segunda-feira, 30 de abril de 2012

It will always be forever. . .
















Addicted


50º Capitulo - Addicted *O Fim*




"Tudo começou com uma promessa"









A Tatuagem


Capítulo 2 - That’s what I go to school for !

Junho de 2007, 5 anos atrás

- Mais um ano que se passa... Estou com 15 anos, no primeiro ano do ensino médio e nada mudou!
- Como assim nada mudou?! Agora temos peitos! Outch! Por que você me bate o tempo todo?! Vou perder meu cérebro daqui a pouco!
- Você só fala besteira, nunca vi! E você não vai perder o cérebro porque não se perde o que não se tem!
- Tá bom, eu posso não ter cérebro, mas eu tenho coragem, coisa que você nunca teve!

A Tatuagem


Capítulo 1 – Numa época em que uma agulha caindo no chão é motivo pra se jogar da janela...

Voltando a fita e passando rapidamente por alguns anos!

Londres, Fevereiro de 2005 - 7 anos atrás.

Pipipipi-pipipipi... 6:45 da manhã, despertador tocando. ‘Eu não estava com nenhuma saudade da sua voz, sabia?!’ Ela pensava enquanto tateava a mesinha ao lado da cama procurando o despertador pra desligá-lo. Depois de derrubar meio mundo de coisinhas e finalmente desligar o despertador, ela deixa seu braço esquerdo "despencar" pra fora da cama e em seguida o mesmo com a perna esquerda. Abrir os olhos era a última coisa que Lua pensava em fazer.


A Tatuagem



Descrição: Ficaram sem se ver por alguns anos depois que ele se mudou. Mas o que acontece quando se reencontram numa feliz
coincidência? ‘OMG ele ta tão homem agora, não é mais aquele garoto que ficava sentado na escada da escola matando a aula de matemática comigo… Droga! Tanta gente no mundo e meu primo tinha que ser amigo justo DELE! O que eu fiz pra merecer isso, hun? E por que eu estou tão incomodada, afinal de contas? Ele também já foi meu amigo… Veja pelo lado bom: pelo menos, ele não deve se lembrar da última vez que a gente se viu!’.



Gênero: Romance/Comédia/Drama/Suspense.


Classificação: 10 anos ( Cada um sabe o  que lê )

Addicted

49 °Capitulo - Addicted


Fã do Mês

Fã do mês 







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"Tudo começou com uma promessa"





Por causa de uma herança um casamento arranchado é criado, mais o amor surge dele de verdade.


Addicted

48º Capitulo - Addicted

Capitulo Narrado por Arthur
Observei minha imagem no espelho achando aquela roupa engraçada, não podia negar que ficava bem em mim. Meu cabelo estava estranhamente arrumado, não havia um fio fora do lugar. Passei a mão por eles achando-os mais lisos que o normal.
Suspirei vendo o reflexo da sala vazia no espelho, meu estômago insistia em dar milhares de voltas me fazendo ter a estranha sensação de que a qualquer momento eu podia botar pra fora tudo o que tinha ingerido naquele dia. Não que eu tivesse comido muita coisa, o nervoso não me permitiu. Observei o relógio na parede, achando aquele tic tac mais irritante do que nunca, e vi que ainda faltavam quarenta e cinco minutos. 

Addicted 2

Addicted

47º Capitulo - Addicted

Faltava pouco mais de uma hora para o embarque, mas a atendente do balcão de check in avisou que alguns vôos estavam atrasados por causa da chuva forte. Me xinguei mentalmente por não ter levado nenhum livro ou revista para ler, e resolvi ir até a livraria tentar encontrar algo que me distraísse, e distraísse Diego também. 






domingo, 29 de abril de 2012

Addicted

46º Capitulo - Addicted

(n/a: aconselho ir botando pra carregar; It Ends Tonight – All American Rejects


O relógio na cômoda marcava às duas da manhã. Diego estava adormecido ao meu lado, observei seu rosto angelical e sorri sozinha no escuro do quarto, dentro de algumas horas tudo ficaria bem. 

Addicted

46º Capitulo - Addicted

(n/a: aconselho ir botando pra carregar; It Ends Tonight – All American Rejects


O relógio na cômoda marcava às duas da manhã. Diego estava adormecido ao meu lado, observei seu rosto angelical e sorri sozinha no escuro do quarto, dentro de algumas horas tudo ficaria bem. Me levantei indo até o banheiro e encarei minha imagem no espelho, as marcas roxas embaixo dos meus olhos pareciam se intensificar a cada dia. Meus cabelos estavam presos em um coque frouxo e descuidado e meu corpo parecia magro e frágil demais. Talvez Sophia tivesse razão, eu estava mesmo morrendo por dentro e nem me dei conta disso.
Liguei a torneira deixando uma grande quantidade de água se acumular em minhas mãos e depois passei a água em meu rosto numa tentativa frustrada de melhorar minha aparência morta. Nem ousei me olhar novamente no espelho, apenas enxuguei meu rosto e voltei para o quarto acendendo a luz do abajur. As malas no chão já estavam fechadas desde o dia anterior, uma grande e uma menor, além da bagagem de mão. Algumas coisas eu deixei no apartamento, outras ficariam na casa de Soph, havia muitas lembranças que eu não queria levar comigo. 

Saí do quarto com cuidado para não acordar Diego e ouvi um choro baixo vindo do quarto ao lado, Sophia. Senti meu coração se estilhaçar, eu estava deixando pra trás algo muito pior que toda uma vida, eu estava deixando pra trás uma pessoa que sempre esteve ao meu lado, tanto nos momentos felizes como nos tristes. A pessoa que mais me apoiou e me deu bronca ao longo dos últimos anos. Deixar ela ali era como deixar uma parte de mim. Uma lágrima desceu livremente por meu rosto e eu respirei fundo caminhando até a porta do outro quarto e dando uma batida leve. O "entre" baixo de Micael atingiu meus ouvidos como um grito ensurdecedor.
Abri a porta com minhas mãos tremendo e paralisei com a imagem de Sophia chorando nos braços de Micael. Saber que eu era a culpada por aquelas lágrimas que ela derramava era como uma faca enfiada em meu estômago. A dor passava longe de ser suportável, mas eu tinha escolhido aquilo. Eu havia sido egoísta o suficiente para pensar que eu seria a única machucada com toda aquela história. Pisquei meus olhos caindo novamente na realidade e encontrei os olhos magoados de Micael me encarando. 
'Micael, você pode me ajudar com as malas?' Perguntei sentindo minha voz quebrar na ultima palavra. Ele concordou com um aceno de cabeça, deu um beijo na testa de Soph e se levantou deixando a namorada encolhida na cama passando por mim sem nem me olhar. 
Outro soluço de Sophia estilhaçou novamente meu coração. Uma lágrima salgada chegou até meus lábios e só então percebi que estava chorando também. 
Passei a mão por meu rosto o enxugando e caminhei até a cama hesitando antes de sentar na beirada. Sophia se encolheu ainda mais quando estendi minha mão e toquei seu braço. Ela segurou minha mão com força e fungou fortemente me fazendo levar a mão até a boca para controlar um soluço alto. Me aproximei de Soph com cuidado e ela levantou a cabeça fazendo com que todo o ar em meus pulmões sumissem ao encontrar a dor estampada em seus olhos. A abracei com força afundando meu rosto na curva de seu pescoço e ela fez o mesmo comigo. 
Sophia não falou nenhuma palavra durante todos os quase cinco minutos em que ficamos abraçadas, nós apenas compartilhamos uma dor que ninguém poderia imaginar a dimensão. Ela sabia que não iria adiantar falar qualquer coisa, que nenhuma palavra, nenhum argumento seu me faria voltar atrás. Durante todos os dias desde que decidir ir embora ela tentara em vão me fazer mudar de idéia e ficar em Londres, mas eu sabia o que tinha que fazer. Eu precisava sair dali, dar uma chance a mim mesma de esquecer tudo e tentar recomeçar minha vida longe daquela cidade, daquele país, e principalmente... daquelas lembranças. 

