sábado, 12 de maio de 2012

A Tatuagem


Capítulo 18 – Ghost Rider

O som tocava a todo volume, dava pra ouvir do começo da rua a música Get Free, que já é clássica para festas em casa (nos filmes dos anos 90 talvez). Havia vários carros estacionados, alguns com identificação de emissoras de TV, rádio, um dos carros era de uma revista famosa entre as adolescentes, Stacey cutucou Lua animada, dizendo que assina aquela revista...




- Já num to gostando! – Arthur disse ao estacionar – Será que vai ter muito daqueles caras chatos que enchem o nosso saco a noite inteira e não deixam a gente se divertir?!
- Ih, relaxa Arthur! Se você começar a ficar muito de saco cheio a gente vai embora ué... – Lua deu de ombros.
- O Joey me disse que teria poucos repórteres. – Micael se aproximou do vidro do carro deles e Arthur tomou um leve susto.
Mel foi a primeira a entrar na casa, com Soph ao seu lado. Atrás delas vinham Ray, Pedro, Chay, Jamie e por último Micael, Lua, Arthur, Stacey e Molly. Kyle veio logo cumprimentá-los e num gesto masculino automático, não pôde deixar de reparar nas pernas de Melanie à mostra. Chay bufou atrás dela e levou uma pequena beliscada de Rayana.
- Aproveitem a festa, bebam à vontade porque hoje é por nossa conta!
- Ta chamando a gente de bêbados, Kyle? – Pedro se aproximou e passou um braço pelo ombro do Kyle, já imitando a voz de um alcoolizado. Os dois começaram a conversar e se afastaram. Cada um foi pro canto que queria.
Havia várias mesinhas no jardim. A iluminação estava incrível e era uma casa realmente grande! Lua, Arthur, Rayana e Melanie ocuparam uma daquelas mesinhas, cada um com um drink diferente na mão. Ethan, o baixista dos clicks estava de pé, ao lado da mesa deles, conversando animadamente.
- Ah, a gente nem mora aqui... Essa casinha é mais pra quando rola uma social assim!
Kyle estava passando sem rumo pelo quintal. Melanie não deixou de comentar sobre ele.
- O Kyle está um T-E-S-Ã-O hoje! Quero tirar outra foto com ele, tenho que aproveitar né! – ela falou baixinho, mas Ethan ainda escutou a parte da foto.
- Ah, quer tirar uma foto com o Kyle? Por que ninguém quer tirar foto comigo? O Kyle é tão anti-social!
- Eu quero tirar uma foto com você bebê! Só vim aqui hoje pra isso! – Lua sorriu pra ele e Ethan ficou incrivelmente corado. Fofo não? Ele continuou um tempo parado, muita retribuição de sorriso ali. Arthur mandou um olhar feio pra ele, que sacudiu o rosto rapidamente e começou a berrar quando avistou Kyle.
- ÔW KYLE, A MELANIE QUER TIRAR OUTRA FOTO COM VOCÊ SEU FILHO DA PUTA!
Ray e Lu se olharam e não seguraram o riso. Melanie quis enfiar a cara na mesa quando viu que numa mesa não muito distante, Chay observava.
- Olá meninas! E... Arthur. – Kyle chegou fazendo-os rir.
- Olha se não é o click-sexy! – Arthur levantou os braços e tentou rebolar sentado. Quantas doses ele já tomou mesmo?
- Qual de vocês gatas quer tirar foto comigo?
- Ai, sou eu! Não ta vendo na minha testa ‘I S2 Kyle Dickherber’? – Arthur se levantou e foi mesmo tirar uma foto com Kyle e Ethan, os três fizeram caretas.
Várias fotos foram tiradas, Kyle com Melanie, Ethan com Lua, Rayana com os dois, todo mundo junto… ufa.
- Kyle tem um fornecedor lá na porta, ele quer falar com você e está com cara de poucos amigos! – Joey chegou em Kyle, acenou rapidamente pra todos e os dois saíram.
Chay continuava em sua mesa e com ele estava apenas Jamie. Ele não tinha uma expressão facial muito feliz...
- Olha Chay, eu sinto muito você ter brigado com a Melanie! Eu não quis!
- Você não teve culpa Jamie… e eu já vou cuidar disso. – ele se animou de repente e pegou o celular.
- Hum? – Jamie estreitou os olhos na direção dele, viu que Chay escrevia algo no celular. Ela suspirou e se levantou.

- As férias do McFLY estão perto de terminar… Escrevi uma penca de músicas novas, to até ansioso – Arthur esfregou as mãos em sinal de animação, todos sorriram e Lua lhe deu um beijo na bochecha.
- Já tem turnê marcada? – perguntou Ethan.
- Sim, é muito provável que voltemos ao Brasil pela milionésima vez. – Arthur estufou o peito e passou o braço em volta dos ombros de Lua.
- É legal lá? Nunca fui… Por que o click five nunca foi lá? – Ethan se perguntou coçando o queixo.
- Eu classifico os brasileiros como felizes! É só isso que eu digo, são meus favoritos. – Arthur terminou seu comentário sorrindo e segundos depois a bolsa de Melanie pareceu ter ganhado vida própria em cima da mesa.
- Ai que susto! Será que é o celular?
- Não sei amiga! O que mais você carrega dentro da bolsa que possa vibrar? – Lua perguntou fazendo Ethan ter uma crise de riso assustadora, todos ficaram olhando pra ele porque foi engraçado, mas nem tanto assim...
- Desculpa, eu acho que já bebi demais! – Ethan afirmou olhando pro fundo do seu copo, como se estivesse analisando a composição química do conteúdo líquido dentro dele. Depois deu meia volta e foi andando sabe lá pra onde. Enquanto isso, Melanie já olhava o que estava acontecendo no celular. Mensagem do Chay:

Oi, desculpa tre discutido com vc
Eu tnho q admitir q o sue vestido eh lindo!!

Ignorando alguns erros de escrita, talvez pela pressa, nervosismo ou limite de caracteres, Melanie não conseguiu impedir que um pequeno sorriso brotasse no rosto. Ela olhou na mesa dele e o viu lá com cara de menor abandonado. Porém não gostou de ter visto Jamie voltando à mesa com dois drinks na mão, fazendo Chay desviar sua atenção pra ela.
- O que foi dessa vez Melanie? – Rayana perguntou ao ver a irmã ficando emburrada.
- Nada… É que o Chay ta me mandando mensagem aqui.
- E o que ele disse? – Lua se inclinou pra ver a tela do celular.
- Pediu desculpas. – Mel mordeu o lábio fazendo uma cara de cruel indecisão sobre a vida!
- Sabe o que eu acho? – Arthur se dirigiu a ela e colocou o copo que segurava sobre a mesa – Você vai dizer que eu to defendendo meu amigo, mas eu acho que você conseguiu fazer em uma semana o que nenhuma outra garota, tirando a mãe dele, jamais fez! Você fez bem a ele, eu acho que o Chay gosta mesmo de você porque eu nunca o vi agir assim, feito adolescente. Só quando ele era mesmo adolescente, mas aí não vem ao caso...
- Será Arthur? Você acha mesmo que o Chay pode... – Melanie falava e de repente parou assim que mudou a direção do olhar. Todos olharam pra ela esperando que continuasse a frase, viram que ela olhava incrédula pra mesa do Chay e logo falou entre os dentes, meio rosnando – Alguém me segura que eu vou tombar aquela garota!
Jamie estava apenas tirando seu sobretudo branco e revelando um belo vestido rosa. Epa! Muito parecido com o vestido que Melanie havia comprado.
- Erm... Parece o vestido que você comprou mana!
- Jura?!
- Ué, como assim? – Arthur coçou a nuca sem entender.
- É que hoje quando Melanie foi se vestir, a roupa dela tinha sido trocada. O vestido que ela comprou parece ser aquele que Jamie está usando, mas a roupa que estava na caixa era essa que a Mel foi meio que obrigada a pôr! – Lua explicou tudo meio rapidinho e Arthur fez cara de ‘anh!’.
- Parece que eles vão dançar – Rayana comentou enrolando uma mecha do cabelo e olhando sugestivamente para a irmã, assim como quem está provocando e dizendo ‘RÁ! Eu não deixava!’
- Mas não vão mesmo! Não com o MEU vestido! – Melanie se levantou decidida, tendo o apoio da irmã.
- Isso!

