele. 'Tá achando a gente com cara de palhaço, é, pivete?' Arthur perguntou divertido cutucando a cintura de Diego que se encolheu rindo enquanto eu os observava pelo retrovisor.
'Pááára, pai!' Diego falou se contorcendo enquanto Arthur fazia cócegas nele.
'Diz quer você não acha seus pais uns palhaços!' Arthur chantageou rindo.
'Eu não aaacho!' Diego falou ainda no meio da crise de risos.
'Diz que eu sou o melhor pai do mundo!' Ele falou presunçoso e Diego riu alto.
'ÉÉ, o melhor pai do mundo!' Diego repetiu já sem fôlego e Arthur voltou a se sentar normalmente no banco da frente. 'Que foi? Quer ser vitima das minhas cócegas também?' Ele me olhou sorrindo e eu me encolhi um pouco.
'Nem chega perto, seu babaca!' Falei abanando o ar com a mão.
'Você vai ver quem é babaca depois.' Ele deu um sorrisinho malicioso e eu senti minhas bochechas esquentarem um pouco.




'Oba, sinto cheiro de comida!' Falei quando Mel abriu a porta e sorriu.
'Meu Deus, mal chegou na casa dos outros e já tá esfomeada!' Ela riu me abraçando. 'Pentelho chato!' Ela brincou com Arthur quando ele a abraçou.
'Pentelha chata!' Ele a imitou sorrindo. Mel deu um beijo na bochecha de Diego e depois nos levou até a parte dos fundos da casa que ficava de frente para aquilo que chamavam de praia, mas na verdade não passava de um enorme lago artificial, com um bocado de areia que se estendia por todo o condomínio, mas que era bem bonito.
Do lado de fora estavam Pedro e Ray, que tinham começado a namorar, estavam sentados em volta de uma mesa sob o toldo e Chay na churrasqueira sorrindo.
'Oba, oba, churrasco do tio Chay!' Falei dando um beijo na bochecha de Chay que riu alto.
'Esfomeada!' Ele tentou me dar um pedala, mas eu fugi rindo.
'Já ouvi essa há cinco minutos atrás!' Dei língua e fui falar com os outros.
'Cadê o Micael?' Arthur perguntou antes que eu o fizesse enquanto sentávamos nas cadeiras que estavam em volta da mesa.
'Ligou falando que vai chegar um pouco atrasado, parece que teve algum problema com a irmã dele.' Mel respondeu também se sentando.
'Há, o melhor churrasco da vida vocês!' Chay falou colocando um prato grande na mesa com alguns pedaços de carne. 
'Credo, amor, parece uma esfomeada!' Arthur falou quando eu peguei um pedaço de carne.
'Ah, vão pra merda vocês e me deixem ser esfomeada!' Falei com a boca cheia fazendo todo mundo rir.
'Vai ficar gorda!' Ele apertou minha barriga e eu lhe dei um tapa no braço.
'Que é? Vai me abandonar por causa de uns quilinhos a mais, é? Tá comigo só porque eu sou linda e gostosa?' Perguntei fazendo uma cara convencida e Arthur riu.
'Quase isso!' Respondeu dando língua e eu mandei o dedo do meio.
'Mãe.' Diego me chamou e quando eu olhei vi que ele tentava imitar meu gesto fazendo os outros cinco rirem.
'Não, meu amor. Isso é feio, não faz isso, tá bom?' Falei enquanto Arthur ria. 'Pára de rir, a culpa é sua!' O empurrei levemente e ele botou Diego no colo o impedindo de tentar imitar meu gesto.


'Amiiga, finalmente!' Falei indo abraçar Sophia quando ela e Micael surgiram de dentro da casa. 'Pensei que tivessem desistido de vir, aconteceu alguma coisa com a irmã do Micael?' Perguntei preocupada e ela balançou a cabeça negando.
'Nah, parece que ela bebeu um pouco demais e tava lá passando mal, daí o Micael ficou pra ajudar.' Ela deu de ombros e eu concordei.
'Hey, mamãe!' Micael me deu um beijo na bochecha e eu sorri.
'Nossa, faz tempo que você não me chama assim!' Nós rimos. 'Ah, Micael, você também trouxe violão! A gente pode fazer um luau mais tarde!' Falei animada quando reparei o violão nas mãos de Micael.
'Olha, uma idéia boa vinda da cabeça da Lu!' Pedro me provocou rindo e eu quase mandei dedo, mas lembrei que Diego iria querer me imitar novamente. Me aproximei dele enquanto ele ria e dei um pedala em sua cabeça. 'Outch, eu tava brincando sua agreste!' Ele passou a mão pela cabeça e eu dei língua me sentando novamente.
'Amor, pega meu moletom que tá lá no sofá da sala?' Arthur pediu fazendo cara de criança.
'Você faz de propósito, né? Só porque eu acabei de sentar!' Bufei e me levantei entrando na casa. O moletom vermelho de Arthur estava ao lado da minha bolsa, e como estava começando a ficar frio eu também peguei meu pequeno casaco que eu tinha colocado na bolsa.
'Lu, trás mais duas cervejas!' Micael gritou do lado de fora da casa e eu rolei os olhos.
'Vou começar a cobrar!' Gritei de volta e fui até a cozinha. Quando abri a geladeira vi que tinha mais cerveja do que comida lá dentro. 'Esse povo só faz beber.' Comentei baixo fechando a geladeira e me assustei quando vi Arthur encostado na bancada.
'Seria minha namorada doida por ficar falando sozinha?' Ele fez uma cara pensativa.
'Seria meu namorado um babaca por ficar me seguindo silenciosamente?' Imitei a cara dele.
'Ah, então vai continuar me chamando de babaca?' Ele segurou em meu braço e me puxou pra perto dele enquanto eu rolava os olhos.
'Vou.... babaca!' Falei de novo dando de ombros. 'Arthur, o Micael pediu pra levar as cervejas, quer falar logo porque você veio até aqui?' O olhei com a sobrancelha arqueada e ele sorriu de lado.
'Na verdade, além daquelas duas eles querem mais outras duas cervejas, e como eu sei que você não vai conseguir levar todas elas sozinhas, eu vim ajudar.' Ele me deu um selinho rápido. 'E eu não tava te seguindo silenciosamente, Lua.'
'Hm.. sei!' Falei sorrindo.
'Bobona.' Outro selinho.
'Babaca!' Me afastei dele jogando seu casaco que estava em meus ombros em seu rosto. 'Toma logo seu casaco e pega as cervejas antes que eles pensem que estamos tentando fazer outro filho... de novo!' Nós rimos.
'E a gente pode mesmo tentar!' Ele falou malicioso depois de vestir seu casaco.
'Podemos, mas não vamos.' Lhe entreguei duas latinhas de cerveja e lhe dei um selinho rápido.
'Chata!' Ele resmungou baixo e eu ri enquanto voltávamos pra fora da casa.