Funguei passando a mão por meu rosto molhado e vi Sophia fazer o mesmo. Um barulho vindo da porta do quarto chamou nossa atenção e quando me virei pra olhar, vi Micael passando a mão sem jeito pelo cabelo. 
'As malas já estão perto da porta, e eu já chamei o táxi.' Ele sorriu sem vontade e eu acenei com a cabeça agradecendo. 
'É melhor eu ir, tá chovendo e eu não quero correr o risco de me atrasar.' Falei baixo e me virei novamente pra Soph. Ela segurou minha mão por alguns segundos e depois se levantou me puxando junto. Fomos em silêncio até o quarto em que Diego estava e eu o observei adormecido sem coragem de acordá-lo. Me aproximei lentamente da cama e me agachei ao lado dele tomando cuidado para não soluçar alto. Passei a mão por seus cabelos enquanto ouvia sua respiração tranqüila. Respirei fundo antes de pegá-lo em meu colo vendo-o despertar sem vontade. 
'Mãe?' Sua voz saiu num sussurro e eu beijei sua testa.
'Volta a dormir, meu amor. Tá tudo bem!' O ajeitei em meu colo deitando sua cabeça em meu ombro e esperei alguns instantes para que ele voltasse a dormir. 
'O táxi já chegou.' Micael avisou chegando na porta do quarto. 
Olhei pra Soph vendo-a apertar os lábios para controlar o choro e me aproximei dela pegando em sua mão e apertando-a carinhosamente. Caminhamos até a sala que só estava sendo iluminada pela luz fraca do abajur ao lado do sofá e Micael abriu a porta saindo para chamar o elevador. Abracei Sophia com cuidado para não acordar Diego. 
'Desculpa.' Minha voz saiu falha e ela me apertou mais no abraço. 'Não esquece nunca que você é uma das pessoas mais importantes da minha vida e que eu não sou nada sem você!' Sussurrei tentando manter minha voz estável. 'Eu amo você.' Beijei sua testa e ela sorriu fraco. 
'Também amo você. E eu vou tá sempre aqui torcendo por você e rezando pra você voltar logo!' Ela beijou minha mão e eu sorri. 'Tchau.' Ela sussurrou e eu me afastei de costas até a porta enquanto ela permaneceu parada onde estava. Se eu bem a conhecia, um passo ali e ela desabaria. Quando a porta se fechou e eu levei minha mão até o peito sentindo a dor ficar ainda mais insuportável. 
Micael me observava em silêncio segurando a porta do elevador, senti pena dele quando imaginei o estado em que Sophia estaria quando ele voltasse pro apartamento. Diego se mexeu desconfortável em meu colo enquanto eu entrava no elevador e eu me abalancei calmamente para tranqüilizá-lo. 
Quando chegamos ao hall vi que a chuva parecia ter ficado ainda mais forte. O porteiro ajudou Micael com as malas e eles as levaram até o táxi. 
'Sabe que eu não me importaria de te levar até o aeroporto, né?' Micael falou caminhando até mim e eu concordei com um sorriso. 
'Eu não iria agüentar.' Balancei a cabeça respirando fundo. 'Brigada, Micael, por tudo!' O abracei pela cintura e senti seus longos braços me apertarem contra si. 'Durante todos esses anos você sempre foi como um irmão, e eu nunca teria palavras suficientes pra explicar o quanto você significa pra mim.' Sorri mesmo sem ele ver e senti ele depositar um beijo no topo de minha cabeça. 
'É bom saber que o que eu sento é recíproco!' Ele se afastou sorrindo e eu percebi que havia lágrimas acumuladas em seus olhos. 'A gente vai tá sempre aqui esperando vocês voltarem.' Ele apontou pra Diego e depois esfregou um olho. 
'Não esqueçam de me mandar o convite do casamento, e eu exijo ser madrinha!' Falei brincando e ele riu. 
'Acho que isso não vai demorar muito pra acontecer.' Ele admitiu sem graça e eu abri um sorriso enorme e sincero. 
'Vocês vão ser sempre minha segunda família.' Segurei forte em sua mão. 'Eu amo você, Micael, muito mesmo!' Uma lágrima escapou de seus olhos e eu passei a mão por seu rosto. 
'Amo você também, irmã!' Ele beijou a palma da minha mão. 'Agora vai lá antes que o taxista te deixe aqui!' Ele apontou para a rua escura do lado de fora e eu concordei. 
O olhei uma ultima vez antes de me afastar e sorrir em agradecimento para o porteiro que me esperava com um guarda chuva. Caminhamos até o táxi e antes de fechar a porta pra mim ele desejou uma boa viagem. 

 A chuva batia no carro fortemente fazendo barulho enquanto eu tentava me distrair observando as gotas escorrerem pelo vidro rapidamente. Diego estava adormecido em meu colo, sua cabeça encostada em meu ombro, a boca entreaberta e o peito subindo e descendo em movimentos calmos como sua respiração. As poucas luzes da cidade iam passando e eu as observava tentando ter minhas ultimas lembranças daquela cidade, daquele país.  ( n/a:botem a música pra tocar )

Your subtleties they strangle me 
( Suas sutilezas enforcam-me ) 
I can't explain myself at all 
( Eu não posso me explicar ) 
And all that wants and all that needs 
( E tudo que quer e tudo que precisa ) 
All I don't want to need at all 
( Tudo que eu não quero precisar ) 

The walls start breathing my minds unweaving 
( As paredes começam a respirar minha mente se desembaraça ) 
Maybe it's best you leave me alone 
( Talvez seja melhor você me deixar sozinho ) 
A weight is lifted on this evening 
( Um peso é levantado nesta noite ) 
I give the final blow 
( Eu dou o último golpe ) 

When darkness turns to light, 
( Quando a escuridão se tornar luz ) 
It ends tonight, it ends tonight 
( Isso terá fim hoje à noite, isso terá fim hoje à noite ) 


O celular vibrou dentro da minha bolsa e eu o peguei estranhando alguém me ligar àquela hora. Olhei o visor e vi que era uma mensagem do celular de Chay. 

"Vamos sentir sua falta, manda noticias e volta logo! 
Te amamos! 

Chay e Mel xx" 


 Sorri sentindo novamente as lágrimas encherem meus olhos e funguei para controlá-las. Eu mal tivera tempo de me despedir dos meus amigos, ou talvez eu não quisesse realmente me despedir deles. Não eram as ultimas imagens que eu queria ter deles, as do aniversário de namoro do Chay e da Mel eram melhores, eles estavam felizes e eu estava feliz por eles. Tentei me lembrar claramente do sorriso de cada um deles, tinha medo que um dia essas imagens se apagassem da minha memória. Fechei os olhos encostando minha cabeça no banco e tentei disfarçar a dor que latejava em meu peito. 

A falling star least I fall alone
( Uma estrela cadente pelo menos eu caio sozinho ) 
I can't explain what you can't explain 
( Eu não posso explicar o que você não pode explicar ) 
Your finding things that you didn't know 
( Você achou coisas que você não sabia ) 
I look at you with such disdain 
( Eu olho pra você com tanto desprezo ) 

The walls start breathing my minds unweaving 
( As paredes começam a respirar minha mente se desembaraça ) 
Maybe it's best you leave me alone 
( Talvez seja melhor você me deixar sozinho ) 
A weight is lifted on this evening 
( Um peso é levantado nesta noite ) 
I give the final blow 
( Eu dou o último golpe) 