Chay e Jamie caminhavam até o centro do imenso quintal, onde algumas pessoas dançavam ao ritmo de algum psy-trance. Antes mesmo que começassem a dançar, Melanie se aproximou falando alto por causa do som.
- Ora, ora! Você Jamie tem um bom gosto admirável!
- Hum? – Jamie encarou-a com a expressão confusa.
‘Barraco em festa... E ainda por cima, por causa de homem! Que coisa mais descriativa! Ah, essa palavra não existe, mas e daí eu to só pensando mesmo, dãã! Eu só espero que ninguém se machuque muito seriamente porque eu não vou cuidar de nenhuma morimbunda! Brincadeira, das minhas amigas eu cuido sim!’ Lua pensava enquanto observava a aproximação de Melanie, alguns passos atrás.
- Sabe, você tem um gosto impecável pra escolher homens, roupas... O único defeito é que você escolhe coisas que eu já escolhi, não é mesmo! – Mel deu uma risadinha falsa que fez Jamie olhar pra Chay e ele pra ela.
- Do que você ta falando Mel? Já bebeu tanto assim? Olha que a festa nem começou direito hein! – Jamie tinha um sorriso nervoso. Melanie não precisava de mais nada pra ter certeza que ela fez a troca dos vestidos.
- Eu to bem ligada! Quer ver como eu to lúcida? Esse vestido aí eu sei bem onde foi que você achou! Posso dizer o nome da loja aqui na frente de todo mundo?
- Melanie… – Jamie parecia pedir com o olhar que ela ficasse quieta.
- Que tal ‘Quarto da Melanie’?
- No seu quarto? Mas que loucura é essa pra cima de mim agora?!
- Eu já entendi tudo, você pegou meu vestido e trocou por esse pedacinho de pano só pro Chay ter um faniquito!
- Melanie, eu sei que você ta com ciúmes dele comigo, mas não precisa ficar inventando essas acusações!
- Que cara de pau! Roubou meu ficante, meu vestido e vai ficar negando até quando?
- Olha, eu... – Chay começou a se pronunciar.
- Segura sua onda aí! – As duas responderam em coro e ele ficou quieto.
- Eu não estou roubando nada, você que enxerga A e conclui B.
- Ah, ta bom então, que conclusão você ia tirar se o seu vestido sumisse misteriosamente e horas depois aparecesse no corpo de uma pessoa que estava na sua casa na hora que ele sumiu?
- Coincidências existem.
- AH, PELAMOR!
- Não acha que seria muito estranho se eu roubasse o seu vestido e viesse usá-lo bem aqui?
- Eu não sei, você é estranha.
Já havia algumas pessoas em volta delas assistindo a discussão e torcendo que elas se pegassem logo. Esse povo de festas, sabe como é né! Até a música já estava mais baixa.
- Jamie, você pegou mesmo o vestido da menina? – Stacey surgiu dentre aquelas pessoas agrupadas ali.
- Não! Deve ser um mal entendido!
- Admite logo, eu já ouvi um monte de vezes que você é louca pelo Chay! Então é claro que você é capaz de loucuras... Naquele lance de ocupar a casa vazia você até que se deu bem, mas trocar meu vestido foi demais! – Mel se aproximava dela mais ainda com os braços cruzados. Jamie fazia cara de pânico.
- Eu não troquei a porcaria do seu vestido, ESSE AQUI É MEU! – Jamie levantou a voz e Melanie estava prestes a colocar as mãos no cabelo dela. Alguém chegou pra impedir.
- ESPERA AÍ MELANIE! Pode soltar a Jamie! – era Sophia surgindo no meio das pessoas.
- Ué Soph, o que foi agora? Não vê que eu preciso dar uma lição nessa trocadora de vestidos?!
- Ela não é trocadora de vestidos, Mel.
- Not? – Melanie relaxou as mãos que já seguravam os cabelos de Jamie com cara de decepção.
- Não... A moça da loja ligou hoje mais cedo. Falou que uma cliente que esteve lá ontem na mesma hora que nós, levou o seu pacote e você levou o dela.
- Ah! Aquela que eu chamei de perua escandalosa?
- Na verdade você chamou de perua burra, mas é essa mesma. Ela ligou pra loja pra eles entrarem em contato com você.
- E POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ME CONTOU ANTES?! – Melanie até esqueceu da Jamie e foi pra perto da Sophia.
- NÃO DAVA MAIS TEMPOO! Ta legal? Você já tava no banho e... ah vai, o vestido não é feio! Eu ia contar amanhã. Se eu soubesse que ia dar essa confusão por causa do vestido da Jamie...
Melanie olhou pro chão por uns dois segundos e levantou o olhar devagar até encontrar o de Jamie. Boa hora pra fazer um buraco no chão e botar a cabeça.
- Desculpa. O seu vestido é parecido, mas não é o meu...
- Tudo bem.
- NINGUÉM ESTÁ MAIS DISCUTINDO AQUI! O QUE É QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO AINDA, SEUS DESOCUPADOS? – Rayana fez questão de ajudar a dispersar aquela platéia que se formou. Logo tudo estava normal de novo e a música voltou a tocar.
- A gente pode conversar? – Jamie pediu à Melanie, que agora estava muda e concordou com a cabeça. As duas entraram na casa e sumiram por lá.
- Que medo. Vocês confiam de deixar as duas sozinhas? – Lua perguntou para as meninas que estavam mais perto.
- Ah, relaxa... Eu não sei a Jamie, mas Melanie tem seguro de vida. Em último caso a gente fica rico! – Rayana riu, Lu lhe deu um tapinha na testa e logo Pedro apareceu perto dela.
- Oi Ray! Que saudade de você…
- Ah Pedro, não me diga que você já se encheu de álcool mano? Puta que pariu hein, nem fica em pé direito...
- Quer ajuda com ele? – Chay se prontificou.
- Ah sim, me ajuda a levar ele pra lavar o rosto!
- O Pedro não sabe beber, eu já disse isso, né?
- Por que vocês ficam falando de mim comigo aqui? A mãe de vocês nunca ensinou que se for pra falar dos outros tem que esperar eles darem as costas? – Pedro falou e logo estava andando de braços dados com Chay de um lado e Rayana do outro.

Enquanto isso, Melanie e Jamie entravam em um dos dezesseis quartos da casa.
- Erm... Desculpa de novo ta... É que você tem andado tão próxima do Chay ultimamente que eu me deixei levar, eu admito que fiquei com ciúmes! E quando te vi com o meu ves... quer dizer, com um vestido parecido com o que eu tinha comprado, aquilo foi a gota d’água.
- Sim, eu já entendi. Gosta mesmo dele, não é?
- Do vestido? - Melanie perguntou e recebeu um olhar impaciente de Jamie, Mel entendeu que ela tinha perguntado do Chay, mas por razões desconhecidas ela queria fugir dessa resposta.
- Ah, não sei! Nós estamos... erm... estávamos ficando. Sim eu gosto dele, falei!
Jamie sorriu. As duas pareciam sem jeito.
- Eu também, mas entenda que é diferente do seu jeito de gostar!
- Hum? Como? Por que diferente?
- Não é como se eu quisesse disputá-lo com você! Ele só fica feliz quando está bem contigo e é isso que uma fã de verdade quer! Eu sou muito fã do Chay, as meninas brincam que eu sou Suede, mas isso não impede que eu tenha meu namorado e o ame acima de tudo.
- Então você não tava dando em cima dele?
- Confesso... No começo sim. Queria que ele aparecesse sem camisa lá na casa do Micael, queria sentar perto dele, encostar nele, sentir o perfume, essas bobagens... Depois eu vi que não é nada demais! Passar esses dias lá me fez ver o lado ‘pessoa-normal’ do Chay! Eu percebi que vocês têm uma coisa especial! Sabe, você é a menina mais bacana que o Chay já ficou, eu quero mais é que continuem juntos!
- Puxa... Vem cá, o seu namorado não sente ciúme do Chay?
- O Chay sente um ciuminho do Kyle, não sente? É a mesma coisa! Inclusive eu vi que quando você vê o Kyle seus olhos chegam a faiscar. Você se sente com o Kyle do mesmo jeito que eu com Chay... É coisa de fã, nós sabemos que é diferente! Você não trocaria o Chay pelo Kyle assim como eu também não trocaria meu namorado Ash pelo Chay!
- Claro... Quem não entende isso são os homens né!
- Ah, eles são bobinhos, deixa eles!
- Então... Fica tudo bem entre a gente?
- Por mim já é. E que fique claro que eu só te chamei aqui porque a gente está hospedada na mesma casa e ia ser chato pra caramba ficar brigada com alguém!
- Ah, eu também só aceitei conversar com você por isso! – Melanie já abria a porta do quarto. As duas deixaram o quarto rindo, mas sem sorrisos falsos ou nervosos, pareciam até amigas de longa data. Estavam se sentindo com 20 quilos a menos de preocupação nas costas... Nada como a sensação de contas acertadas! Só tinha um porém, Mel agora estava com uma vergonha imensa do Chay! Preferiu evitá-lo a festa inteira.