'Tá começando a ficar escuro, e esse friozinho tá tão bom, alguém topa o luau?' Mel perguntou de repente. O sol começava a desaparecer no horizonte e o céu estava limpo sem riscos de chuva. Os meninos estavam discutindo sobre a reunião com a gravadora enquanto nós prestávamos atenção e riamos de alguns comentários.
'Ai, vamos. Esse papo sobre reunião me deixa nervoso!' Micael riu.
 'Ok, vou pegar algumas toalhas pra sentarmos na areia.' Mel concordou entrando em casa rapidamente e saindo minutos depois com três toalhas grandes.
'Ai que frio!' Falei me levantando e Arthur passou o braço por meus ombros com Diego no colo.
'Vamos tocar violão?' Ele perguntou animado e Arthur confirmou sorrindo. 'Oba!' 
'Não tá com frio, meu amor?' Perguntei observando que ele usava uma bermuda e uma blusa de manga comprida.
'Não.' Diego negou dando de ombros.
'Certo, que musica a gente começa?' Chay perguntou depois que todo mundo estava sentado nas toalhas que foram colocadas em frente a dois troncos de arvores que tinham por ali.
'All About You.' Sophia falou me olhando e sorrindo.
'Hm.. nem imagino porque!' Micael falou prendendo o riso e me olhando também me fazendo ficar completamente sem graça já que depois dessa todo mundo olhou pra mim.
'Vocês tão me deixando sem graça.' Falei escondendo meu rosto com as duas mãos e todo mundo riu. 
'Tá, então vamos homenagear a Lu!' Chay falou rindo e eu dei língua.
 Eles começaram, a tocar e cantar enquanto Eu, Sophia, Mel e Rayana cantávamos baixinho acompanhando. Já tínhamos ouvido eles tocarem em alguns ensaios, e já tínhamos a maioria das musicas deles memorizadas.
"I want to touch you..." Micael começou rindo e os meninos começaram a tocar I Want To Touch You, a paródia de All About You.
"Groping on the studio floor, I want to touch yoooou…" Os quatro praticamente gritaram, nos fazendo rir.




'Quer dar uma volta?' Arthur perguntou baixo enquanto todo mundo estava distraído prestando atenção em suas devidas conversas. Os meninos já tinham parado de cantar, Sophia e Micael estavam mostrando pra Diego como tocar violão, quer dizer, Micael estava já que Soph também não sabe, e os outros estavam conversando e rindo.
'Hm... eu quero!' Falei sorrindo ainda sentada entre as pernas de Arthur e me virei para lhe dar um selinho. Nos levantamos e eu caminhei até onde Diego estava sentado no colo de Micael. 'Amor, papai e mamãe vão caminhar pela praia, quer ir?' Ele nem tirou os olhos das cordas do violão, apenas negou balançando a cabeça.
'Divirta-se.' Sophia sorriu me fazendo rir.
'Ele não quer ir?' Arthur perguntou quando eu o puxei pela mão e eu neguei com a cabeça.
Caminhamos em silêncio por alguns minutos ouvindo apenas o barulho de carros que o vento carregava. Prendi meu cabelo em um coque antes que ele saísse do controle e puxei as mangas do casaco até minhas mãos.
'Ai que friiio!' Falei esfregando meus braços.
'Eu sei um jeito de te esquentar!' Arthur sorriu de lado.
'Arthur!' Dei um tapinha em seu ombro rindo.
'O quê? Você nem sabe o que é!' Ele fez uma cara indignada e eu dei de ombros. 'Vou contar até três pra você correr, senão...' Ele riu.
'Senão o que, Aguiar?' Perguntei um pouco desesperada e ele fez um gesto com a cabeça indicando a água que devia estar congelando. 'Nem pense nisso.' Falei sacudindo a cabeça.
'Um...' Ele falou contando e mostrando os dedos. 'Dois...' Ponderei por um segundos olhando dele pra água. 'Três!' Ele gritou ao mesmo tempo em que eu comecei a correr e rir. Incrível como eu nunca consigo correr e controlar minha risada, por isso que eu sempre perco.
'Arthur, pára! Eu não vou conseguiiiir!' Gritei correndo ainda mais rápido. Normalmente ele já teria me alcançado, mas provavelmente ele estava fazendo um esforço pra me deixar escapar por algum tempo. Ou não por muito tempo já que um minuto depois ele me alcançou me pegando pela cintura e me tirando do chão.
'Há-há!' Ele falou sem me botar no chão. 'Será que a água tá muito gelada?'
'NÃO!' Gritei tentando sair do abraço dele. 'Isso não, Arthur. Eu consegui correr de você por quase três minutos!' Falei tirando o cabelo do rosto já que no meio da corrida ele já estava solto e bagunçado. 
'Ok, ok. Vou deixar passar só dessa vez!' Ele me botou no chão ainda segurando em minha cintura e eu virei de frente pra ele.
'Cansei!' Falei inspirando uma grande quantidade do ar gelado em minha volta.
'Ainda tá com frio?' Ele arqueou a sobrancelha e eu sorri negando. 'Há, viu? Sou um gênio!' Ele fez uma cara convencida.
'Tá bom, gênio.' Falei revirando os olhos. 'Acho que a gente se distanciou um pouco demais da casa.' Tentei enxergar de longe onde os outros estavam sentados, mas não consegui ver nada. 'Ah, não. Andar tudo de novo, to cansada!' Falei sentando bruscamente na areia e Arthur me olhou.
'Ué, e vai ficar sentada aí?' Ele olhou para a mesma direção que eu tinha olhado, também tentando enxergar alguma coisa.
'Ah, vai. Só um pouco, senta aqui.' O puxei pela mão e ele suspirou antes de sentar atrás de mim me fazendo ficar entre suas pernas. Arthur passou os braços por minha cintura e encostou o queixo em meu ombro.