Flashback on. Antes do assidente

'Ah, e a culpa agora é minha?' Gritei o encarando. 
'Claro que é, de quem mais seria?' Ele falou no mesmo tom sem desviar o olhar das ruas. 
'Você é tão egocêntrico que não consegue ver o que tá na sua frente! Pra você a errada sempre sou eu, você é sempre o certinho. Eu cansei das suas burradas, Arthur!' 
'Egocêntrico? Não fale o que você não sabe, Lua! Por milhares de vezes eu tentei salvar a nossa relação, mas você é sempre insegura demais. Eu cansei de te ver chorando pelos cantos e de me sentir culpado por isso quando muitas vezes a culpa na verdade nem era minha!' Ele me olhou com raiva. 
'Eu não sou a única insegura aqui, Arthur! Você sabe bem disso!' Cruzei meus braços respirando fundo. 
'E hoje a noite foi o quê? Seu ataquezinho de insegurança estragou tudo mais uma vez!' Ele deu um soco no volante. 
'Aquilo não foi um ataque de insegurança!' Falei indignada. 
'E foi o quê? Ciúmes?' 
'Aquilo foi raiva, Arthur! Muita raiva! Raiva por você sempre fingir que não está acontecendo nada, raiva por você sempre me deixar em segundo plano, raiva por você nunca ter amadurecido o suficiente pra encarar tudo que aconteceu entre a gente e nunca ter admitido o que sentia por mim.' Senti as lágrimas que eu estava tentando controlar descerem por meu rosto. 
'Você não sabe o que eu ia fazer hoje à noite! Não venha me dizer que eu não amadureci o suficiente. Eu sempre deixei claro o que eu sentia por você!' 
'Eu sei exatamente o que você ia fazer hoje à noite.' Falei num tom mais controlado e ele me olhou. 
'Se você sabia, porque porra fez aquele teatro todo, Lua?' Seus olhos estavam cheios de raiva, mas eu me recusava a me encolher e aceitar tudo aquilo. 'Você diz que eu sou imaturo e não admito meus sentimentos, e não olha pra você mesma!! Você é muito pior que eu, a única egoísta daqui é você...' 
'Arthur!' Falei vendo o carro passar para a outra pista, na contra mão. 
'Deixa eu falar, porque agora você vai ter que aceitar a verdade...' 
'O CARRO!!!' Falei desesperada apontando para as luzes que vinham contra o nosso carro e ele olhou rapidamente para frente, apenas a tempo de desviar o carro numa freada brusca fazendo o outro carro bater na traseira do nosso. O carro girou algumas vezes.




Flashback off

When darkness turns to light
( Quando a escuridão se tornar luz ) 
It ends tonight, it ends tonight 
( Isso terá fim hoje à noite, isso terá fim hoje à noite ) 
Just a little insight will make this right 
( Só um pouco de perspicácia faria isso certo ) 
It's too late to fight 
( É muito tarde para lutar ) 
It ends tonight, it ends tonight 
( Isso terá fim hoje à noite, isso terá fim hoje à noite ) 


'Senhora!' Abri os olhos assustada e vi o motorista do táxi me olhando estranho. 'Já chegamos!' Ele apontou para fora da janela e eu vi que estávamos parados no desembarque do aeroporto. 
'Ah sim, desculpe!' Falei sem graça ainda sentindo meu peito subir e descer rapidamente. 
'Vou pegar as malas.' Ele saiu do carro e eu inspirei o máximo de ar possível expirando-o lentamente depois. Repeti isso três vezes até ter certeza de que meu coração não ia sair pela boca a qualquer momento e peguei o dinheiro separado na carteira. 
Saí do carro enquanto Diego despertava em meu colo e entreguei o dinheiro ao motorista sorrindo agradecida. As malas já estavam no carrinho, a luz forte que vinha de dentro do aeroporto ainda incomodava um pouco minha vista. 
'Mãe?' Diego esfregou os olhos e eu o botei no chão me agachando em sua frente. 'Onde a gente tá?' Ele olhou para o aeroporto. 
'A gente tá no aeroporto, meu amor. Lembra que a mamãe te falou daquela viagem?' Ele concordou com um aceno de cabeça. 
'E o papai?' Fechei os olhos suspirando. 
'O papai... vai encontrar com a gente depois.' Sorri acariciando seu rosto. 'Vamos?' O peguei pela mão, e com a outra empurrei o carrinho com as malas. 

Now I'm on my own side 
( Agora eu estou do meu próprio lado ) 
It's better than being on your side 
( É melhor do que estar do seu lado ) 
It's my fault when you're blind 
( É minha culpa quando você está cego ) 
It's better that I see it through your eyes 
( É melhor que eu veja através dos seus olhos ) 
All these thoughts locked inside 
( Todas essas verdades trancadas aqui dentro ) 
Now you're the first to know 
( Agora você é o primeiro a saber ) 

When darkness turns to light 
( Quando a escuridão se tornar luz ) 
It ends tonight, it ends tonight 
( Isso terá fim hoje à noite, isso terá fim hoje à noite ) 
Just a little insight will make this right 
( Só um pouco de perspicácia faria isso certo ) 
It's too late to fight 
( É muito tarde para lutar ) 
It ends tonight, it ends tonight 
( Isso terá fim hoje à noite, isso terá
fim hoje à noite )

sábado, 28 de abril de 2012

Addicted

45º Capitulo - Addicted

(n/a: aconselho ir botando pra carregar;  I Don't Believe You - Pink)

Senti a beirada da cama afundar e abri os olhos lentamente sem me assustar ao ver Sophia sentada me olhando. Isso vinha acontecendo bastante nas duas ultimas semanas, ela sempre me lançava aqueles olhares de pena, como se eu estivesse doente ou alguma coisa do tipo.
'Que horas são?' Perguntei botando o travesseiro na cabeça por causa da claridade que ultrapassava a cortina.
'Quase nove.' Ela respondeu e eu ainda sentia seu olhar sobre mim.
'Sophia, por quanto tempo você vai ficar me olhando dessa forma? Não agüento mais seus olhares de pena e compaixão.' Falei irritada me sentando na cama. 'Você me olha como se eu estivesse morrendo ou alguma coisa assim.'
'E você está.' Ela respondeu calmamente. 'Eu te conheço suficientemente bem pra saber que você está morrendo por dentro.' Argh, dramática!
'Ah, me poupe, Sophia!' Me levantei bufando e entrei no banheiro deixando a porta entreaberta enquanto fazia minha higiene matinal. 'E o Diego?' Perguntei já sabendo a resposta.
'O Arthur passou aqui tem meia hora.' Respondeu simplesmente.
Já faziam duas semanas que eu estava na casa de Micael, não que aquela casa já não me fosse bem familiar, mas eu já me sentia mais a vontade do que nunca. Claro que eu não pretendia passar o resto da minha vida lá, eu ainda estava tentando desembaralhar minha cabeça e decidir o que era melhor pra mim e pro Diego. Por mais que eu pensasse em uma solução, sabia que nem Diego e nem Arthur aceitariam ficar longe um do outro, e todas as soluções que eu pensava me obrigava a afastá-los. Ok, eu só havia pensado em uma solução, e ela definitivamente incluía o Diego bem longe do Arthur, e eu também, claro.
Saí do banheiro reparando que a cama já estava arrumada e o quarto estava vazio, olhei para o telefone pensando se faria ou não aquela ligação, mas resolvi deixar para mais tarde.
'Bom dia, amorzinho.' Sorri para Micael sentado no sofá e ele retribuiu. Dei um beijo em sua bochecha e fui até a cozinha sabendo que Sophia estaria lá.
Ela me olhou quando eu entrei e eu reparei que ela tinha deixado o olhar de pena de lado, agora era apenas um olhar preocupado. Sorri me sentando e ela botou uma xícara de chocolate quente na minha frente.
'Obrigada.' Agradeci sorrindo e peguei algumas torradas e a geléia que já estavam em cima da mesa. Percebi que Sophia me olhava um pouco ansiosa e arqueei a sobrancelha. 'Que foi?' Ela balançou a cabeça e suspirou.
'Só queria saber se você pensou direito sobre aquele assunto.' Falou com cuidado. 'Existem tantas outras formas de se resolver isso, Lu. Você sabe que os dois não vão aceitar ficarem separados.' Deu de ombros.
'Eu ainda não sei.' Falei sincera bebendo um gole do chocolate. 'Eu vou ligar pra minha mãe hoje, faz algum tempo que a gente não se fala. Sei que ela vai me ajudar a decidir o que for melhor. E se o melhor for voltar pra casa, eu vou voltar.' Falei mais baixo e vi Sophia fazer uma cara de decepção. Ela sabia que quando eu falava casa, não estava me referindo ao meu apartamento com o Arthur.
Terminei de tomar meu café em silêncio já que Soph tinha ido para a sala ficar com Micael. Fiquei algum tempo mirando a parede branca da cozinha e pensando em como explicar pra minha mãe tudo que vinha acontecendo. Pensei em como ela vivia dizendo que eu e o Arthur éramos o típico casal que vivia brigando, mas que não conseguia viver separado. Eu estava me virando muito bem durantes aquelas duas semanas, e o pouco que eu havia visto Arthur me dizia que ele também estava se virando bem.
Micael tentara duas ou três vezes me fazer conversar com a Jenny, mas eu me recusava a ouvir o que ela tinha a dizer. Não era teimosia, eu apenas tinha medo de ouvi-la confessar tudo.
Ou de ouvi-la negar tudo.
Lavei a louça que havia sujado e resolvi voltar pro quarto para tomar um banho. Quando passei pela sala, Sophia e Micael estavam abraçados no sofá vendo algum programa de auditório que parecia ser engraçado, já que os dois riam.
'Lu, vai hoje à noite?' Micael perguntou antes que eu sumisse no corredor.
'Hm... não sei ainda.' Falei em duvida. Chay e Ash haviam marcado uma festa para comemorar os três anos de namoro. Eu nunca havia visto um casal marcar uma festa para festejar uma data como essa, mas segundo soube, os dois queriam inovar e resolveram juntar os amigos para festejar.
'Vai ser legal, você devia ir.' Sophia sorriu. E eu sabia que por trás daquele sorriso vinha a esperança de que eu encontrasse com Arthur e a gente se resolvesse. Como se fosse fácil assim.
'Acho que vou sim.' Sorri fraco e voltei pro quarto ligando o aparelho de som deixando tocar em uma rádio qualquer. Fechei a porta do quarto e deixei a do banheiro aberta para que pudesse escutar as músicas enquanto tomava banho.
Uma musica agitada começou a tocar e eu agradeci mentalmente enquanto me despia. Não estava com humor para musicas depressivas. Entrei embaixo do chuveiro e liguei a água quente sentindo meu corpo agradecer por isso.