Algumas horas se passaram sem grandes acontecimentos ou barracos... A festa não estava programada pra ir até muito tarde porque The Click Five vai sair numa nova turnê no dia seguinte. Então às quatro da manhã a maioria das pessoas já havia ido, isso inclui fotógrafos.
- Quem dá a última palavra aí? – Soph perguntou a Pedro, estavam todos no chão da sala brincando de verdade ou desafio.
- Ela. Rayana é extremamente cruel e mandona! Ela não deixou que eu bebesse mais depois daquela hora. – Pedro revelou.
- Fiz pelo seu bem, ingrato! Quero você bem acordado essa noite! – Ray lhe deu um leve empurrão no ombro.
- Ihhh, Pedro pegador! – Micael gritou com as mãos na frente da boca.
- Vai com tudo tigrão – Arthur ria e gritava junto com Micael.
- Gente eu acho melhor vocês dormirem aqui, o que acham? – Ethan falou com o grupo, que ficou pensativo, um olhando pra cara do outro.
- Já ta tarde! Aproveita e dorme aí... Quarto é o que não falta! – Foi a vez de Kyle jogar seus argumentos.
- Acho bom, por mim ta legal! – Micael deu de ombros. Todos os outros concordaram, ou pelo menos, não discordaram!
- Então vão pegar seus carros e guardem na garagem. Ninguém quer seu carro cheio de gotinhas pela manhã, né?!
Assim, Micael, Arthur e Chay foram guardar os carros que estavam estacionados na calçada. Pedro se largou no sofá e parecia entretido demais com um cubo mágico. As meninas arrumaram um pouco da bagunça da sala e logo cada uma foi pra um quarto. Com exceção de Lua e Rayana, que ficaram fofocando sobre a festa e tudo que aconteceu.
- Lu…
- O que?
- Escutou esse barulho?
- Barulho de que?
- De moto!
- Aff! De novo com essa história de barulho de moto?
- Mas você ouviu ou não?
- Não. E quer saber? Estou ficando preocupada já! Depois do dia do seu acidente você sempre ouve algum barulho de moto e fica assustada... Eu concordo que você passou um trauma, mas esquece isso amiga, já passou! – Lua apoiou uma das mãos no ombro dela.
- Ta, tudo bem... – Ray forçou um sorriso de canto de boca. Depois do acidente ela começou a sonhar com sons de motor de moto.
Todo mundo ficou sem falar nada por alguns minutos, até Lu quebrar o silêncio.
- Ué, cadê esses meninos que foram até a garagem e não voltam mais? – Lua de repente cruzou os braços.
- Devem estar falando das garotas que estavam na festa! – Ray viu Lua bufar e continuou – Ah, ué! A gente também falou dos bonitões que vimos hoje, é normal...
- Desse jeito eu fico com ciúmes. – Pedro estava de olhos fechados com a cabeça pra cima.
- Você sabe que é o rei dos bonitões da minha vida, né Pedro? – Rayana se aproximou dele e lhe deu alguns selinhos.
- Ah, vão pro quarto! – Lua jogou uma almofada neles.
- Cara, ninguém avisou a gente que tinha duas garagens e a segunda era tão longe! – Arthur chegou na sala e se jogou no sofá por cima de Pedro e Rayana.
- Hey! Três corpos não ocupam o mesmo espaço, sabia Aguiar? – Pedro lhe deu uns tapas.
- Então saiam daí ué.
- Arthur você é o guitarrista mais gay e folgado que eu já conheci! – Rayana lhe fez algumas cócegas e logo levantou do sofá com Pedro. Arthur se espalhou por todo ele...
- Guardei meu carro e Arthur também guardou nessa garagem aqui do lado, mas não sobrou espaço então Ethan disse que podia guardar o do Micael em outra garagem, só que ficou longe pra caramba! – Chay explicou o lance das duas garagens, fazendo Lua sentir um pequeno alívio dentro dela ao saber que o motivo da demora não foi por ficarem comentando de outras garotas. Não que isso fosse um grande problema, afinal como Rayana disse, ela mesma falou de outros caras durante a festa e agora há pouco. Mas Lu não deixa de sentir aquela pontadinha fraca e chata ao imaginar Arthur dizendo coisas tipo “Nossa, ta vendo aquela morena de rosa? Pegava fácil!” mesmo sabendo que ele não faria realmente.
- Não que eu esteja morrendo de sono, mas... vou procurar um quarto! – Micael falou se espreguiçando.
- Sei bem que quarto você vai procurar Borges-saliente! – Chay pegou uma almofada e tentou acertar nele, mas sua pontaria não estava tão boa no momento e a almofada passou a metros de Micael.
- Uhum, de preferência um quarto onde estiver uma certa pessoa dentro... – Lua completou o que Chay pensava.
- Ah, calem a boca! – Micael continuou andando e subiu as escadas. Ele realmente queria saber em que quarto Sophia tinha se enfiado.
Chay não tinha nenhuma motivação pra subir e procurar quarto algum. Percebeu que Melanie não se aproximou mais dele depois de ter conversado com Jamie e não sabia o porquê, não sabia o que elas tinham conversado, não conseguiu perguntar à Jamie também... Sua cabeça estava fervendo. Mesmo assim subiu e foi procurar um quarto vago, era melhor do que ficar de vela, pois só havia casais na sala.
- Hey Arthur, tem um espacinho pra mim aí nesse seu sofá? – Lua perguntou ao notar que no mesmo sofá onde ela estava, Rayana e Pedro pareciam ocupados demais pra conversar com ela.
- Claro! O seu corpo pode ocupar o mesmo espaço que o meu! – Arthur piscou sexy e se ajeitou pra dar um espaço. Lua se acomodou na beirada, de costas pra ele.
- Espera, eu vou cair!
- Eu te seguro. – [n/a: ui!] Lua o ouviu falar perto de sua orelha e logo braços aconchegantes envolviam sua cintura.
- Hey little boy, get a room! – Arthur gritou pra Pedro quando viu que ele e Rayana estavam radicalizando no meio da sala.
- Você não manda em mim! Vão vocês dois oras...
- Não porque nós temos senso de ridículo! Não somos nós que estamos tornando disso aqui um conteúdo proibido para menores de 18!
- Mas a gente não ta fazendo nada!
- Calma Ray! Não vê que esse aí está exagerando só pra gente sair daqui e ele ficar sozinho com a Lu?!
- Claro que não, se vocês pararem com essa indecência e se comportarem com educação, podem ficar aí de boa!
- Lu… – Pedro franziu as sobrancelhas e se ajeitou no sofá – Vê se cuida desse garoto, ele deve estar com frebe pra ter falado desse jeito! Tipo um padre...
- HAHAHA. OMG, como meu amigo consegue ser tão engraçado? – Arthur sorriu sarcasticamente. Todos passaram alguns segundos sem falar nada e logo explodiram em risadas. Coitados...
- A gente não ta normal e isso é fato! – Rayana se levantou do sofá tentando arrumar os cabelos num rabo-de-cavalo. – Eu vou ao banheiro e quando eu voltar quero ver meus amigos normais de novo!
- Qual é seu conceito de normal? – Pedro também se levantou e esticou os braços.
- Sabe quando a gente não fica rindo do nada? É! Aí estamos normais. – Ray tomou o caminho do banheiro e Pedro foi pra cozinha.
- Galera, vou procurar sorvete. Se eu achar, não trago pra ninguém!
- Obrigada Pedro, você é tão gentil! – Lua sorriu e ficou ouvindo os passos de Pedro se distanciando cada vez mais. Notou que Arthur brincava com uma mexa de seu cabelo, enrolando-o como se estivesse fazendo um caracol. Aquela hora ela respirou fundo sentindo o ar preencher cada espacinho de seus pulmões. Se sentiu tão viva! Não que antes ela se sentisse morta, mas teve uma sensação muito intensa dentro de si, uma coisa inexplicável que tornava quase impossível desmanchar o sorriso permanente de seus lábios. Algo que traz força e calma, energia e paz... Seria isso a tão buscada felicidade? Tão citada em poemas e agora estava ali, dentro dela. Arthur apenas fechou os olhos e curtia também. Aquela mexa de cabelo enrolada em seus dedos exalava um perfume um tanto doce, um tanto cítrico, um tanto viciante! Quase um veneno, ele concluiu. Com outras meninas Arthur nunca tinha se dado a chance de ficar um tempo assim apenas apreciando a presença um do outro, sem malícia nos pensamentos. Ele sempre soube que com Lua tudo seria diferente.
- Que perfume passou hoje? – ele perguntou com uma voz calma, doce e levemente baixa e rouca que fez Lua quase tremer.
- É um mais antigo, que eu uso em dias especiais.
- A minha festa de despedida foi um dia especial?
Lua arregalou um pouco os olhos. Ela ainda tinha o perfume que usou aquele dia e realmente havia passado hoje. Não imaginava que ele ia lembrar, (ou muito menos perguntar!).
- Eu achava que ia ser, quando estava me arrumando. Não exatamente especial, mas marcante de algum jeito. – ela falou enquanto se virava pra ficar de frente pra ele.
- Então você estava certa.
- Aquela festa foi a mais doida e inesquecível que já fui até agora...
- Pra mim também! Acho que precisamos ir a mais festas!
Com um sorriso nos olhos... Sim, é possível sorrir com os olhos! Se era impossível, Lu e Arthur acabaram de tornar possível. Com esse sorriso, eles diminuíram a quase nula distância entre os lábios e demoraram um pouco num selinho.
- Vem aqui comigo, tem uma outra coisa daquele dia que eu também não esqueci! – Arthur desgrudou seus lábios dos dela e começou a se levantar de repente.
- Mas ir pra onde?
- Você vai ver! – puxou Lu pela mão e os dois deixaram a sala.
- HEY, AONDE VÃO? AQUI TEM SORVETE! – Pedro chegou na porta e pôde vê-los andando lá fora.
- A GENTE JÁ VOLTA! – ouviu Arthur responder.
Eles chegaram na garagem onde Arthur havia deixado seu carro. Ele abriu o portão da garagem, que permaneceu aberto depois que entraram.
- Espere aqui, eu trouxe uma coisa no porta-luvas do carro que eu já devia ter dado pra você antes! – Arthur se aproximava da porta do carro. Parecia empolgado pra pegar o tal objeto... Lu ficou pra trás, como ele pediu, mais próxima da entrada da garagem.
- Arthur...
- Você vai me achar um ridículo quando eu disser, mas é verdade...
- Arthur…
- Eu guardei esse objeto e imaginei milhões de vezes o dia que entregaria pra você! – Arthur continuava falando como se não tivesse percebido que ela estava chamando-o.
- Arthur, please…
- É uma coisinha realmente linda que eu olhava e me fazia lembrar da gente, me ajudou muito logo que eu mudei pra cá!
- ARTHUR! – foi preciso chamar um pouco mais alto.
- QUE É CARAMBA?!
- Shhh! Tem um cachorro! – ela sussurrou agora, tinha cara de assustada.
- Cachorro? Onde? – ele deu alguns passos até que a visão da traseira de seu carro saísse da frente do Rottweiler que estava sentado logo na entrada da garagem, apenas alguns passos à frente de Lua.
- Eita porra... – Arthur falou baixinho imaginando que poderia ser seu último palavrão. Com pequenos passos ele tentava se aproximar de Lua, tudo muito devagar. O cachorro já mostrava seus dentes e com certeza podia ouvir batimentos cardíacos desesperados. Arthur chegou perto de Lu e a abraçou.
- É melhor ficar imóvel – sussurrou no ouvido dela sem tirar os olhos do cachorro.
- Por quê? Por acaso ele não sabe que estamos aqui? – respondeu no mesmo volume.
- Ah, não sei! É que nos filmes com animais carnívoros eles sempre falam isso... – Arthur deu de ombros.
- Hey Assombração! – uma voz falou e o cachorro olhou na direção em que a pessoa vinha. Um cara de calça jeans, jaqueta e capacete pretos chegou e segurou na coleira do cachorro. – Não se preocupem, ele não vai atacar!
Arthur ainda não tinha se recuperado do susto e estava reconhecendo aquela voz de algum lugar.
- E-e-esse cachorro é seu? O nome dele é Assombração? – Lua disparava perguntas, como sempre quando se sentia nervosa.
- Sim, é meu. Quando ele nasceu era muito feinho e aí colocamos esse nome! – o cara explicou e tirou o capacete sorrindo. A iluminação não estava muito forte, mas Arthur reconheceu aquele rosto imediatamente e perdeu a fala por uns segundos.
- É, ele conseguiu me assustar então!
- Oh, desculpe!
- Você está de moto, não? Veio guardá-la pra dormir na casa do Kyle também? – Lua já dialogava tranqüilamente com o rapaz.
- Lu... – agora Arthur estava lhe chamando com a voz baixa e cutucava seu braço.
- Você é amigo de alguém do The Click Five?
- Lu...
- Por que eu não te vi na festa?
- Lu!
- E onde está sua moto? – Lua fazia uma pergunta atrás da outra, sem tempo pro cara responder.
- LUA CARALHO! – Arthur gritou agora e a segurou pelos ombros, virando-a de frente pra ele.
- O QUE?
- Eu sei quem ele é! – Arthur voltou a sussurrar perto do rosto dela com um olhar muito assustado.
- Quem Arthur?
- É O VIZINHO DO MICAEL, DEAN!
- Dean? Não é aquele que... – Lua olhou pra Dean de rabo de olho.
- Aham.
- OMFG! – ela cobriu o rosto com as mãos imaginando que quando olhasse de novo ele não estaria mais lá, como uma boa alma penada faria. Se enganou.
- Olha Dean você não tem nada contra mim, certo? Eu nunca te fiz nada! – Arthur nem podia acreditar que Dean estava mesmo ali. Os dois estavam de frente pra ele com as mãos pro alto, como se o cara estivesse armado.
- Calma aí gente... – o rapaz parecia se divertir.
- Erm... Olha, você não vai atacar a gente né? Quer falar com a Rayana? AH EU TO NEGOCIANDO COM UM MOTOQUEIRO FANTASMA SOCORRO! – Lua levou as mãos à cabeça. Ela sempre fora muito cética quanto a esse tipo de visão.
- Hei, o que é que ta acontecendo aqui? – Ray chegou e parou um pouco atrás do rapaz que estava de costas. Pedro também veio junto com ela.
Rayana não estava entendendo as caras de Arthur e Lu, concluiu que estavam sendo assaltados e pegou o celular. Dean ainda juntava a coragem pra se virar de frente pra ela. Quando virou, assistiu a cena de outro casal ficando paralisado. Pedro segurava uma taça de sorvete e a deixou cair com colher e tudo.
- Policial Williams falando, pois não? – dava pra ouvir a voz que falava no celular de Rayana. Dean deu um passo na direção dela e ela num movimento rápido desligou o celular e deu um passo pra trás.
- O que... o que... – Pedro tentava inutilmente dizer alguma coisa.
- Se acalmem vocês todos! Eu não sou um fantasma. – Dean olhou pra todos eles e começou a rir.
- Dá licença seu Dean. – Lua se livrou do braço de Arthur que a segurava e deu um passo à frente – Como assim não é um fantasma? Que eu saiba, pessoas que morrem só conseguem ser vistas novamente na versão gasparzinho de ser!
Todo mundo abaixou a cabeça pro lado e soltou um risinho. Não é todo dia que essas situações acontecem!
- Mas eu não morri! – ele apalpou o próprio tórax numa tentativa de mostrar que podia se tocar. Começou a se sentir desesperado pra provar isso! Não deve ser fácil ser chamado de defunto assim na cara dura...
- Vai ver você morreu e nem sabe! – Lua deu mais alguns passos pra perto dele.
- Lua! – Arthur chamou baixinho, assustado. – Lua, se eu fosse você não chegava tão perto, fantasmas podem fazer coisas com as pessoas!
Arthur continuou sussurrando pra Lua se afastar e Dean podia ouvir. Ele ficou chateado por não estarem acreditando que estava ali de verdade... Se lembrou que ele e Arthur mantinham contato constante, saíam juntos pra bagunçar, pescar, conversar, mas aquele garoto que estava vendo com cara de assustado nem parecia o mesmo.
- Arthur o que há com você colega? Se fosse o Arthur de antes já teria vindo aqui me cumprimentar!
- O Arthur de antes não via gente morta! – Arthur respondeu e continuava com o olhar assustado.
- Acho que eu vou ter que provar que estou vivo. – Dean falou e pegou a menina que estava mais próxima dele pelo braço. Ele a beijou e deixou todo mundo sem reação por uns instantes, essa menina foi Lua e ela aceitou o beijo no começo, mas pisou no pé dele depois.
- Owow! O que pensa que está fazendo com minha... – Arthur puxou Lu pelo ombro, ele ia terminar a frase com ‘namorada’ e Lua sentiu o coração esquentar com a possibilidade dele dizer isso – com minha garota?
- Está bem vivo – ela concluiu meio envergonhada. ‘Acabei de agarrar um cara na frente do Arthur! Não é como se ele tivesse me beijado à força, eu retribui! Takeopariu! Por que eu, hein?’ ela pensou e agora estava abraçada a Arthur.
- Desculpem, eu estava ficando agoniado com essa insistência de vocês dizendo que eu morri etc e tal...
- Rose disse que te matou. – Pedro falou baixo e com um certo rancor na voz. Tudo que lembra Rose e o que ele passou naquela outra noite uma semana atrás lhe trazia esse sentimento.
- Pedro, eu… sinto muito! Vim aqui pra me desculpar com todo mundo! Foi isso que estive tentando fazer nos últimos dias, mas sempre que tento algo sai errado.
- Erm... – Rayana falando com ele pela primeira vez – Onde você esteve esse tempo todo?
- Oi Ray, é bom rever você, está bem? – Dean se aproximou e ela se esquivou de um beijo na bochecha.
- Onde você esteve esse tempo todo? – repetiu a pergunta sem responder a dele. Dean bufou e rolou os olhos.
- No hospital... Eu fiquei em coma.
- Não é querendo insistir na sua “defuntisse”, mas eu e os outros garotos estávamos na casa do Micael e te vimos sendo retirado da sua casa coberto com aqueles sacos pretos de couro estilo CSI! – Arthur falou.
- De primeira, acharam que eu tinha morrido, mas depois viram que não e então eu fui levado pro hospital. Fiquei internado lá em coma, acordei sem saber de nada e meu irmão me contou que já fazia três meses e meio que eu estava ali! Apenas ele e Felicity sabiam que eu estava vivo, mantiveram esse segredo para que Rose não ficasse sabendo. Certamente viria atrás de mim pra terminar o serviço...
- Mas, quem é Felicity? – Ray perguntou.
- É a prima da Rose. Rayana, eu tenho muitas coisas pra te explicar! E pra você também – ele agora se dirigiu a Pedro.
- Pode começar, temos o dia todo! – Pedro abriu os braços relaxando-os, em seguida fazendo as palmas das mãos baterem nas coxas.
- Eu fui àquela festa em que Rose te fez de refém. Já fazia uma semana que eu tinha me recuperado e estava na cola dela pra impedir caso ela tentasse fazer algo contra vocês, principalmente contra a Rayana. Eu sabia que ela ia tentar, mas não consegui impedi-la de pegar o Pedro!
- Você viu que ela acabou se matando, né? – Pedro cruzou os braços e olhou pra baixo, odiava ter que se lembrar daquela hora. Viu o sorvete que ele deixou cair espalhado no chão, do mesmo jeito que devem ter ficado os órgãos internos de Rose, torceu a boca de nojo ao fazer essa comparação em pensamento.
- É, eu assisti a isso também... Não queria que terminasse daquele jeito, mas não nego que só assim nós podemos ficar aliviados agora.
Lua e Arthur não falavam mais nada, mas também não saíram. ‘Noite cheia de emoções! Wooooop woooop!’ Arthur pensava.
- Então você foi na festa atrás dela? Por que ficou quieto ouvindo tudo que ela disse sobre a gente? Você sabe o quanto isso custou? Nunca tivemos nada e não adiantava o que eu dissesse ninguém acreditava em mim! – Rayana estava agitada, parecia querer voar nele.
- Eu sei Ray, me perdoe! Nunca tivemos nada de verdade, mas eu não podia dizer naquela hora!
- Mas se você e Rayana nunca se envolveram por que Rose acreditava nisso? E aquela história das fotos? – Pedro também estava feito louco pra saber de tudo.
- Porque eu... inventei...
- Inventou o que, um caso comigo? A troco de que?
- Porque meu plano era fugir com a prima da Rose. Olha, Rose sempre teve uma disputa interminável com Felicity, eu era noivo dela antes, mas por um monte de fatores que não vem ao caso, eu acabei casando com Rose. Se ela soubesse que eu continuava apaixonado pela prima dela, que a gente continuava se vendo e que ainda por cima Felicity estava grávida, ela era capaz de matá-los entende? Digo, Felicity e o bebê que esperava! Eu armei um plano de fingir que tinha uma paixão secreta por uma pessoa desconhecida e assim eu fugiria com Felicity sem ela saber.
- Ok... Então você me usou e tudo bem se ela quisesse ME matar? – Ray apontou pra si mesma. Apesar de estar sentindo um alívio por estar resolvendo aquela história, se sentir usada não é a melhor parte.
- Mas é diferente Rayana, você foi a pessoa perfeita pro plano porque ela nem sabia onde você morava! Você ficou aqui uma semana, logo ia embora e ela nunca ia te ver pessoalmente...
- É, mas você não pensou que eu poderia voltar na casa do meu próprio primo?
- Mas ela tava foragida e... ah, me desculpem por favor eu só vim pra isso! Não queria que tivesse acabado daquele jeito, acreditem em mim, eu fui naquela festa pra tentar proteger vocês!
- O Pedro quase morreu no dia do próprio aniversário, o que você tem a dizer quanto a isso? – já se podia ver o brilho de algumas lágrimas sendo formadas nos olhos de Rayana.
- O que eu tenho a dizer é que eu posso ter causado tudo, mas fui eu que salvei a sua pele cara.
- Hum? – Pedro levou uns tapinhas no ombro e ficou sem entender.
- Quando você tava pendurado lá, os policiais estavam todos lá fora e havia uma policial dentro do sótão da casa. Você foi pego por duas pessoas, uma delas era eu porque os outros policiais não iam entrar na casa, subir as escadas e atravessar todo o corredor em alguns segundos, não é? E convenhamos que a policial que estava lá não ia te puxar sem minha ajuda, sem querer ser machista, claro... Depois chegaram outros policiais que formaram uma muvuca em cima de você, pareciam até fãs da sua banda! Aí eu voltei a ser invisível, quer dizer, eu estava de preto, ficou fácil eu me esconder nas brechinhas escuras...
- Certo, então você ajudou a me puxar... Não espere a minha eterna gratidão, ok?
- Não, eu só quero ouvir vocês dizerem que vão me desculpar e esquecer tudo isso de ruim, só isso!
- Assim... Não é querendo ser repetitivo, mas não rolou nada mesmo entre você e Rayana, né? Você sempre amou a tal da Felicia?
- Erm, não é Felicia, é Felicity.
- Oh, sorry.
- E sim eu a amo. Quanto à Rayana, mesmo que tivesse rolado de verdade algo entre a gente, eu sei que ela nunca ia gostar de mim como gosta de você! – Dean afirmou e fez com que Pedro tivesse que controlar o sorrisinho bobo que queria dar.
- Ok, acho que não tem mais nada pra discutir aqui... Por mim a gente dá isso por encerrado e eu espero que você e a Felicity fiquem bem! – Rayana sorriu e recebeu um abraço de Dean.
- É, caso encerrado – Pedro cumprimentou Dean com um aperto de mão.
- Arthur meu campeão, desculpa ter agarrado sua garota, é que você não sabe como é estressante ficar sendo chamado de fantasma!
- Foi muito mal educado da sua parte, mas tudo bem – Lua respondeu antes de Arthur, vendo que ele torceu a boca ao tocarem nesse assunto. Ela precisou dar um pequeno cutucão nele – Né Arthur?
- É, dessa vez passa... – Arthur se aproximou e também o cumprimentou como nos velhos tempos, quando eles eram amiguinhos de balada.
- Pelo jeito essa moça está conseguindo botar algum juízo em você, huh? Não a deixe escapar! – Dean falou baixo perto do ouvido de Arthur.
- Eu sei dude, ela é minha Felicity...