'Adoro esse silêncio.' Falei baixo depois de alguns minutos. O vento soprava mais fraco e o barulho dos carros havia cessado.
'Então porque quebrou?' Arthur perguntou num tom óbvio me fazendo rir.
'Chato.' Apertei sua bochecha e mesmo sem conseguir ver seu rosto sabia que ele tinha feito uma careta.
'Eu tava pensando em uma música.' Ele falou vagamente.
'Qual?'
'Não tem nome ainda, eu só pensei em um trecho, um refrão pra ela.' Arthur balançou a cabeça.
'Hm... fiquei curiosa.' Me virei um pouco de lado, ainda no meio de suas pernas, de modo que pudesse ver seu rosto. 'Canta!' Sorri.
'Ah, não tem ritmo ainda.' Ele deu de ombros.
'Então apenas fala, ué.' 
'Ok.' Ele suspirou. "Cuz I've got you, to make me feel stronger when the days are rough and an hour seems much longer." Ele me olhou com uma careta de duvida e eu sorri.
'É linda.' Falei sincera e ele sorriu. 'Só tem isso?' 
'Nop, tem mais um pouco, ela tá muito incompleta.' Ele entortou a boca. 
'Vai, fala o resto.' 
"I never doubted you at all, the stars collide will you stand by and watch them fall? So hold me till the sky is clear…" Ele parou. 'Não consegui achar nada pra rimar.' Ele fez bico e eu ri.
'Hm... vamos pensar em alguma coisa pra rimar com isso.' Fiz uma cara pensativa e ele riu.
'Virou compositora agora?'
'Quê? Tá duvidando da minha capacidade de compor músicas? Acha que só você pode escrever coisas lindas?' Dei língua.
'Tá, esquece isso. Depois eu tento terminar a música.' Ele deu de ombros e voltou sua atenção pro lago à nossa frente. Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, até eu me virar pra Arthur.
"And whisper words of love right into my ear." Falei sorrindo, mas ele me olhou sem entender. 'A música, Arthur. "So hold me till the sky is clear and whisper words of love right into my ear."' Cantarolei sorrindo e ele me olhou por alguns segundos.
'Hey, ficou bom!' Ele falou impressionado e eu sorri.
'Há, eu é que sou uma gênia!' Me virei mais um pouco de frente pra ele batendo palmas empolgada enquanto ele ria.
'Tem mais uma parte pequena!' Ele falou baixo e eu lhe dei um tapinha no braço.
'Você ia esconder de mim!!' Ele riu.
"Looking in your eyes, hoping they won't cry and even if they do, I'll be in bed so close to you." Ele falou o trecho da musica olhando em meus olhos embaralhando meus pensamentos. Fiquei alguns segundos estática encarando seus olhos. 'Lu?' Ele falou em duvida.
'Ahn?' Pisquei os olhos. 'Ah, sim, erm...' Fiquei desconcertada repassando o trecho que ele acabara de falar em minha mente. "To hold you through the night and you'll be unaware?" Falei em duvida a primeira coisa que veio em minha cabeça e Arthur sorriu.
"Looking in your eyes, hoping they won't cry and even if they do, I'll be in bed so close to you. To hold you through the night and you'll be unaware…" Ele parou por alguns segundos. "But if you need me I'll be there." Ele sorriu.
'Yay, somos fodas!' Falei rindo. 'Mas... você consegue lembrar de tudo?' Perguntei em duvida.
'Claro que consigo, Lu.' Ele riu. 'Agora só preciso de um começo pra ela, e um ritmo legal.' Ele ficou pensativo por alguns instantes enquanto eu observava o horizonte. '"When the nights are long they'll be easier together." É uma frase legal também.' Ele sorriu me olhando e eu concordei.
'Como você consegue escrever coisas tão lindas?' Perguntei baixo encostando minha cabeça em seu ombro e ele sorriu, mas ficou calado. 'Responde.' Cutuquei a cintura dele que se encolheu rindo.
'Conseguindo, ué.' Ele sorriu me olhando enquanto me abraçava pela cintura. 'Você também conseguiu.' Ele deu de ombros.
'Ná, eu só consegui algumas frases pra rimar, as partes lindas são todas suas.' 
'E no que você pensou pra conseguir as frases que rimassem?' Ele me olhou novamente e eu arqueei a sobrancelha.
'Em nada, só nas palavras pra rimar.' Dei de ombros. 'Você pensa em que?' O olhei e ele balançou a cabeça sorrindo.
'Nada, amor... nada!' Ele me abraçou mais apertado e eu nem tive coragem de perguntar de novo. Ele ainda me deixava completamente sem ar toda vez que me chamava de amor, e ainda com o perfume dele me intoxicando, meu cérebro simplesmente fica incapaz de funcionar direito.