'Também te amo, mãe. Beijo.' Desliguei o telefone suspirando e me joguei na cama encarando o teto. Aquela conversa com minha mãe tinha complicado ainda mais minha cabeça. Ouvir a voz dela e do meu pai havia feito a saudade que eu sentia deles se multiplicar. Tudo que eu precisava em horas como aquela era do colo da minha mãe, do seu cafuné e de suas palavras calmas que sempre me ajudam a resolver meus problemas.
Eu havia explicado os últimos acontecimentos para ela e pedi que ela escutasse tudo atentamente antes de dizer qualquer coisa. No final ela acabou deixando a decisão em minhas mãos de qualquer forma. Apenas pediu que eu pensasse muito antes de tomar qualquer decisão, principalmente porque aquilo envolveria não só a mim, mas ao Diego também.
Pensei nas minhas possibilidades, desde as mais plausíveis até as mais absurdas. A única coisa que eu sabia era que eu precisava de um tempo, e de preferência um tempo longe de um lugar em que tudo me lembrava o Arthur.
Fechei os olhos tentando esvaziar minha mente e deixei que as preocupações fossem se esvaindo aos poucos. A música baixa e calma que saia do aparelho de som ajudava um pouco.
O telefone tocou, mas eu não me preocupei em atender, Micael estava na sala e como dono da casa ele quem deveria atender. Sophia havia saído para comprar alguma coisa no mercado e logo estaria de volta. Pensei se deveria ou não conversar com ela, eu sabia que ela não me deixaria pensar nas minhas possibilidades, mas mesmo assim eu precisava de alguém pra me ouvir, e ninguém melhor do que ela.
Peguei novamente um telefone, mas antes que pudesse discar ouvi uma voz do outro lado da linha. Pus o telefone na orelha apenas para checar se eu não estava ficando louca, mas haviam realmente duas vozes do outro lado.
'Tem certeza disso, Jenny?' A voz de Micael perguntou séria e eu prendi a respiração.
'Claro que tenho, Micael! Vocês esqueceram que eu to noiva? E estou muito feliz com o Philiphe!' A voz enjoada de Jenny respondeu. Ia desligar antes que algum dos dois percebesse, mas a curiosidade falou mais alto.
'Você falaria isso pra Lu?' Micael perguntou em dúvida e Jenny soltou um risinho afetado.
'Aquela garota me odeia, né?' Perguntou sem obter uma resposta.'Mas eu falaria sim, sem problemas.' 
'Tudo bem então, eu vou... tentar falar com ela. Brigado, Jenny. De verdade.' Micael falou sincero e depois os dois se despediram.
Levei algum tempo com o telefone no ouvido, até ouvir passos de aproximando e desliguei rápido deixando cair ao meu lado na cama. Micael entrou no quarto e me olhou por alguns instantes. Forcei um sorriso.
'Posso falar com você?' Perguntou se sentando na beirada da cama e eu confirmei com a cabeça. 'Eu acabei de falar com a Jenny.' Ele parou achando que eu ia o interromper, mas apenas continuei o olhando, ele sorriu fraco. 'Você não quer mesmo falar com ela? Acho que seria um pouco esclarecedor, Lu.' Ele me olhou com expectativa, mas eu continuei muda.
Ficamos nos encarando alguns segundos em silêncio.
'Acho que ela pode, hm... melhor do que ninguém falar a verdade, apesar de, erm... ela não ter me contado tudo.' Ele desviou o olhar para a janela por alguns segundos, e depois voltou para meu rosto. Balancei a cabeça negativamente.
'Não precisa.' Falei baixo.
Ele me olhou tentando decifrar o que eu quis dizer, e eu vi seu olhar cair sobre o telefone ao meu lado. Micael abriu a boca para falar alguma coisa, mas o que quer que fosse, ele desistiu. Sorriu abertamente pra mim e beijou minha testa antes de sair do quarto.


'Tô pronta.' Falei chegando na sala onde Micael e Sophia conversavam baixo.
'Que bom que você vai!' Soph se levantou e me abraçou. 'Você tá linda, como sempre.' Sorriu sincera e eu agradeci com outro sorriso.
'E o Diego?' Micael perguntou se dirigindo até a porta.
'Vai tá lá, depois da festa ele vem pra cá.' Esclareci e ele balançou a cabeça em compreensão.
Descemos o elevador em silêncio e quando chegamos no carro o silêncio foi preenchido por alguma musica agitada que tocava no rádio. Sophia e Micael cantavam alto rindo vez ou outra e me fazendo sorrir também. Encostei minha testa no vidro e fiquei observando as luzes da cidade e dos outros carros irem passando rapidamente.
Quando Micael estacionou em frente à casa que estava bem iluminada senti meu estomago revirar. Respirei fundo algumas vezes antes de sair do carro. Os dois me esperavam perto do carro e sorriram pra mim.
O som alto que vinha de dentro da casa podia ser ouvido a pelo menos cinco casas de distância, algumas pessoas conversavam no jardim e na varanda da frente. Passamos sorrindo para alguns conhecidos e entramos pela porta entreaberta. O som ficou ainda mais alto, e misturado com dezenas de vozes chegava a ser quase insuportável. Avistamos Chay e Ash conversando animadamente com outro casal e caminhamos até eles para os parabenizar.
'Parabéns, Ash. Agüentar o Chay por três anos é pra poucos!' Micael brincou nos fazendo rir e Chay mostrou o dedo de meio. Abracei os dois sorrindo e todos engatamos uma conversa sobre como andava a preparação para o CD dos meninos. Micael e Chay faziam comentários engraçados o tempo todo e estavam muito empolgados para começarem a gravar as músicas.
'Parabéns, casal!' A voz animada de Pedro me assustou já que eu estava de costas pra porta. Olhei pra trás e vi que ele estava sozinho e Arthur e Diego vinham logo atrás.
'Cadê a Kris?' Sophia perguntou e ele entortou a boca.
'Terminamos.' Pedro respondeu um pouco sem graça.
'O que aconteceu?' Me intrometi na conversa. Todos sabíamos que Pedro não era muito de ter relacionamentos longos, mas com a Kristen estava indo muito bem.
'Desandou.' Ele deu de ombros. 'Ah, enfim, não deu certo e a gente achou melhor terminar.' Falou por fim encerrando o assunto e todos concordamos balançando a cabeça sabendo que ele não queria falar sobre aquilo.
Arthur se aproximou de mãos dadas com Diego que sorria para todo mundo como se a festa fosse dele. Sorri brevemente para Arthur e me abaixei ficando na altura de Diego.
'Ei, meu amor.' Ajeitei a gola da camisa pólo que ele usava. 'Se divertiu hoje?' Sorri.
'Ahaam.' Ele respondeu olhando rapidamente pro pai e depois pra mim de novo.
'Vou pegar alguma coisa pra beber.' Pedro falou já indo em direção à cozinha.
'Hm... também vou.' Arthur me olhou rapidamente e saiu com Micael. Chay e Ash foram cumprimentar algumas pessoas que chegavam e acabou ficando apenas eu, Sophia e Diego.
'Ei, pequeno. Vem cá com a tia!' Soph sorriu carregando Diego no colo. 'Eita, tá pesado, hein?' Falou fazendo Diego rir. 'Ai, nem acredito que vi esse pestinha nascer.' Ela me olhou sorrindo e eu retribui.
'Tempo tá passando rápido demais.' Pensei alto. 'Vamos lá pra fora?' Apontei a varanda e o jardim de trás e Sophia concordou me acompanhando. A casa não estava lotada, mas estava um pouco abafada e eu odiava aquela sensação.
A musica era bem mais baixa do lado de fora da casa, e o vento fraco que passava me ajudava até a pensar melhor. Caminhamos até uma mesa com algumas cadeiras que estavam vazias e sentamos.
'Mãe, tô com sede.' Diego falou saindo da cadeira e vindo até mim. Olhei em volta e vi que os garotos estavam conversando na porta da cozinha com latinhas de cerveja na mão.
'Seu pai tá ali na cozinha, meu amor. Pede lá pra ele.' Apontei pra Arthur e Diego concordou caminhando até o pai.
'Ainda não entendo porque com o passar dos anos ele perdeu suas características e ficou praticamente igual ao Arthur.' Sophia comentou vendo meu filho se afastar e eu ri baixo. 'Até o jeito de andar tá igual!' Ela riu incrédula.
'É o meu destino!' Falei baixo balançando a cabeça.