Dean foi com seu cachorro Assombração na garupa da moto, disse que ele e Felicity estavam indo morar na Austrália... Depois de tudo, o que restava a fazer era entrar na casa e tentar dormir, amanhã seria um longo dia pra contar tudo aos outros! Os dois casais voltaram pra dentro da casa abraçados.
No sábado à tarde a turma toda voltou pra casa de Micael, o fim de semana passou rápido e logo na segunda de manhã Jamie, Stacey e Molly já se preparavam pra ir embora. Os outros meninos ficaram de passar lá pra se despedir, Jamie viu que quando Chay chegou, Melanie o cumprimentou de longe com um pequeno sorriso e logo sumiu de vista. Segundo ela, Molly estava chamando-a pra ajudar com a mala. Jamie a seguiu e ela simplesmente estava sentada no corredor.
- Oi Mel, o que faz aqui?
- Oi... To sentada no chão, o que mais parece?
- Sei... Por que saiu da sala?
- Ai Jamie, desculpa ta! Estressei!
- Com o que criatura?
- É que eu ia ficar sozinha na sala com o Chay e... – Mel movimentava as mãos pra lá e pra cá desajeitadamente. Eles não estavam brigados nem nada, não estavam se tratando mal, mas apenas pararam de ficar, estavam agindo como um pouco menos que amigos, digamos que... conhecidos!
- Melanie, eu não estou te entendendo! A gente já conversou, o seu caminho pra ficar com ele está mais do que livre!
- Eu sei, não é isso... É que eu tocomvergonhadele!
- Hum? Vergonha do Chay?
- Sabe, eu discuti com você por nada, paguei mico, falei coisas equivocadas, passei os pés pelas mãos! Acho que ele não quer uma menina como eu ao lado.
- Você não vai saber se não perguntar...
- Eu não vou perguntar nada! Nem consigo olhar pra ele!
- JAMIE, SOCORRO A STACEY NÃO ME DEIXA FECHAR MINHA MALA! – as duas ouviram Molly falando alto dentro de um dos quartos.
- Agora sim parece que a Molly precisa de ajuda... – Jamie se levantou e foi ver o que era. Melanie continuou sem se mexer.