'Acho melhor a gente voltar.' Arthur falou me despertando. Eu havia praticamente dormido com a cabeça encostada em seu peito e seus braços em volta de mim.
'Aqui tá tão bom!' Falei sem abrir os olhos e ele riu.
'Amor, a gente já tá aqui há quase uma hora, daqui a pouco ele vêm aqui nos procurar.' Ele se afastou um pouco e eu abri meus olhos o encarando. 'Vamos?' Arthur perguntou já se levantando e eu resmunguei baixo enquanto ele me dava a mão para ajudar a me levantar.
Caminhamos de mãos dadas em silêncio até a casa que já estava toda acesa e não tinha mais ninguém do lado de fora. Quando estávamos quase entrando uma chuva fina começou a cair nos fazendo correr para não nos molharmos.
'Nossa, bem na hora!' Falei rindo quando entramos.
'A criança de vocês tá quase dormindo ali.' Pedro apontou pra Diego no colo de Micael que lutava para manter os olhos abertos.
'Ih, acho que é hora de nos recolhermos!' Arthur riu. Caminhei até Micael e sorri pegando Diego de seu colo. Ele não falou nada, apenas encostou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos.
'Amor, vamos também?' Sophia perguntou vendo Micael concordar.
'Então vamos todos!' Pedro falou rindo.
Nos despedimos e entramos cada um em seus devidos carros. Diego pegou no sono logo depois que o carro começou a se movimentar. A chuva tinha se intensificado um pouco e o som do carro estava ligado em alguma estação, mas estava tão baixo que a musica se tornou irreconhecível. Observei os faróis acesos dos carros que passavam e depois virei pra Arthur lembrando que ele me devia uma resposta.
'É em mim que você pensa?' Perguntei baixo e ele demorou alguns segundos para me olhar sorrindo.
'Sempre.' Ele beijou minha mão, entrelaçando na sua e eu encostei minha cabeça em seu ombro fechando meus olhos e deixando o sono tomar conta de mim.



41º Capitulo - Addicted

Me observei no reflexo do espelho de corpo inteiro e suspirei passando a mão pelo curto vestido preto. Virei de costas apenas para confirmar mais uma vez se ele não estava curto demais. Me virei novamente de frente e passei a mão pelo cabelo tentando decidir se deixava ele preso ou solto.
'Ugh!' Bufei impaciente. Olhei o relógio no criado mudo, em alguns minutos Arthur estaria em casa. Olhei meu celular tendo uma idéia e o peguei rapidamente selecionando a câmera e tirando uma foto minha no espelho. 
Mandei uma mensagem pra Sophia junto com a foto; 


"Muito curto?"


Mordi o lábio rezando para que ela visse logo a mensagem. Fui até o armário e analisei algumas sandálias de salto alto. Segundos depois me decidi por uma preta com salto fino e um detalhe prateado. Ouvi meu celular vibrar jogado em cima da cama e o peguei rapidamente quando vi que era a resposta de Sophia.


"Nossa, que vestido lindo, quero emprestado! Curto nada, boba, tá lindo! Te vejo daqui a pouco.
Soph xx"



Sorri sozinha sentando na cama e calçando rapidamente as sandálias.
Estava distraída quando ouvi uma risada baixa vinda da porta do quarto, quando olhei vi que Arthur estava encostado no batente me observando com um sorriso bobo no rosto.
'Que foi?' Perguntei sorrindo ainda sentada e ele balançou a cabeça.
'Nada, só to admirando minha namorada.' Ele levantou um poucos os ombros e caminhou até mim estendendo a mão para que eu me levantasse.
'Muito curto?' Perguntei mordendo o lábio depois que ele me analisou de cima a baixo, me fazendo ficar muito sem graça, diga-se de passagem.
'Eu poderia dizer que sim e evitar os milhares de olhares masculinos que você vai receber assim que pisar fora desse apartamento, mas você ficou linda demais pra eu te fazer trocar de roupa.' Ele me abraçou pela cintura e eu sorri.
'Tem certeza? Porque eu achei ele...' Não pude completar a frase já que Arthur colou seus lábios nos meus.
'Tá linda.' Ele falou se afastando um pouco e eu só percebi que ele sorria porque seus olhos sorriram junto. 'Você é linda.' Rolei os olhos rindo baixo e ele encostou a testa na minha respirando fundo. 'Eu sou o cara mais sortudo do mundo!' Arthur se afastou um pouco e ficou me olhando enquanto eu sorria como uma retardada.
'Eu é que sou a mulher mais sortuda do mundo.' Dei um selinho rápido nele. 'E tenho o namorado mais lindo do mundo.' Outro selinho. 'Que vai se atrasar se não for tomar logo banho e se arrumar!' Dei outro selinho e sorri arrancando uma risada dele.
'Ok, você sempre estraga meus momentos de romantismo.' Ele entortou a boca se afastando de mim, mas eu o puxei pela mão.
'Desculpa!' Falei o abraçando pelo pescoço e beijando levemente seus lábios. 'Eu sou uma péssima namorada.' Disse dando beijinhos em sua bochecha. 'E na verdade eu amo quando você fica falando coisinhas românticas e bobas e me faz sentir a mulher mais feliz do mundo.' Acariciei seu rosto suavemente e ele sorriu.
'Essa é a intenção.' Arthur brincou e beijou a ponta do meu nariz. 'Agora deixa eu ir tomar banho antes que a gente se atrase.' Ele me beijou rapidamente e se afastou entrando no banheiro.
Sorri sozinha suspirando e me virei novamente para o espelho tentando fazer diferentes penteados no meu cabelo enquanto eu imaginava se existia alguma forma de tudo ficar mais perfeito do que estava.