Estávamos, eu, Sophia e Ash conversando sobre assuntos variados. Ash contava sobre a viagem que ela e o Chay estavam planejando, um pequeno tour pela Europa para comemorar o aniversário. Eu e Soph ouvíamos atentamente enquanto ela soltava gritinhos em cada parte empolgante.
'Vocês vão ser os primeiros a casar.' Falei sorrindo.
'Hm... não sei não.' Sophia me olhou em duvida e depois sorriu pra Ash, que retribuiu. Olhei para as duas arqueando a sobrancelha.
'Vocês são um saco.' Falei botando a língua pra fora. 'Vou pegar alguma coisa pra beber.' Mandei beijos e me levantei indo até a cozinha que estava um pouco cheia de gente.
Abri a geladeira e peguei uma latinha de cerveja rapidamente. Ao invés de voltar para o jardim resolvi olhar como estava tudo dentro da casa e procurar por Diego, apenas para ter certeza de que ele estava com Arthur. Quando ia sair da cozinha bati em alguém, aparentemente alto, já que minha testa bateu em seu peito malhado.
'Opa, desculpa.' Ele falou sorrindo. Sorri um pouco sem graça.
'Sem problemas.' O olhei brevemente e reparei que ele era realmente bonito. Seus cabelos pretos caiam levemente pela testa e seus olhos mel eram extremamente convidativos. Balancei a cabeça e ia voltar a caminhar quando sua voz me interrompeu.
'Sou Johnny. Johnny Banks.' Ele estendeu a mão pra mim.
'Lua Blanco, mas pode me chamar de Lu.' Apertei sua mão.
'Tá sozinha?' Ele perguntou um pouco inseguro. Pensei em dizer que não, mas como sempre me apressei e confirmei com a cabeça. 'É amiga do casal aniversariante?' Johnny perguntou sorrindo.
'Sou sim, conheço os dois faz tempo.' Confirmei. 'E você?'
'Eu sou primo de segundo grau da Ash. Morava em Manchester, mas mudei pra Londres faz alguns meses.' Caminhamos até a sala e nos sentamos em duas cadeiras. 'Engraçado que eu acho que te conheço, ou já te vi em algum lugar.' Ele analisou meu rosto atentamente e eu fiquei um pouco sem graça.
'Sério?' Arqueei e a sobrancelha e ele confirmou. Lembrei do aniversário de Ash, já tinha algum tempo, mas era o único lugar possível que me vinha na cabeça. 'Você tava no ultimo aniversário da Ash?' Perguntei.
'Tava sim! Você também?' Ele deu um gole na cerveja em sua mão e eu confirmei balançando a cabeça. 'Então deve ter sido lá mesmo que eu te vi. Eu ainda nem tinha me mudado pra cá ainda.' Falou sorridente. 'E você faz o quê? Trabalha, estuda?' Ele juntou um pouco mais nossas cadeiras.
'Os dois.' Sorri. 'E você?'
Johnny começou a contar sobre a vida dele, o trabalho e sobre o quão engraçada foi sua formatura. Eu apenas ria de vez em quando e continuava bebendo a cerveja. Ele era engraçado, inteligente e bonito, o único problema era o egoísmo. Se eu abri a boca mais de três vezes em cinco minutos de conversa foi muito. (n/a: botem a música pra tocar!)

I don't mind it, I don't mind at all
Eu não me importo, eu realmente não me importo
It's like you're the swingset, and I'm the kid that falls
É como se você fosse o balanço, e eu sou a criança que cai
It's like the way we fight, the times I cry, we come to blows
É como a nossa forma de lutar, as vezes que eu choro, começamos a brigar
And every night, the passion's there, so it's gotta be right, right?
E todas as noites, a paixão está lá, então isso tem que estar certo, certo?


Senti um certo incomodo como se estivesse sendo observada e quando olhei para o outro lado da sala encontrei os olhos de Arthur me encarando atentamente. Ele virou o rosto voltando a prestar atenção na conversa com os meninos e eu abaixei meus olhos para minhas mãos em meu colo. Johnny ainda contava alguma história sobre a formatura dele e eu apenas sorria para disfarçar e fingir que prestava atenção.

No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say don't come around here no more
Quando você diz não venha mais aqui
I won't remind you
Eu não vou te lembrar
You said we wouldn't be apart
Você disse que não iríamos nos separar
No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say you don't need me anymore
Quando você diz que não precisa mais de mim
So don't pretend to
Então, não finja
Not love me at all
Não me amar mais


Levantei meu olhar e mais uma vez os olhos de Arthur me encaravam, seu rosto estava sério e ao mesmo tempo sereno. Não havia nada ali para que eu pudesse sequer tentar adivinhar o que ele estava pensando. Era como se ele apenas me observasse, sem nenhuma intenção.
'Lu?' A voz de Johnny chegou até mim um pouco mais alta e eu o olhei. 'Tá tudo bem?' Perguntou um pouco preocupado.
'Hm... na verdade não muito.' Falei sincera. 'Eu vou... lá fora. Foi um prazer te conhecer.' Me levantei rapidamente antes que ele se oferecesse para ir comigo e fui para a varanda na frente da casa.
A maioria das pessoas estava dentro da casa, ali fora estavam apenas um casal passeando abraçado e um grupo de quatro pessoas sentadas na escada conversando.

I don't mind it, I still don't mind at all
Eu não me importo, eu continuo não me importando
It's like one of those bad dreams when you can't wake up
É como um desses sonhos ruins quando você não pode acordar
Looks like You've given up, you've had enough
Parece que você desistiu, você me deu o suficiente
But I want more, no I won't stop
Mas eu quero mais, eu não vou parar
Cause I just know you'll come around, right?
Porque eu sei que você vai vir, certo?