- OiMicaelcadêaLua? – Arthur entrou na casa de Micael falando rápido.
- Não sei, procura! – Micael deu de ombros e fechou a porta depois que Arthur passou.
- Como assim não sabe? Ela ta na sua casa, animal!
- Mas é a sua garota, você que devia saber...
- Lesado... – Arthur falou baixo quando Micael deu as costas.
- Loser... – Micael devolveu.
- Hey, vocês se amam mesmo, hein! – Pedro surgiu da cozinha.
- E aí Pedro! É impressão minha ou você sempre aparece da cozinha? – Arthur coçou a cabeça em sinal de dúvida, Pedro se aproximou e lhe deu tapinhas na bochecha. Depois ele sentou ao lado de Chay no sofá e olhou para aquela criatura parada e quieta que estava ali.
- Hey Chay – Pedro lhe deu um leve empurrão no ombro.
- Que?
- Ta estranho cara...
- Eu?
- Não, eu... ACORDA CHAY, SÃO NOVE HORAS DA MANHÃ! – Pedro chacoalhou Chay pelos ombros.
- Dude, deixa o coitado, vai procurar o que fazer! – Micael jogou almofadas neles.
- Já volto. – Chay levantou e andou até a porta da casa. Antes de sair viu Melanie sentada no corredor lá em cima. Ele saiu e sentou na escadinha em frente à porta, os outros ficaram calados, ninguém gostava de ver o Chay apagado assim.
Jamie foi até lá alguns minutos depois e sentou ao lado dele.
- Oi Chay! É impressão minha ou você e Melanie não estão mais como antes?
- O que? Você acha?
- Chay, eu não queria ir embora e deixar vocês assim!
- Ah, fazer o que... Acho que é assim que vai ser agora.
- Não dude! Eu vou me sentir muito mal se eu for embora sem resolver isso aqui!
- Então sinto muito pelo seu mal estar... Eu não posso fazer nada, ela não é mais a fim de mim.
- Isso é mentira! Você pode fazer sim! Conversa com ela!
- Conversar o que? Dá pra contar nos dedos as vezes que ela olhou pra mim nesse fim de semana todo!
- Ela está confusa, você sabe como ela é! O comportamento dela não quer dizer que ela tenha deixado de gostar de você, muito pelo contrário!
- Como assim? Eu juro que eu não entendo! Do que você ta sabendo?
- O que eu to sabendo é que vocês dois estão perdendo tempo! E eu só vou embora tranqüila se você me prometer que vai fazer o que eu vou te dizer agora!
- O que?
- É uma idéia que eu tive...


- Oi Arthur! MICAEL BORGES E SOPHIA ABRAHÃO, SAIAM DE CIMA DELE AGORA! – Lua chegou na sala e viu que os três pareciam brigar por alguma coisa que ela não sabia o que era.
- LU! Eles querem pegar a barra de Snickers que eu comprei pra você! – Arthur se livrou dos outros dois que começaram a rir e dizer que era mentira.
- Jura Arthur? – Lua perguntou com a voz derretida.
- Mentira Lua! Fui eu que comprei e é pra mim mesma, obrigada! – Soph tomou o chocolate da mão de Arthur, Lua se aproximou dele e lhe deu beliscões na barriga.
- Ah ué, eu tentei... – Arthur apenas fazia suas caretas, daquelas que ainda não conseguem enfeiar seu rosto.

Logo Molly, Stacey e Jamie estavam se despedindo de verdade. Elas iam se infiltrar de novo no acampamento como se nada tivesse acontecido e durante a tarde os pais iriam lá buscá-las. Para elas essas foram as melhores férias, realmente foram dias inesquecíveis que elas passaram morando em frente a um mcguy e depois na casa do mcguy!
- Tchau, obrigada por tudo e desculpem os sustos que fizemos vocês passarem! – Jamie se despedia abraçando todo mundo.
- Imagina... Voltem sempre, mas avisa antes, ta?! – Micael brincou antes de abraçá-la.
- Não falei que ia ser fodástico! – Molly sorriu e passou um braço pelo ombro da Stacey.
- A sua amiga Hannah vai cair pra trás! – Stacey olhou pra Jamie e as três sorriram.
- Quem mandou ela não querer vir?! – Jamie deu de ombros. Elas se juntaram na porta, deram mais tchauzinhos e saíram.

Depois que elas foram embora, Chay olhou pra trás e viu Mel com um largo sorriso aberto. Ela não percebeu o olhar dele até que ele desviou pra algum ponto fixo e passou a sorrir também. Chay agora estava considerando a idéia de Jamie como a última esperança.



Capítulo 19 – McFLY Mexicano

Na segunda-feira à tarde, os quatro rapazes disseram às meninas que iam pra casa do Arthur ensaiar algumas músicas novas e elas combinaram com a perua-burra (como Melanie chama) de se encontrarem pra fazer a troca dos vestidos. Mel queria muito ter seu vestido rosa de volta e fez questão de ligar pra tal moça e combinar um lugar. Elas concordaram em uma rápida conversa que era melhor não se encontrarem na loja onde compraram, além de causar confusão desnecessária, com certeza iria provocar a demissão de alguém. 