'Vaamos, Lu! Você não disse que já estava pronta?' Arthur reclamou parando na porta do banheiro.
'Eu to pronta, calma!' Falei terminando de passar um gloss rosa claro em meus lábios. Arthur bufou enquanto eu me olhava pela milésima vez no espelho. 'Tem certeza que não tá muito curto?' Fiz careta o olhando e ele rolou os olhos.
'Se você não sair desse banheiro agora eu vou te carregar a força!' Ele falou num tom sério, mas sorrindo.
'Ugh, ok, ok!' Fiz cara feia me olhando uma ultima vez no espelho e saí do banheiro. 'Você nunca arruma a gola!' Falei ajeitando a gola da camisa social branca listrada que Arthur usava.
'Sabe que se eu te beijar esse batom vai sair, né?' Ele falou enquanto eu arrumava sua camisa.
'Haha, isso é gloss e não batom. Fora que você não faria...' Ele fez. 
Senti uma de suas mãos apertar minha cintura, enquanto a outra estava em minha nuca, seus dedos entrelaçando em meu cabelo solto. Ele me empurrou um pouco pra trás e eu encostei na parede ao lado do banheiro. Eu sabia que minha roupa ficaria amassada e eu teria que arrumar a maquiagem, mas preferi não me importar com aquilo, os impulsos de Arthur eram sempre nas horas mais impróprias, e bem.. eu os amava.
Sua mão desceu da minha cintura até a minha coxa, levantando um pouco o vestido e me fazendo ofegar. Segurei firme em seu cabelo enquanto sentia meu lábio latejar por causa da intensidade do beijo. Arthur mordeu meu lábio inferior e desceu os beijos pra meu pescoço como se tivesse ouvido meus pensamentos.
'Arthur...' Falei com a voz fraca e ao invés de responder ele voltou a beijar minha boca.
Quando sua mão, ainda embaixo do vestido, subiu até minha cintura, o celular em seu bolso começou a vibrar. Arthur encostou a testa na minha respirando fundo e tirou a mão da minha cintura, pegando o celular e se afastando. Ouvi ele começar a conversar com Micael sobre o jantar e ajeitei o vestido entrando no banheiro para ajeitar rapidamente a maquiagem.
'Lu?' Arthur me chamou minutos depois, e eu saí do banheiro já com a maquiagem retocada. 'Era o Micael, ele não sabe como chega no restaurante, então ele tá vindo e vai seguindo a gente.' Ele sorriu fraco e eu concordei com um aceno de cabeça. 
'Sempre o Micael.' Resmunguei baixo sem a intenção de que Arthur ouvisse, mas ele ouviu e riu alto me deixando sem graça.
'Um dia a gente se vinga!' Ele pegou minha mão e fomos até a sala onde Diego assistia televisão com Kat.
'Hey, hora de dormir, mocinho!' Me agachei na frente dele que balançou a cabeça negando. 'Não tá com sono ainda?' Olhei o relógio e vi que já eram quase dez horas da noite.
'Não.' Ele sorriu.
'Ok, mas não dorme muito tarde, tá bom?' Ele concordou e eu lhe dei um beijo na bochecha rapidamente. 'Kat, qualquer coisa liga no meu celular ou no do Arthur!' 
'Tranquilo, Lu.' Ela sorriu concordando enquanto Arthur beijava a cabeça de Diego.
'O Micael já deve estar chegando.' Arthur falou abrindo a porta de casa.
Quando saímos da garagem o carro de Micael já estava lá, acenamos pra ele e seguimos para o restaurante com ele logo atrás.


'Wow, nunca tinha entrado aqui!' Falei observando o restaurante. Além de ser enorme, tinha uma decoração linda, com enormes lustres e teto envidraçado.
'Eu também não!' Micael e Sophia falaram juntos nos fazendo rir.
 'Ali o pessoal.' Arthur apontou para uma mesa grande, mais ao fundo onde Chay, Mel, Pedro e Rayana conversavam animados.
'Começaram a beber sem mim?' Micael perguntou alto quando chegamos mais próximos da mesa.
'Vocês demoraram demais, cara!' Chay se levantou sorrindo. 'Aposto que foi culpa do casal!' Ele apontou pra mim e pra Arthur e eu dei língua, quando olhei pra Arthur vi que ele apontava pra mim como se dissesse que a culpa era minha.
'Hei, parte da culpa é sua também!' Dei um tapinha fraco em seu braço e ele sorriu.
Depois que falamos com todo mundo, nos sentamos e o garçom nos serviu com o vinho que já estava em cima da mesa.
'Agora o brinde!' Pedro falou animado levantando a taça que estava em sua mão. 'Ao sucesso do McFly, porque a gente merece!!' Rimos enquanto brindávamos animados.
 'E um brinde as nossas namoradas, claro! Sem elas a gente não seria nada!' Chay completou e eu, Soph, Mel e Rayana concordamos sorrindo.
'Quem são os escolhidos que vão voltar dirigindo essa noite?' Micael brincou e todos nos entreolhamos, caindo na risada logo depois.
'O taxista!' Arthur falou antes de beber o vinho.