Cruzei meus braços quando um vento um pouco mais forte passou e eu respirei fundo sentindo um perfume conhecido. Senti alguém se aproximando e parando ao meu lado, eu não precisava olhar pra saber quem era. Mordi meu lábio pensando se quebrava ou não o silêncio, mas nada me veio em mente e eu preferi permanecer calada, ao contrário de Arthur.
'Tudo bem?' Ele perguntou casualmente. O olhei por alguns segundos e a intensidade do seu olhar me deixou um pouco confusa.
'Umhum.' Assenti balançando a cabeça e desviando de seu olhar. 'E você?' Perguntei por fim. Ele também desviou o olhar do meu rosto.
'Tranqüilo.' Falou serenamente.
Arthur botou as mãos dentro do bolso e eu prendi um sorriso. Ele sempre bota as mãos no bolso quando está nervoso e não sabe o que fazer com elas.

No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say don't come around here no more
Quando você diz não venha mais aqui
I won't remind you
Eu não vou te lembrar
You said we wouldn't be apart
Você disse que não iríamos nos separar
No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say you don't need me anymore
Quando você disse que não preciso mais de mim
So don't pretend to
Então, não finja
Not love me at all
Não me amar mais

Just don't stand there and watch me fall

Apenas não fique parado e me veja caindo
Cause I, cause I still don't mind it at all
Porque eu, porque eu realmente não me importo


'Você conhece, hm.. o Johnny?' Perguntou apontando para a casa.
'Não conhecia, a gente se bateu na cozinha.' Observei as pessoas que estavam na escada entrarem na casa. 'Não sabia que você o conhecia.' O olhei.
'Conheci hoje na verdade.' Ele deu um meio sorriso. 'Você pareceu um pouco desconfortável... conversando com ele.' Deixei um risinho escapar.
'Ele fala um pouco demais.' Respondi balançando a cabeça.
O silêncio se instalou entre a gente por alguns instantes. Tão desconfortável que me fazia querer ir embora correndo.
'Ansioso pra gravação do CD?' Perguntei me sentindo estranha. Aquela conversa toda estava estranha. Era como se não nos conhecêssemos mais, como se entre a gente não houvesse laço algum, muito menos um filho.
'Bastante.' Ele sorriu satisfeito.
Balancei a cabeça concordando enquanto vasculhava minha mente à procura de algum assuntou ou alguma forma de sair daquela estranha conversa.

It's like the way we fight, the times I cry, we come to blows
É como a nossa forma de lutar, as vezes eu choro, começamos a brigar
And every night, the passion's there, so it's gotta be right, right?
E todas as noites, a paixão está lá, então isso tem que estar certo, certo?


'O Micael me disse que falou com a Jenny hoje mais cedo.' Arthur falou ansioso. Observei seu rosto sem conseguir encontrar seu olhar que estava perdido olhando a rua vazia.
'É, ele falou.' Respondi simplesmente.
'Você falou com ela?' Ele finalmente me olhou, e eu me virei para encará-lo também.
'Não.' Balancei a cabeça ainda o encarando. 'Acho que... eu não quero falar nesse assunto. Eu só quero...' Suspirei profundamente. 'Esquecer tudo aquilo.' Finalmente falei sentindo meu coração quase parar. Arthur balançou a cabeça concordando com um riso irônico.
'Realmente, é tudo passado agora. É melhor mesmo a gente esquecer.' Falou tirando as mãos do bolso e passando pelo cabelo. 'Vai ser melhor assim.' Me olhou rapidamente e deu de costas entrando novamente na casa.
Fiquei observando o espaço vazio que ele tinha deixado ao meu lado.
"É melhor mesmo a gente esquecer"
"Vai ser melhor assim"

Tinha que ser.

No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say don't come around here no more
Quando você diz não venha mais aqui
I won't remind you
Eu não vou te lembrar
You said we wouldn't be apart
Você disse que não iríamos nos separar
No, I don't believe you
Não, eu não acredito em você
When you say you don't need me anymore
Quando você disse que não preciso mais de mim
So don't pretend to
Então, não finja
Not love me at all
Não me amar mais
Cause I don't believe you
Porque eu não acredito em você


Me perdi em pensamentos observando a rua vazia à minha frente e fui despertada por alguém que abraçou minhas pernas. Me virei sorrindo pra Diego.
'Tô com sono.' Falou manhoso. O carreguei no colo e beijei sua testa.
'A gente já vai pra casa, meu amor.' Sorri o encarando e ele deitou a cabeça em meu ombro.
Respirei fundo para voltar pra dentro da casa, mas parei na porta.
'Diego.' O chamei e ele me olhou. 'O que você acha de irmos visitar seus avós?'


Visitem muitooooo

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Addicted

44º Capitulo - Addicted

A pequena fresta de luz que entrava pela cortina machucava meus olhos e eu sentia minha cabeça pesar e doer como nunca. Fechei meus olhos com força tentando voltar a dormir pra ver se a dor de cabeça parava, mas uma tosse no quarto ao lado me fez abrir os olhos rapidamente.
Me levantei da cama um pouco rápido demais e fiz careta quando senti uma pontada na cabeça. Eu não costumava sentir muita dor de cabeça, acontecia mais quando eu estava de ressaca ou ficava muito tempo sem comer, mas nenhuma das duas opções havia acontecido.
Saí do quarto apressada ouvindo Diego tossir ainda mais e entrei em seu quarto vendo-o deitado com a barriga pra cima.
'Bom dia, meu amor!' Sorri me ajoelhando ao lado de sua cama e ele retribuiu o sorriso. Chequei sua temperatura, tanto na testa como no pescoço, aparentemente estava tudo normal. 'Tá sentindo alguma coisa?' Sentei na cama e o puxei para meu colo.
'Não.' Ele negou balançando a cabeça e tossiu novamente.
'A garganta não tá doendo e nem nada?' O olhei e ele negou novamente. 'Hm... ok! Vamos tomar café?' Coloquei-o no chão e ele correu até a porta. 'Hei, hei, hei! Os chinelos, mocinho!' Apontei o par de chinelinhos azuis que estava ao lado da cama. Diego riu sapeca e calçou os chinelos correndo para a cozinha em seguida.

Engoli o pequeno comprimido rezando para que ele fizesse efeito logo e a dor em minha cabeça parasse. Amassei o pequeno bilhete que Arthur havia deixado antes de sair de casa, avisando que passaria o dia inteiro no estúdio – com um pequeno coração no final da frase - e suspirei pesadamente sentindo cheiro de queimado.
'Droga, as panquecas!' Corri até o fogão, desligando-o e me deparando com as algumas panquecas queimadas. 'Céus, que porcaria de cabeça!' Dei um tapa em minha própria testa e senti a cabeça doer. Era visível que aquele definitivamente não era meu dia!
'Queimou!' Diego fez bico levantando os ombros me fazendo rir.
'Desculpa, meu amor. Sua mãe anda com a cabeça péssima!' Me lamentei observando as panquecas. 'Aceita torradas com manteiga?' O olhei animada e ele deu de ombros concordando.