Marcaram na frente do cinema e lá estavam as quatro garotas na hora combinada.
- E se ela perceber que ele foi usado? – Melanie perguntou e mordeu os lábios.
- Não, acho que não vai... E mesmo que perceba, ela não pode reclamar! A culpa disso tudo é dela. – Rayana abanou o ar e continuou tomando seu milkshake.
- Alguém lembra como é essa mulher? Porque eu nem cheguei a vê-la! – Lua olhava para os lados procurando alguém que se vestisse de forma aperuada, como diz Mel.
- Eunhemrialouca – Ray deu de ombros com o canudo do milkshake na boca. Quis dizer que não reparou no ser...
- Eu também não reparei muito nela, estava toda avoada por conta do meu vestido! Só lembro que ela usava umas pulseiras daquelas que fazem muito barulho! – Melanie olhava pra cima, tentando lembrar de mais coisas. Por mais que ela tivesse visto essa pessoa na loja e soubesse de sua existência, não conseguia lembrar o rosto.
- O que eu lembro bem é que ela passou na nossa frente quando estávamos na fila pra pegar o pacote, eu fiz minha melhor cara de Pitbull olhando pra ela e ela nem se tocou! Será que eu não fui assustadora o suficiente? – Sophia esforçava a musculatura do rosto pra fazer cara de fera até que Melanie lhe deu um tapinha na bochecha.
- Hey pitbull, acho que estou vendo a perua ali! – Mel apontou com a cabeça e todas levantaram para ir até ela. A mulher estava de costas, com mais um de seus vestidos curtíssimos, a sacola numa mão e a bolsa na outra. Ela estava comprando pipocas, como se já fosse assistir um filme.
- Oi pe... pe... moçadovestido! – Melanie gaguejou na tentativa de não chamá-la do jeito que estava acostumada. Também não conseguiu lembrar como ela disse que se chamava ao telefone.
- É Delilah! – a moça falou enquanto se virava pra elas. Todas, menos Sophia, que não chegou a conhecê-la antes, ficaram um pouco surpresas, pois era aquela Delilah, ex do Arthur.
- Erm... Lilah? – Melanie ergueu as sobrancelhas. Lua sentia alguma coisa embolada na garganta e não conseguia falar.
- Puxa... Se não são as primas do Micael! De qual de vocês é o vestido que eu levei mesmo?
- Ué Delilah, você sabia que era com a gente que você ia se encontrar? – Rayana perguntou por suspeitar do tom que ela usou.
- Bem, a moça da loja passou o número que vocês deixaram e eu vi que era o número da casa do Micael.
- E lá na loja? Você viu que era a gente e por isso trocou os vestidos? – Ray continuava com seu tom desconfiado, Melanie lhe deu uma olhada para que ela parasse.
- Aí você já quer demais né! Primeiro que eu nem vi que eram vocês na loja... E depois, por que eu ia fazer isso de propósito? O meu vestido é £70,00 mais caro! – Delilah abriu um sorriso meio estranho e logo lançou um olhar para Lua – Amigas novas?
Lua abriu a boca, mas Melanie falou primeiro.
- Lua é a prima do Micael, tipo... prima mesmo. E Sophia é nossa amiga.
- Ah sim... Já ouvi falar de uma Lua. – Delilah pesou um pouco a voz ao pronunciar o nome da garota. Parecia examiná-la da cabeça aos pés, até Ray falar com ela de novo.
- Erm, trouxemos o seu vestido. – Rayana apontou à sacola que Mel segurava.
- Muito obrigada! Melanie esse seu vestido é até bonitinho, mas meigo demais pra mim! – Delilah deu um sorriso convencido enquanto fazia a troca das sacolas. Melanie olhava pra ela estranhando aquele comportamento. Delilah nunca foi sua melhor amiga, mas nas vezes em que estiveram conversando ela não agia assim, com trejeitos de vilã de novela das seis!
- Você não vai querer abrir o pacote pra olhar o vestido? – Rayana perguntou ao ver que Delilah já ajeitava a alça da bolsa no ombro pra ir embora.
- Não precisa, eu faço isso em casa... Confio em vocês! Agora eu tenho que ir porque uma pessoa já me espera na sala do filme que viemos ver. Caso antigo, sabe como é! – Delilah deu uma piscadinha para as meninas e foi andando. Quando ela se distanciou mais, Lua soltou todo o ar que estava preso.
- Delilah is back. – foi só o que ela conseguiu dizer enquanto olhava num ponto fixo.
- Essa aí é aquela que... – Soph começou uma pergunta enquanto elas davam meia-volta pra sair dali.
- É. – Mel e Ray responderam juntas.
- E não foi ela que...
- Foi.
- Ela não deu o...
- Deu.
- Mas ela não tinha um... 
- Tinha, Sophia... Tinha um namorico com Arthur, mas deu o fora nele pra ficar com alguém do Mariana’s Trench, foi ela que a Lu viu num porta retrato na casa do Arthur e é aquela que ele tava sempre reclamando porque se sentia perseguido. – Melanie explicou e olhou pra Lua. Ela andava calada, sem olhar para vitrines de lojas, algo realmente muito estranho!

Ninguém falou mais nada e o assunto morreu. Elas estavam indo pra casa a pé, pois a casa de Micael é próxima do centro.
- Vamos dar uma olhada no ensaio dos meninos? – Rayana perguntou com os olhinhos brilhando.
- Ah, é verdade! Fiquei curiosa com essas músicas novas que eles tanto falam... Micael disse que estariam na casa do Arthur, vamos sim! – Soph concordou animada. Sophia e Rayana estavam mais animadas do que as outras duas, isso é fato.
Ao chegarem, tocaram a campainha e a senhora Aguiar abriu a porta.
- Oi meninas. Você é a Lu, não é? Já ouvi meu filho falando de você! – ela comentou sorridente.
- Oh, eu espero que tenha falado algo bom então... Erm, podemos falar com Arthur? – Lua perguntou sentindo as bochechas quentes pelo comentário da mãe dele.
- Ah Lu, ele não está! Quer esperar por ele? É algo importante?
- Não... Não precisa, a gente só veio visitar mesmo. – Rayana respondeu enquanto Lua concordava com a cabeça. As meninas voltaram pra casa do Micael achando tudo muito estranho, eles falaram que estariam lá, será que mudaram de idéia? Lua não deixou de considerar umas possibilidades... Estava se achando uma paranóica por imaginar o que imaginou, mas mesmo assim não descartou essas hipóteses. Mais uma vez elas deixaram o assunto morrer e quando Micael chegou, perguntaram a ele. Todas tiveram a mesma impressão que a pergunta o deixou surpreso/nervoso. Disse que saíram por uns instantes pra comprar pizza.

Mais dois dias se passaram, portanto agora já é quarta-feira dia 29, falta pouco para o fim do mês e conseqüentemente das férias... Essa expressão traz um gostinho ruim pra todos: fim das férias, volta às aulas! E não é apenas pela preguiça de voltar à rotina cansativa, é também porque as meninas vão voltar pra casa.
Chay passou esses dias se preparando pra fazer uma surpresa pra Melanie... Foi a idéia que a Jamie lhe deu. Ele nem podia acreditar no que estava prestes a fazer, mas isso, pra ele, é com certeza menos ruim do que os dias que ele passou sem Mel! E aliás, os outros garotos também precisaram se preparar para a surpresa dele, estavam todos envolvidos! Já passava das nove horas da noite e Micael saiu sem dizer às meninas aonde ia.
- Nossa, esses meninos estão cada dia mais estranhos pro meu gosto! Os outros três nem vieram aqui e olha que é difícil eles ficarem sem aparecer por aqui, nem que seja pra dizer ‘oi gatas’ – Sophia disse sentava no sofá com uma lata de coca-cola na mão.
- Verdade... Nem tinha reparado que não vi o Chay... – Mel deu de ombros. Todo mundo sabia a total ironia daquela frase, mesmo que nem ela admitisse. Estava louca de saudades do Chay.
- E eu não vi o Pedro – Ray.
- Nem o Arthur – Lua – Talvez seja alguma coisa com a banda.
- É, pode ser. Mas espero que amanhã eles estejam mais “disponíveis” porque depois de amanhã nós já vamos... – Soph falou com ar triste.
- Ah, não fica triste! A gente volta aqui nos finais de semana, se não tiver muito trabalho... – Ray passou um braço pelo ombro de Soph pra consolá-la.
Estavam se sentindo entediadas, sem nada pra fazer. Lua passou uns minutos isolada em seus próprios pensamentos, ainda não tinha perguntado a Arthur sobre onde ele foi na segunda à tarde. Não perguntou por medo de parecer paranóica demais e ele começar a se queixar como fazia com Delilah.
- Hey, pensa rápido! – Ray jogou o controle da TV, interrompendo Lu de seus pensamentos fazendo com que ela se movimentasse para pegar o objeto voador antes que ele se partisse em sua cara.
- Nossa, seus reflexos estão bons! Parecia tão distraída – Rayana se admirou por ela ter pego.
- É, isso não acontece sempre... Vai ver eu estou ganhando super poderes ‘woho’! – Lua só conseguiu dar um sorriso fraco depois de sua quase-piada sobre si mesma. Ninguém é tão forte que não deixe transparecer seus medos uma hora. As amigas de Lua sabiam no que ela estava pensando há poucos minutos.
- Em que você tava tão concentrada, hein? Tem a ver com a aparição mega-high-power-blaster-de-repente da Devaca? – Sophia perguntou e mostrou que já havia encontrado um apelido carinhoso pra ex do Arthur.
- Ah, esses dias eu fiquei pensando... Depois que eu vi a Delilah no cinema tudo anda tão estranho, quer dizer, o Arthur, ele... anda misterioso, passando o dia inteiro não sei onde!
- Você não ta achando que... – Mel começou a pergunta.
- Estou. É isso. Eu imaginei se não era com ele que ela estava lá no cinema. Ela dizendo ‘caso antigo’ e a piscadinha depois, isso ainda está entalado no meu esôfago! 
- Ah Lu... É claro que não era com ele, aquilo foi só pra provocar porque ela sabe quem você é! – Ray falou naquele tom calmo de mãe.
- Olha Lua... – Sophia se ajeitou no sofá. Lua sabe que quando ela ajeita a postura e começa falando ‘olha Lua...’ é porque ela está prestes a falar algo sério. – Eu lembro muito bem do Arthur de cinco ou seis anos atrás... Ele podia ser o galinha da escola, mas nunca te tratou como as outras. Digo, ele ficava diferente perto de você, era como se aquele fosse o verdadeiro Arthur, um garoto legal, que te respeitava, que fazia todo mundo rir, que fazia o impossível pra você ficar legal sempre que as coisas ficavam pretas. O Arthur galinha era aquela máscara que ele usava, a cada dia arranjando uma macaca diferente pra ficar pendurada no pescoço dele. Eu acredito que ele estava usando a velha máscara até um mês atrás, mas agora eu acho que é o cara que a gente conhece e por isso merece um voto de confiança da sua parte.
Sophia acabou de falar e as palavras da amiga foram verdadeiras o suficiente pra trazer uma certa umidade aos olhos de Lu.
- É, ele era mesmo diferente. Quando eu e Mel viemos aqui ano passado, ele veio aqui na casa do Micael umas três vezes e o máximo que ficava era a duração de um filme, por exemplo. Delilah sempre aparecia uns dez minutos depois dele. – Ray rolou os olhos e Mel ficou se lembrando do comportamento bipolar de Delilah.
- Essa Delilah é realmente estranha. Ele não tava feliz com ela então por que ia ter uma recaída? Nas vezes que conversei com ela, parecia uma garota legal. Não tinha esse ar de Paola Bracho que tava lá no cinema! – o comentário de Melanie fez as meninas rirem.
- Então ela é uma falsa que se comporta diferente na frente dos meninos. É aquele lance da máscara, pra gente ela se mostrou como é! – Soph balançava a cabeça como se tivesse anunciado a quinquagésima guerra mundial.
- Então vocês acham que eu devo deixar pra lá e nunca perguntar onde ele esteve na segunda à tarde? Acham que eu vou parecer uma Delilah-Bracho da vida se eu chegar e perguntar: “Aguiar, onde você esteve na segunda-feira dia 27 de julho de 2009 entre às 14:00 e às 17:00 horas?” – Lu falou como se trabalhasse na Scotland Yard ou algo assim. Ray lhe deu com a almofada na cara e dessa vez ela não escapou, mas continuou rindo da situação.
- Ah Lu, fala sério! Você nunca vai parecer com a Delilah-Carrapato! Mesmo assim eu acho que você não precisa perguntar isso, vai ver ele foi mesmo com os meninos comprar pizza, como Micael disse. E se foi outra coisa, deixe que ele mesmo seja honesto e diga depois. – Melanie terminou a frase fazendo cara de sábia, se sentiu no seu momento mestre Miyagi [n/a: Karatê Kid heuhruerhuarh stopped :S].
- Aí é que tá! Dúvidas me corrompem! – Lu torceu os dedos das mãos à frente do rosto, fazendo cara de transtornada. Era visível como ela estava mais feliz agora, aquelas meninas realmente conseguiam alegrá-la!
- Hey e aquele papo todo de voto de confiança? Ahh, você não ouviu nada do que eu disse, né sua tratante! – Sophia começou a jogar vários objetos na direção dela e Lua se desviava de quase todos. Soph havia esquecido que na época da escola, Lu era boa no jogo de queimada...