'Argh, aquela menina me dá nos nervos.' Eu conversava com Sophia sobre uma garota da faculdade. Estávamos alheias à conversa que todos os outros estavam tendo. 'Esse já é o segundo professor que ela tem um caso, quando ela se formar já vai ter passado por todo o corpo docente da faculdade!' Rimos.
'Richard, o outro professor que ela teve um caso, se separou um pouco depois que a noticia do casinho deles se espalhou. Disseram até que ela estava grávida, mas perdeu o filho. Duvido muito.' Sophia deu de ombros e eu concordei fazendo careta. 'Mas mudando de assunto, eu realmente quero esse seu vestido emprestado!' Ela sorriu observando meu vestido preto.
'Gostou tanto assim?' Arqueei a sobrancelha e ela concordou. 'Ainda acho ele um pouco curto demais, mas você e o Arthur falaram tão bem que eu desisti de trocar.'
'Hm, o namoradinho gosto foi?' Ela sorriu maliciosamente e olhou a mão de Arthur que estava sob minha perna cruzada, acariciando meu joelho.
'Você não presta.' Balancei a cabeça e ela riu.
'Duvido que não vá rolar um after party quando vocês chegarem em casa.' Ela piscou.
'Na verdade...' Falei um pouco mais baixo. 'Já quase rolou um beforeparty.' Ela abriu a boca e depois sorriu. 
'Eu realmente mesmo quero esse vestido emprestado!' Rimos.
'Amor.' Arthur chamou minha atenção e eu me virei pra ele que apontou o cardápio da mão de Micael. 'Você prefere prato individual ou dividir?' 
'Hm... tanto faz! Pede alguma coisa que a gente divide.' Sorri e ele concordou voltando sua atenção para o cardápio. 
Observei os sete ali na mesa e sorri para mim mesma. Todos os garotos comprometidos e felizes com suas namoradas, a banda com gravadora já prestes a gravar um cd, não tinha como nada ficar melhor. Aquele era o ambiente eu que eu mais me sentia bem, com meus amigos, meu namorado, só faltava meu filho. Era ali onde eu sempre quis estar, do lado do Arthur, vendo ele realizar o maior sonho da vida dele e me sentindo mais amada do que eu jamais havia sentido. 