Eu estava concentrada lendo um livro quando Diego saiu correndo e entrou no banheiro, segundos depois ouvi sua garganta sendo forçada e corri para ajudá-lo. Segurei sua testa me ajoelhando ao seu lado e com uma tosse forte ele cuspiu um liquido transparente pela boca.
'Ai, meu Deus. Calma, filho.' Falei ele começou a chorar e levou as duas mãos até a garganta. 'Tá doendo?' Perguntei preocupada e ele concordou com um aceno de cabeça. Esperei alguns instantes para ver se ele iria cuspir de novo, mas ele apenas tossiu.
Corri até a sala e peguei o telefone digitando o numero do celular de Arthur automaticamente. Nas duas primeiras vezes deu ocupado, depois caiu na caixa. Deixei o telefone no sofá e corri com Diego para meu quarto, apenas para eu botar uma calça jeans, um tênis e um casaco leve por cima.
Saí de casa ainda tentando falar com Arthur, mas o celular apenas caia na caixa. Resolvi ligar pra Sophia e pedi para que ela fosse até o hospital que eu estava indo. Quando cheguei lá corri para a área de pediatria onde a recepcionista me recebeu sorrindo.
'Olá!' Falei ofegante com Diego no colo. 'Meu filho tá tossindo muito desde que acordou e há pouco tempo ele cuspiu um liquido transparente que me deixou muito preocupada. ' Diego tossiu e a mulher o olhou.
'A senhora pode, por favor, preencher essa ficha? Dentro de alguns minutos uma enfermeira te levará para a sala do médico.' Ela sorriu me dando uma prancheta que tinha perguntas básicas sobre o paciente e seu histórico de doenças.
Preenchi rapidamente e ao mesmo tempo em que eu entreguei a prancheta novamente para a recepcionista, uma enfermeira apareceu.
'A senhora pode me acompanhar?' Perguntou sorrindo e eu confirmei pegando Diego no colo novamente. 'Pode me dizer o que aconteceu exatamente?'
'Ele acordou hoje tossindo, perguntei se estava com dor em algum lugar e ele negou, também chequei sua temperatura e estava tudo normal. Agora à tarde ele simplesmente correu para o banheiro e com uma tosse forte cuspiu um liquido transparente e se queixou de dor na garganta.' Expliquei rapidamente enquanto ela anotava em uma prancheta.
'Ok, pode se sentar aqui nessa sala, o Dr. Malcom virá em um instante.' Sorriu abrindo a porta de um cômodo branco típico de hospital. Concordei silenciosamente e me sentei na cadeira com Diego em meu colo.
'Ainda tá sentindo dor?' Perguntei checando novamente sua temperatura que continuava normal. Diego concordou balançando a cabeça e apontou a garganta. 'Fica tranqüilo, meu amor, o médico já vai cuidar de você!' Beijei sua cabeça e senti o celular vibrar em minha bolsa.
'Já tô aqui! Aonde você tá?' Sophia nem esperou eu dizer "alô".
'Tô na sala onde o médico vai olhar o Diego, me espera na recepção.' Falei baixo vendo o médico entrar na sala e Soph concordou, desligando rapidamente.
'Boa tarde.' O médico sorriu fechando a porta. 'Sou o Dr. Malcom, prazer.' Estendeu a mão e eu apertei gentilmente. 'Pode me dizer o que aconteceu com o rapazinho?' Olhou para Diego que estava com a cabeça encostada em meu ombro.
Resumi novamente o tinha acontecido durante a manhã e o inicio da tarde. Ele pediu que eu sentasse Diego na maca e fez os procedimentos básicos.
'Mãe.' Diego me chamou enquanto o médico anotava algumas coisas. 'Acho que quero vomitar de novo!' Falou baixo.
O médico se levantou indicando a porta do banheiro e eu corri até lá vendo Diego cuspir o mesmo liquido transparente. Depois de alguns instantes, lavei a boca dele e voltamos para a sala.
'Aparentemente o vômito está sendo provocado devido ao esforço da tosse que está um pouco forte. Vou pedir que ele faça alguns exames e fique algum tempo em observação depois de tomar as medicações.' Falou discando alguns numero no telefone e falando rapidamente com alguma enfermeira.
Minutos depois a mesma enfermeira de antes apareceu na sala.
'A Jady vai acompanhar vocês até o local onde os exames serão feitos e depois para a sala de observação. Mais tarde passarei lá para ver se está tudo bem. Acredito que no final da tarde ele estará liberado.' Sorriu gentilmente estendendo a mão. Agradeci e saí da sala logo atrás da enfermeira.

'Não adianta, só cai na caixa.' Falei irritada guardando o celular. Sophia segurou meu braço quando eu ia recomeçar a andar de um lado pro outro da sala.
'Calma, Lu. Ficar nervosa não vai adiantar de nada.' Falou tranquilamente. Respirei fundo e me sentei no pequeno sofá, observando Diego respirar calmamente.
Estávamos em uma das salas de observação do hospital. Diego já tinha feito alguns exames e fora medicado pela enfermeira que avisou que ele provavelmente dormiria por algum tempo e que quando acordasse o médico iria checar novamente como ele estava.
Nesse meio tempo, continuei tentando falar com Arthur, mas seu celular estava provavelmente sem bateria, quando Sophia conseguiu finalmente falar com Micael, ele disse que Arthur tinha saído do estúdio minutos antes.
Minha cabeça ainda doía e meu corpo já dava sinais de cansaço, encostei minha cabeça no braço do sofá e fechei os olhos tentando me acalmar. Lembrei que tinha um comprimido pra dor de cabeça na bolsa e me levantei pegando-o em meu pequeno estojo que continha alguma maquiagem e coisas básicas que mulheres insistem em levar na bolsa.
'Vou tomar o remédio, já volto.' Falei baixo para Sophia e ela concordou balançando a cabeça. Saí do quarto a procura de algum bebedouro e avistei um no final do corredor. Caminhei apressadamente até lá e tirei um copo de plástico que estava num tubo ao lado do bebedouro, junto com o copo que eu puxei, caíram pelo menos mais dez.
'Droga.' Resmunguei catando os copos do chão e colocando-os no final do tubo. Enchi o copo com água e tomei o remédio esperando que fizesse efeito, a dor de cabeça estava me matando. Voltei para o quarto e sentei no sofá em silêncio.
Duas batidas na porta despertaram minha atenção e a de Sophia. Micael botou a cabeça pra dentro do quarto sorrindo levemente quando nos viu.
'Tudo certo com ele?' Perguntou me dando um beijo na testa e depois dando um selinho em Sophia.
'Tudo bem.' Suspirei pesadamente observando Diego dormir tranquilamente. 'Alguma noticia do Arthur?' Perguntei o olhando e ele negou balançando a cabeça.
'Ia te perguntar a mesma coisa.' Sentou-se entre mim e Soph no sofá. 'Ele saiu do estúdio apressado, dizendo que tinha uma coisa importante pra fazer.' Deu de ombros.
Mordi meu lábio num ato de nervoso e me perguntei se existia alguma coisa mais importante que o filho dele.

'Pronto, agora você está liberado!' O Dr. Malcom sorriu para Diego depois de checar sua temperatura. 'Ele só precisa evitar fazer esforço, e evitar alimentos pesados. O xarope, como eu escrevi na receita, deve ser tomado de quatro em quarto horas, até a tosse cessar.' Falou me entregando o papel com a receita do remédio. Concordei sorrindo agradecida e peguei Diego no colo saindo do quarto sendo acompanhada por Sophia e Micael.
'Vamos?' Micael perguntou abraçando Sophia. Tínhamos combinado de irmos para a casa dele e dormirmos lá, por ser perto do hospital, sabia que era apenas uma precaução, mas preferi que fosse assim. Diego ia logo para o apartamento de Micael e eu iria passar na farmácia para comprar o remédio e depois passar em casa e pegar algumas roupas.
'A mamãe vai rápido e volta, tá bom?' Passei Diego para o colo de Sophia e ele concordou com a cabeça.
Fomos juntos até o estacionamento e nos separamos indo cada um para seu carro. Tentei novamente ligar no celular do Arthur, mas a voz da mulher perguntando se eu queria deixar algum recado na caixa de mensagens me deixava cada vez mais irritada.