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Os meninos estavam todos lá, por causa da coisa que o Chay anda aprontando.
- Chay, eu confesso que estou achando admirável todo esse seu empenho com a idéia da Jamie, mas não posso deixar de pensar no quanto você me parece precipitado com isso! – Arthur conversava com Chay num canto da sala.
- Pareço?
- É, parece! Ficou com a Mel por uma semana e agora...
- Eu sei dude. Sabe... Eu cheguei a conclusão que esses três ou quatro dias que eu passei sem ela demoraram muito mais pra passar do que a semana em que eu estive com ela. Então, não é como se ela fosse a minha alma gêmea, porque não acredito nessa coisa toda, mas eu não sinto aquele interesse de antes só de pensar em sair e pegar geral, entende? A mesma coisa quando imagino Melanie nessa situação. Cara, eu vou te falar, EU FICO PUTO pensando que ela vai voltar pra casa achando que o que teve comigo foi um romance de férias que já acabou e quando estiver lá vai ficar com outros caras!
- Wooohoo agora é oficial, Suede apaixonadinho! – Micael apareceu perto dele sorrindo junto com Pedro. Os dois já estavam prontos pra ajudar o amigo.

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- Não tem nada pra fazer. – Melanie com tédio na voz. Depois da guerrinha de almofadas que rolou na sala, elas estavam todas de barriga pra cima, jogadas pelos sofás e poltronas.
- Ta um tédio mesmo, nada pra assistir – Ray concordou no mesmo tom que a outra.
- Nada interessante, os meninos sumiram do mapa e não tem...
- Nada pra comer! – Sophia emendou na frase que Lu começou. Ela não se tocou muito do que havia falado, mas logo percebeu os olhares e sorrisinhos maliciosos sobre ela – O que foi? To falando de pipoca, salgadinho, doces, que seja... Como vocês são sujas! – cruzou os braços rindo e balançando a cabeça enquanto as outras riam também.
- Soph, você e o Micael já... – Rayana perguntou ao terminar de rir. Sophia olhou pra ela e mordeu o lábio inferior.
- Já! – ela respondeu e tampou o rosto com uma almofada, as outras riram do jeitinho infantil aos vinte – No dia que dormimos na banheira... E você com Pedro?
- Sim! Nossa primeira vez foi no dia da festa do TC5. – Ray respondeu com um sorriso maior que o rosto.
- AH, EU SABIA! POR ISSO VOCÊS FICARAM DESAPARECIDOS DA MEIA NOITE ATÉ AS TRÊS DA MADRUGADA! – Sophia gritou muito alto apontando pra ela e fazendo as outras rirem.
- CALA A BOCA AE OW SENHORA-MISS-BANHEIRA! – Ray tampou a boca dela com uma das mãos e as duas ficaram rindo depois.
- Lua... Melanie? Não vão falar nada? – Sophia perguntou depois que terminou de rir.
- Ah, o que você acha?! Ninguém aqui perde tempo não! – Rayana respondeu pelas duas sorrindo maliciosa.
- Hey, espera aí! Fale por você, dona Rayana!
- Ahh Lua, vamos encarar os fatos... – Rayana cruzou os braços – Você está com um dos quatro caras mais lindos do mundo. Seria bobeira sua se vocês realmente não tiverem feito nada ainda!
- Mas é o que eu to dizendo, ok?! Eu e Arthur não fizemos nada além daquilo que vocês podem ver! E aposto que Melanie também não com o Chay.
- Como sabe?! – Mel olhou pra Lu assustada.
- Ah, sei lá... É o que eu acho, porque vocês ficaram juntos por uma semana e você, maninha, não me parece o tipo que entrega os pontos logo na primeira semana...
- É verdade... Não fizemos nada – Melanie admitiu e ficou vermelha, mas logo ela deixou que o olhar triste tomasse conta de seu rosto ao lembrar que muito provavelmente nunca mais farão nada mesmo.
- Hey dude, não precisa fazer essa cara! – Lua passou a mão nas costas dela.
- É que a gente já vai embora e eu sinto que minha situação com Chay não vai se resolver, foi tudo pro espaço!
- Não foi não – Sophia disse simplesmente.
- Claro que foi Soph! Ele não ta a fim de uma doida como eu.
- Mel... Eu tive uma conversa com o Chay anteontem.
- Sério?! E por que você não me disse? – Mel olhou imediatamente pra Soph.
- Foi você que não quis saber. Eu comecei a puxar um assunto sobre o Chay e você disse que não queria mais saber dele. Agora vendo como você fica ao falar nele, eu tenho certeza que você quer saber.
- Tudo bem, ela quer saber sim! – Lua inclinou a cabeça na direção de Sophia como se isso fosse fazê-la ouvir melhor cada detalhe do que ela ia contar.
- Hey, vocês vão ficar ouvindo o que ela tem a dizer PRA MIM sobre o Chay?
- Claro, é pra isso que a gente serve! – Rayana se levantou da poltrona de onde estava e foi sentar mais perto.
- Bem... Eu tava achando muito mal explicado aquela coisa toda com a Jamie e tal, principalmente quando você viu os dois aqui na frente da casa. Aí eu perguntei pra ele o que foi aquilo né.

Play Sophia’s Flash Back

- Eu... eu… estava nervoso aquele dia. Muito.
- Ué, por quê?
- Tinha tomado uma decisão, ia fazer uma coisa!
- Mas o que criatura?
- PedirMelanieemnamoro! – Chay falou o mais rápido que pôde, mas não impediu que eu entendesse perfeitamente e ficasse surpresa logo depois.
- Chay... OMG!
- É eu sei, atitude precipitada. Por isso mesmo estava com medo que ela não aceitasse e meu nervosismo decolou como um foguete.
- Bom e então, o que isso tem a ver com Jamie?
- Ah, eu bebi um pouco de whisky antes de sair de casa, pra ver se me dava coragem. Quando cheguei na casa do Micael bebi mais um pouco antes de entrar e quando eu estava sozinho lá fora, Jamie saiu. Ela sabia dos meus planos, eu já tinha falado com ela sobre como me sentia em relação à Melanie. Eu disse que logo ela ia voltar pra casa dela e não é muito perto daqui então eu ficava com medo que ela me esquecesse e tal... Então Jamie me deu essa idéia de firmar um compromisso com ela. No começo eu achei absurdo, mas depois eu vi que era uma ótima saída. Pedi que Jamie sentisse meu hálito pra ver se dava pra perceber que eu já tinha bebido, pra não dar bandeira sabe. Foi aí que a Melanie veio e eu percebi pelo olhar dela como ela tinha entendido tudo errado. Comecei a ficar nervoso com ela se aproximando de mim daquele jeito, desconfiada. Falei logo do vestido dela pra ver se disfarçava meu nervosismo e o resto você já sabe. 