'Ai, eu quero uma mousse de chocolate!' Falei depois que os pratos já tinham sido tirados de cima da mesa. Estávamos todos conversando e fazendo planos adiantados para a turnê dos meninos. Eu estava com a cabeça encostada no ombro de Arthur enquanto seu braço envolvia minha cintura.
'Chocolate engorda e dá celulite.' Ele falou me olhando.
'Chocolate é bom e me faz feliz.' Dei de ombros o ouvindo rir.
 'Amiga, vamos no banheiro. Quer vir?' Sophia falou se levantando e eu vi que Mel e Rayana faziam o mesmo.
'Claro!' Me levantei rapidamente também.
'Mulheres e o mistério do banheiro!' Micael riu. 'Um dia descubro o que vocês tanto fazem lá dentro. Não dá pra ir uma de cada vez?' Ele nos olhou e nós negamos em coro.
Deixamos os quatro conversando na mesa e fomos até o banheiro que ficava no andar de cima do restaurante. Havia um grande salão na parte de cima, mas que naquela noite estava vazio, talvez por ser dia da semana. Um longo corredor nos levava até o banheiro, a porta do sanitário masculino ficava um pouco antes que a do feminino.
 'Lu, amei seu vestido!' Rayana comentou sorrindo, antes que eu agradecesse Sophia me interrompeu.
 'Entra na fila pra pegar emprestado, amiga!' Rimos. 'Esse vestido é mágico!' Ela piscou pra mim enquanto Mel e Rayana nos olharam sem entender.
'Hm... digamos que o Arthur também adorou.' Falei ficando um pouco sem graça e elas riram.
 'After party...' Mel cantarolou e eu ri.
'Aposto que o Chay também amou o seu!' Falei apontando para seu vestido azul escuro que também era um pouco curto. 
'As after parties de hoje à noite irão ferver!' Sophia comentou se olhando no espelho nos fazendo rir. 
Depois de quase dez minutos nos olhando no espelho, retocando a maquiagem e fofocando, saímos de banheiro rindo com alguma besteira que Soph tinha dito.
'Ai droga, esqueci de retocar o gloss. Já volto!' Falei voltando rápido para o banheiro enquanto as meninas me esperavam perto da escada.
O banheiro vazio fazia cada passo meu ecoava, dando um tom um pouco sinistro e fazendo com que eu me apressasse. Quando eu toquei na maçaneta da porta, alguém entrou rapidamente me puxando pra dentro me fazendo quase gritar.
'Arthur! Puta merda, quer me matar de susto?' Falei num tom baixo e histérico ao mesmo tempo. 'O que diabos você tá fazendo no banheiro feminino?' Olhei assustada para a porta quando ouvimos um barulho do lado de fora, e ele me puxou para a ultima cabine que era um pouco maior que as outras. Esperamos alguns segundos em silêncio, mas ninguém adentrou o banheiro. O olhei pedindo por uma resposta e ele sorriu de lado.
'Só quero aproveitar um pouco da minha namorada, ué.' Ele falou baixo aproximando o rosto do meu.
'Arthur, no banheiro?' Perguntei tentando ficar séria, mas acabei rindo fraco quando ele começou a beijar meu pescoço. 'Aguiar, você exagerou um pouco na bebida.' Me afastei um pouco para olhar seu rosto.
'E você me torturou a noite toda com esse vestido, ou bem.. a falta dele!' Ele riu.
'Hei, eu perguntei se estava curto e você...' Só pra vaiar um pouco ele não me deixou terminar a frase, já que me prensou na parede e começou a me beijar com força. Uma de suas mãos deslizou pela lateral do meu corpo me provocando e chegou até a minha coxa levantando um pouco o vestido. E a culpa de tudo aquilo era do Micael por não ter deixado Arthur fazer o que queria em casa, e agora estava querendo fazer no banheiro de um restaurante.
'Espera!' Falei partindo o beijo assustada. 'As meninas estão me esperando lá fora.' Imaginei elas voltando ao banheiro para me procurar, mas Arthur sorriu balançando a cabeça.
'Dispensei elas.' Ele deu de ombros.
'E agora todo mundo sabe que a gente tá se pegando no banheiro?' Perguntei um pouco desesperada e ele riu alto.
'Acredito que eles irão suspeitar. Mas falei pra elas que ia pedir pra você me esperar porque eu precisava ir urgentemente ao banheiro, posso ser um bom ator quando eu quero.' Ele deu de ombros. 'Agora quer parar de se importar com os outros e se concentrar no o momento?' Ele riu.
'Ah sim, claro. Eu e você no banheiro de um restaurante chique, momento histórico, vai pro meu livro.' Brinquei tentando não rir alto.
'O momento histórico ainda nem começou, meu bem!' Ele sorriu de lado me fazendo perder a linha do pensamento e mordeu meu lábio inferior me fazendo respirar fundo.
Sua mão que estava em minha coxa, agora já deslizava por minha cintura debaixo do vestido me fazendo esquecer que aquilo era um banheiro. Agarrei firmemente em seu cabelo e sua boca procurou pela minha rapidamente. Inconscientemente eu rezava pra ninguém entrar no banheiro e atrapalhar aquilo, por mais que eu achasse absurdo, Arthur sempre sabia exatamente como me provocar, ele sabia que eu não diria não pra ele.
Senti a mão de Arthur brincar com o elástico da minha calcinha e mordi seu lábio com força ouvindo um gemido que eu deduzir ser de excitação, já que isso pareceu o ter estimulado e quando eu percebi minha calcinha já estava em meus pés. Arthur riu contra meus lábios quando eu tentei totalmente sem jeito abrir o cinto de sua calça, suas mãos passeando por meu corpo praticamente nu, já que o vestido estava levantado, não facilitavam nem um pouco meu trabalho. Antes que sua calça caísse, ele pegou rapidamente a camisinha que estava em sua carteira e esperou entre gemidos de impaciência enquanto eu descia lentamente sua boxer.
'Pára de provocar, caralho!' Ele reclamou com os olhos fechados e eu ri baixo.
'Se você pode, eu também posso!' Falei o olhando, e ele sorriu voltando a me beijar, mais calmamente dessa vez já que ao mesmo tempo ele tentava colocar a camisinha rapidamente. Quando ele finalmente conseguiu, me puxou pela cintura me fazendo dar um impulso e cruzar minhas pernas em sua cintura.
Tivemos que controlar cada gemido e até suspiros que dávamos por medo de que alguém entrasse no banheiro. Meus lábios latejavam por causa da intensidade dos beijos, e eu sentia que os dedos de Arthur deixariam algumas marcas em minha coxa, tamanha era a força que ele apertava. Um gemido escapou por entre seus lábios avisando que ele estava quase lá, e ele escondeu o rosto na curva do meu pescoço deixando algumas marcas por ali.


Alguns minutos depois...
Desci do colo de Arthur sentindo minhas pernas falharem quando toquei o chão e respirei fundo ainda sentindo meu coração acelerado Senti seus lábios tocarem os meus, agora com extrema delicadeza e sorri.
'Ok, a gente precisa fazer isso mais vezes!' Arthur falou com um sorriso brincando em seus lábios.
'Contanto que não seja em um banheiro, correndo o risco de sermos flagrados!' Brinquei.
'Mas essa é a graça!' Ele fez uma cara indignada enquanto vestia novamente a boxer e a calça. 'É muito mais excitante saber que existe a possibilidade de sermos pegos!' Ele riu.
'É, além de ser totalmente aterrorizante!' Falei fazendo careta.
'Claire, eu não posso falar agora!' Ouvimos uma voz entrar no banheiro e nos encaramos sem saber o que fazer. Estávamos tão distraídos que não ouvimos os saltos da mulher do lado de fora, que agora faziam barulho enquanto ela andava de um lado para o outro do banheiro, falando no telefone ao que parecia.
Me aproximei da porta e olhei pela fresta, a mulher vestia uma blusa rosa choque e estava em frente ao espelho falando tão rapidamente que ficava difícil entender. Senti Arthur se aproximar de mim e me abraçar por trás apoiando seu queixo em meu ombro.
'Que foi?' Ele perguntou num tom de voz quase normal, como se estivéssemos sozinhos no banheiro e eu fiz sinal pra ele não falar nada. Pela fresta vi que a mulher ouviu a voz dele, ou pensou ouvir, já que ela olhou na direção da cabine em que estávamos, mas logo depois voltou a atenção para o telefone.
'Tá maluco?' Perguntei quase inaudivelmente e ele sorriu.
Senti Arthur depositar um beijo em minha cabeça e depois bufar baixinho, demonstrando que estava entediado. Suspirei observando a mulher que parecia agora ter uma discussão qualquer, empurrei Arthur pra trás quando a vi recomeçar a andar de um lado pro outro do banheiro. Arthur me olhou impaciente e sentou no vazo me puxando pra sentar no colo dele.
'Que saco, quero sair daqui!' Falei bufando enquanto Arthur me abraçava pela cintura e eu passava um braço por seu pescoço. 'Daqui a pouco todo mundo vai embora e nos deixam aqui!' Repentinamente lembrei de nossos amigos que também estavam lá.
'Ná, eles não pagariam a conta pra gente!' Ele riu baixo e eu controlei o riso.
Olhei pra porta vendo a mulher passar por ali pela milésima vez e rolei os olhos. Arthur deu um beijo carinhoso em meu ombro e eu o olhei sorrindo.
'Esse banheiro nos adora.' Ele me abraçou mais apertado pela cintura e eu concordei selando nossos lábios. Já que íamos ficar presos ali, até aquela maluca resolver sair do telefone, então eu iria aproveitar meu namorado. Fiz carinho em sua nuca enquanto sentir nossas línguas brincarem, e os choques eletrizarem meu corpo como de costume.