Dirigi rapidamente até a farmácia que ficava próxima de casa e comprei o remédio que o médico tinha receitado para Diego, em menos de dez minutos estava estacionando o carro do outro lado da rua do prédio, nem ia me dar ao trabalho de entrar na garagem, queria ir logo para casa de Micael.
Soltei do carro prendendo minha bolsa na porta, tamanha era minha pressa. Se eu já era estabanada normalmente, com a pressa isso só piorava. Estava esperando o fluxo de carros diminuir para conseguir atravessar a rua, quando vi Arthur sair do prédio com uma loira ao seu lado. Apertei meus olhos tentando enxergar melhor e reconheci Jenny, a prima do Micael. Dei alguns passos pra trás ficando um pouco escondida atrás de um carro alto que estava estacionado e vi Arthur sorrir e abraçar Jenny, se despedindo dela. Logo depois ele abriu a porta do táxi e ela entrou mandando beijinhos no ar para ele. Quando o táxi se distanciou, Arthur passou a mão pelo cabelo sorrindo e entrou novamente no prédio.
Ela deve ser realmente mais importante que o próprio filho dele.
Pensei respirando fundo.
Atravessei a rua sem nenhum cuidado e entrei no prédio rapidamente sem nem cumprimentar o porteiro. Minha cabeça agora latejava e eu sentia a raiva ir tomando conta do meu corpo.
Abri a porta do apartamento a fechando com tamanha força que eu senti uma pontada em minha cabeça por causa do barulho. Joguei a bolsa no sofá ao mesmo tempo em que Arthur aparecia na sala.
'Hey!' Ele sorriu docemente se aproximando, mas eu levantei a mão me afastando dele que fez uma cara confusa.
'A Jenny?' Perguntei com a voz trêmula. Arthur abriu a boca para falar alguma coisa, mas eu o interrompi. 'Logo a Jenny?' Aumentei meu tom de voz.
'Lu, do que você...' Ele tentou falar, mas novamente eu o interrompi.
'Eu tô falando do que eu acabei de ver! Sorrisinhos e abraços com a Jenny!' Praticamente cuspi o nome dela. 'Onde tá a droga do seu celular? Onde você esteve o dia inteiro enquanto o SEU filho estava no hospital?' Gritei perdendo toda a paciência.
'O que aconteceu com o Diego? Ele tá no hospital?' O rosto de Arthur se tornou preocupado e ele se aproximou de mim.
'Estava!! Eu passei a tarde inteira lá com ele, enquanto tentava te ligar loucamente e a porra do seu celular só caia na caixa!!' Botei a mão na testa sentindo que minha cabeça podia explodir a qualquer momento.
'Acabou a bateria no meio do ensaio, lá no estúdio!' Ele se explicou.
'E onde você estava o resto do dia? O Micael saiu do estúdio e foi lá pro hospital, ele disse que você tinha saído cedo!' Falei sentindo minha voz falhar. 'Veio se encontrar com a Jenny?' O olhei séria e ele balançou a cabeça.
'Claro que não, Lua! Que droga é essa agora? Você acha que eu estava te traindo com a Jenny?' Ele arqueou a sobrancelha e eu ri sem emoção.
'Se você próprio chegou a essa conclusão, acho que não é tão improvável!' Cruzei os braços.
'Cara, você às vezes é tão absurda que parece que não consegue ouvir o que tá falando!' Ele balançou a cabeça incrédulo.
'Eu não acho tão absurdo assim! Não é você que acha a Jenny gostosona?'
'E desde quando achar outra mulher gostosa é sinônimo de trair a namorada?' Ele me olhou.
'Ah, me poupe, Arthur!' Falei sem paciência. 'Eu sei o que eu vi!'
'E eu sei o que eu fiz, ou melhor, o que eu não fiz! Você como sempre tira suas próprias conclusões e inventa suas próprias versões para qualquer cena que veja!' Ele sentou no sofá passando a mão nervosamente pelo cabelo. 'Lu, eu não quero brigar com você. Por favor.' Ele pediu com a voz mais calma e baixa. Respirei fundo tentando me acalmar, mas a visão de Jenny no meu apartamento me deixava irritada, e minha cabeça que doía ainda mais não permitia que eu ficasse tranqüila e nem raciocinasse direito.
'Pensasse nisso antes de trazer a Jenny para a NOSSA casa! O lugar que a gente divide, Arthur! O lugar em que a gente construiu uma vida juntos!' Gritei sentindo as lágrimas chegarem até meus olhos.
'Lua, pela ultima vez; eu não traí você, droga!' Ele gritou se levantando novamente.
'Então me diz, Arthur! Me diz porque você trouxe ela aqui.' Pedi controlando minha voz.
Arthur olhou no fundo dos meus olhos e abriu a boca para falar alguma coisa, mas não emitiu som algum. Seu olhar desviou até a janela e ele respirou fundo passando a mão no rosto. A primeira lágrima desceu solitária por minha bochecha.
'Eu sabia!' Falei baixo sentindo meu coração apertar. 'Mas que droga, Arthur! PORQUE AQUI EM CASA?' Gritei sentindo minha garganta doer.
'PÁRA DE TIRAR SUAS CONCLUSÕES APRESSADAS!' Ele gritou de volta.
'E agora a culpa é minha?' Ri sarcasticamente.
'Claro que é!' Arthur me encarou.
'Ah, claro! Pra você a errada sou sempre eu, Arthur! SEMPRE! Você é o certinho, o bonzinho!' Andei pela sala sem conseguir me manter parada em um lugar. 'Eu cansei da suas burradas, Arthur!'
'Não fale besteiras, Lua! Você sabe mais do que ninguém que eu tentei salvar essa relação todas as vezes que eu pude, mas você é sempre tão absurdamente insegura que torna isso quase impossível! Tantas e tantas vezes eu te vi chorando pelos cantos e me senti culpado, quando na verdade eu não era!'
'Eu não sou insegura, Arthur!' Falei alto, provavelmente tentando convencer a mim mesma.
'Ah, não?' Ele me olhou arqueado a sobrancelha. 'E esse ataque aqui é o quê?'
'Raiva, Arthur! Muita raiva!!' Desviei seu olhar sentindo as lágrimas incomodarem meus olhos, mas evitando que elas caíssem. 'Raiva por você sempre fingir que não tá acontecendo nada, por você nunca ter amadurecido o bastante pra encarar tudo o que já aconteceu entre a gente, raiva por tudo, Arthur! E essa raiva só aumenta cada vez que eu olho pra você e não consigo entender suas atitudes!' Fechei os olhos.
'Me diz o que você não consegue entender que eu te explico, droga!' Ele falou alto e eu balancei a cabeça engolindo o choro. 'E porque porra a gente tá tendo essa briga de novo?' Arthur perguntou me fazendo abrir os olhos rapidamente. Senti minha respiração ficar mais pesada quando a lembrança da nossa briga antes do acidente veio em minha mente.
Eu ia perguntar como ele se lembrava daquilo, mas seu rosto estava tão confuso quanto o meu.
Corri até o quarto e fechei a porta escorregando por ela até sentar no chão.
Observei o quarto vazio e o silêncio que chegava a ser assustador. A frase de Arthur ainda ecoava em minha cabeça, me fazendo lembrar de algumas cenas que aconteceram antes do acidente. Eu não sabia se ele tinha lembrado de tudo, ou apenas da nossa briga. Eu só precisava sair daquele apartamento, todas as lembranças invadindo minha mente, e a possibilidade de Jenny ter entrado naquele quarto me sufocavam.

Me levantei limpando as lágrimas e caminhei até o armário pegando uma mala de mão que estava guardada no fundo. Meu coração apertou só de pensar no que eu estava fazendo, mas eu precisava de um tempo. Um tempo só pra mim.
 Ouvi o barulho de alguma coisa vindo da sala e deduzi que Arthur tinha jogado alguma coisa contra a parede que se espatifou no chão. Ele não tinha direito de se fazer de vitima, a única vitima ali era eu. Eu que passei à tarde em um hospital preocupada com meu filho, eu que tentei de todas as formas algum contato com ele durante todo o dia e não consegui.
Fui colocando as roupas de qualquer jeito dentro da mala, eu não queria ter tempo para parar e pensar no que eu estava fazendo. Fechei a mala indo até o banheiro e pegando alguns objetos essenciais e os coloquei no bolso da frente. Saí do quarto indo até o de Diego e fiz a mesma coisa com algumas roupas dele, colocando-as dentro da mochila de viagem dele.
Coloquei a pequena mochila de Diego no ombro e passei no meu quarto apenas para pegar minha mala. Carreguei as duas com um pouco de dificuldade até a sala.
Arthur estava parado de frente para a janela com as mãos no bolso e a cabeça baixa. A única coisa que eu desejava era que ele me dissesse a verdade a me fizesse mudar de idéia. Era só o que eu precisava.
Mas ele não o fez.
E a única coisa que eu consegui fazer foi segurar meu choro e abrir a porta do apartamento.
'Se você sair desse apartamento agora...' A voz de Arthur fez meu coração acelerar. O olhei ainda segurando a maçaneta da porta. 'Não precisa se dar ao trabalho de voltar.' Ele falou com a voz quebrando no final. Despedaçando igual ao meu coração.
Tive que lembrar como respirar para conseguir me manter firme.
Arthur não se virou, e nem falou mais nada. Eu também não ia olhar pra trás.
'Eu não vou.' Falei tão baixo que tive certeza que ele não ouviu.
Abri a porta e saí do apartamento.

My darling... Who knew