Ouvimos a porta do banheiro depois de alguns (longos) minutos, e eu parti o beijo arqueando a sobrancelha.
'Será que ela foi embora?' Sussurrei e Arthur deu de ombros. Me levantei e abri a porta fazendo o mínimo barulho possível. Aparentemente o banheiro estava vazio. Chamei Arthur e fui na frente para ver se o corredor também estava vazio. 'Vem, rápido!' O puxei pela mão e finalmente saímos do banheiro.
'Ah, realidade cruel!' Arthur falou enquanto descíamos as escadas me fazendo rir.
'Se prepara pra ouvir as piadinhas agora.' Falei baixo antes de chegarmos até a mesa em que nossos amigos estavam. 
'Tava mal, hein, Arthur?' Micael tinha que ser o primeiro com as piadas.
'Acho que foi alguma coisa que eu comi mais cedo no estúdio.' Arthur passou a mão pela barriga fazendo careta. É, ele podia ser um bom ator quando queria. 'Perdemos alguma coisa?' Ele comentou casualmente se sentando e os outros deram risadinhas discretas. Sophia me lançou um olhar de 'quero saber tudo depois' e eu sorri sem graça.
'Nada demais, e a gente... perdeu muita coisa?' Dessa vez Pedro resolveu ser engraçadinho. Arthur me olhou sorrindo.
'Ná.' Ele falou simplesmente e deu de ombros nos fazendo rir.


'Vamos?' Chay falou aproveitando um momento de silêncio, o que era raro já que estávamos todos bebendo licor e conversando sobe todos os assuntos possíveis. A conta já estava paga, mas continuávamos sentados ali conversando. As caras dos garçons não eram das mais agradáveis, éramos os únicos clientes restantes ali, e eu tinha a impressão de que dentro de minutos seriamos educadamente expulsos dali.
'Amoooor, você dirige?' Um Micael um pouco alto falou rindo abobalhado. Sophia rolou os olhos e pegou a chave da mão dele.
'Quer que eu dirija?' Olhei pra Arthur ao meu lado.
'Eu não to bêbado, Lu!' Ele sorriu.
Nos despedimos dos outros enquanto esperávamos os manobristas trazerem os carros e Sophia me abraçou rapidamente.
'Quero saber de tudo amanhã!' Ela riu me deixando sem graça. 'E nem tente fugir.' Ela mandou beijos indo em direção ao carro de Micael.
'Haha, se ferrou!' Arthur riu enquanto entravamos no carro e eu o olhei sem entender. 'Vai ser impossível fugir da Soph amanhã.' Ele piscou. 'Adoro ser homem nessas horas... e em todas as outras também!' Rimos.
'Precisamos de mais noites como essa.' Falei suspirando e vi Arthur abrir um sorriso tarado. 'Idiota!' Lhe dei um tapinha no braço e ele riu alto.
Procurei o porta cd, e coloquei a trilha sonora de Um Lugar Chamado Notting Hill para tocar. Um dos melhores filmes e uma das melhores trilhas sonoras, eu simplesmente amava. Pulei para a segunda musica sem me ligar muito em qual era e deixei que a melodia calma ganhasse o carro. ( I Do (Cherish You) – 98º )


All I am, All I'll be
( Tudo o que eu sou, tudo o que serei )
Everything in this world, all that I'll ever need
( Tudo nesse mundo, tudo que eu sempre precisei )
Is in your eyes shining at me
( Estão em seus olhos brilhando pra mim )
When you smile I can feel all my passion unfolding
( Quando você sorri posso sentir toda minha paixão desabrochando )



Your hand brushes mine
( Sua mão toca levemente a minha )
And a thousand sensations seduce me cause I
( E mil sensações me seduzem porque eu )



I do cherish you for the rest of my life
( Eu realmente te amo pelo resto da minha vida )
You don't have to think twice, I will love you still
( Você não tem que pensar duas vezes, eu ainda te amarei )
From the depths of my soul it's beyond my control
( Do fundo da minha alma está fora do meu controle )
I've waited so long to say this to you
( Esperei muito tempo pra te dizer isso )
If you're asking do I love you this much, I do
( Se você se perguntar se eu te amo esse tanto, eu amo )


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