Stop Sophia’s Flash Back

- AI-MEU-DEUS! Você ta brincando comigo? Chay Suede ia me pedir em NAMORO?
- Não, não estou brincando e sim, ele ia.
- Então ele estava sendo fofo o tempo todo e eu doida fui lá e estraguei tudo?! – Melanie tampou o rosto com as duas mãos. As outras meninas ainda estavam surpresas com a ação do Chay.
- Oun, você num estragou tudo não maninha, vem cá... – Rayana lhe deu um abraço vendo que a irmã mais nova começara a chorar – A sua reação foi a de qualquer garota normal. Que garota não ia ficar cismada?
- Ele falou mais alguma coisa? Digo, sobre o que pretende fazer agora? – Lua se dirigiu à Soph.
- Não, ele num deixou escapar mais nada. Mas eu desconfio que tem alguma coisa aí!
- Por quê? – Mel levantou o rosto já vermelho do ombro de Ray com um olhar esperançoso.
- Não sei explicar, mas ele não me pareceu triste.
- Ahhh... – as palavras de Sophia fizeram Melanie aumentar o choro e afundar de novo a cabeça no ombro de Rayana. – Se ele não estava triste é porque a fila já andou.
Melanie tirou sua conclusão e logo estava secando o rosto, se recuperando do choro. Lua não estava gostando do ar de velório que aquela sala ficou. Saiu de lá dizendo que ia ao banheiro, entrou no quarto de Micael e foi procurar mais uma vez algo em baixo da cama. Dessa vez era um pacote enorme de confetes, fazer uma bagunça seria bom! Ficou em dúvida se ia achar aquilo lá ou não, mas acabou achando. Os objetos da infância do primo ainda estavam todos lá, milagrosamente.
Quando Lu chegou na sala, viu que Rayana e Sophia quase dormiam com a cabeça virada pra trás, e conseqüentemente com a boca aberta, enquanto Melanie parecia observar suas unhas. Ela cutucou Mel, pediu silêncio com o dedo à frente do rosto e mostrou o pacote de confetes... Cada uma pegou um punhado.
- No 3! – Lua contava com os dedos – 1, 2, 3... 
Rayana e Sophia se assustaram e deram pulos quando sentiram inúmeras rodinhas de papel colorido sendo arremessadas pra dentro de suas bocas. Soph chegou até a cair do sofá. Enquanto Lua e Melanie só sabiam rir histericamente. Ficaram arremessando confetes umas nas outras até cansarem. Não é preciso comentar o estado que ficou aquela sala! 
- Quando Micael chegar ele vai surtar – Lua comentou com a mão sobre a barriga, que já estava doendo por ficar rindo por muito tempo sem parar.
- Ah, amanhã a gente arruma... – Rayana abanou o ar e esticou os braços pra cima.
- Acho que eu vou dormir sabe, assim pelo menos acordamos cedo e aproveitamos nosso último dia! – Sophia se levantou, estava sentada no chão. As outras concordaram com a idéia.

xxx Casa do Arthur xxx

- Dude, você aprendeu mesmo a tocar essa flautinha? – Chay perguntava pra Arthur.
- Já disse que sim, a gente ensaiou 50 mil vezes – Arthur colocava um paletó preto.
- Se acalma! – Micael bateu no ombro de Chay – Até parece que nunca fez isso!
- MAS EU NUNCA FIZ!
- Nervoso assim não vai dar certo... – Pedro jogou uma gravata pra Chay.
- Dá pra ensaiar de novo? – ele perguntou baixinho se encolhendo entre os ombros.
- NÃO CHAY! – os outros três responderam em coro e depois riram.
- Ah ta, obrigado.
- Wait! Temos que usar mesmo isso? E cadê minha calça? – Micael jogava pelos ares umas roupas que estavam em sacolas.

xxx Casa do Micael xxx

Duas horas mais tarde e já estavam todas dormindo em seus quartos. Quer dizer... menos Mel e Lu. Ainda estavam com as cabeças a mil, cheias de pensamentos. Lua felizmente parou de pensar na história com a Delilah, mas tinha outra coisa que ela começou a analisar. As palavras de Ray à respeito daquele assunto ficaram martelando na cabeça da garota romântica que esperava pelo momento certo. ‘Naah... eu não estou sendo molenga, foi falta de oportunidade! E minha relação com Arthur é mais do que isso, nos gostamos há tanto tempo!’ Lua pensava deitada em sua cama e Melanie, deitada na dela, se martirizava em pensamento. ‘Tolo adj. 1. Que diz ou faz tolices. 2. Simplório, ingênuo, abobado, apatetado, débil, idiota, imbecil, leso, pacóvio, palerma, tonto, ridículo, infundado. 3. Que não faz sentido. 4. Melanie. Essa é minha palavra. Eu sou tola. Nesse momento eu poderia ser a namorada do Chay! Mas não, o que eu fiz foi só estragar tudo que... Hum? O que é isso?’ ela mesma interrompeu seus pensamentos ao escutar uma voz que fazia uma espécie de contagem, ficando mais alto a cada vez que recomeçava.

1,2... 1,2,3,4!
1,2... 1,2,3,4!
1,2... 1,2,3,4!

E logo em seguida entraram os instrumentos começando a tocar uma linda música que ela já conhecia bem. Então levantou da cama num pulo.

Give me more love than I've ever had
(Me dê mais amor do que eu já tive)
Make it all better when I'm feeling sad
(Faça tudo melhor quando eu estiver me sentindo triste)
Tell me that I'm special even when I know I'm not
(Diz que eu sou especial até mesmo quando eu sei que não sou)

Ela abriu a janela do quarto e lá estava Chay cantando no quintal, um passo à frente dos outros três. Se vestiam mais ou menos parecidos e estavam engraçados! Todos com camisa branca, calça preta e gravata borboleta vermelha... Pedro e Micael com coletes pretos enquanto Chay e Arthur com paletó. Pedro e Micael tocavam violão, Arthur estava com uma flauta e Chay apenas cantava lindamente.

Make it feel good when I hurt so bad
(Faça isso parecer bom quando eu magôo demais)
Barely gettin' mad
(Raramente ficando chateada)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar perto de você)


You make it easy
(Você faz isso fácil)
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4)

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do (É isso que vou fazer)

I love you (I love you)


Todas as outras meninas abriram suas janelas e correram pro quarto de Melanie, ao ver que a coisa era com ela.
- MELANIE! OMG! – Lua abriu a porta do quarto esbaforida com as outras três atrás.
- AI MEU DEUS digo eu! – Mel abanava as duas mãos rapidamente na frente do rosto – Venham aqui! Isso deve ser sonho! Será que eu dormi e não percebi? OUCH! – Rayana prestou o favor de beliscar seu braço.
- Era só pra você ver que não está dormindo, baby! 

Give me more love from the very start
(Me dê mais amor desde o início)
Peace me back together when I fall apart
(Traga paz novamente quando eu cair)
Tell me things you never even tell your closest friends.
(Me diga coisas que você jamais contou aos seus amigos mais próximos)

Make it feel good when I hurt so bad
(Faça isso parecer bom quando eu magôo demais)
Best that I've had
(O melhor que já tive)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar por perto de você)

You make it easy
(Você faz isso fácil)
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4)

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)

I love you (I love you)


You make it easy,
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4.

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)

I love you (I love you)

I love you (I love you)
One, two, three, four.
I love you (I love you)


- OMG! – Melanie enxugava lágrimas nos cantos dos olhos.
- A música acabou, desce lá! – Sophia ia puxando Mel.
- Não, espera! Ele vai dizer alguma coisa... – Lua chamou a atenção das duas e Chay começou.
- Melanie! Eu sei que a gente não ficou junto por muito tempo, mas eu não preciso de mais do que isso! Eu não saberia mais estar com outra garota que não fosse você! Porque when you walk in the room my heart goes boom... – ele falou sorridente e os outros meninos atrás fingiam chorar – Aceita ser minha namorada?
Ela ficou uns minutos sem reação com o olhar parado em algum lugar, Rayana lhe deu um empurrão no ombro para que saísse do transe e dissesse alguma coisa logo pois todos estavam esperando!
- AÍEUACEEEITOO! – ela gritou rápido com um sorriso que devia estar mostrando até o último dente.
- ENTÃO VEM PRA CÁ AGARRAR SEU NAMORADO! – ele gritou abrindo os braços. Ela saiu correndo e as outras seis criaturas presentes começaram a gritar, assoviar e bater palmas quando ela chegou e o abraçou. Chay a beijou e depois a ergueu um pouco do chão pra poder girá-la.
- AEE DESENCALHAMOS O CHAY! – Arthur gritou erguendo a mão com a qual segurava a flauta.
- VIVALELUIAMÉM! – Micael gritou tudo junto fazendo uma reverência exagerada ao casal que estava abraçado.
- ALGUEM TRAZ CERVEJA? QUERO BRINDAR ESSE FATO! – Pedro também gritou em meio a risadas e logo alguém mais estava gritando.
- HEY, QUE GRITARIA DO CARALHO É ESSA ÀS ONZE DA NOITE EM PLENA QUARTA-FEIRA?! – alguém gritava dentro da casa ao lado, mas ninguém deu atenção e continuaram do lado de fora por mais algum tempo.
- Vamos à sorveteria amanhã? – Pedro deu a idéia.
- Ah, vai ser ótimo! – Rayana concordou e lhe deu um selinho.
- Amanhã é o nosso último dia completo aqui... – Sophia lembrou e todo mundo ficou em silêncio.
- Ah, mas ele vai ser bem aproveitado! – Arthur abriu um sorriso e puxou Lua pra mais perto.
- Então eu acho que é bom a gente ir dormir, né? Não quero acordar no meio da tarde, vai encurtar meu dia! – Rayana se despediu de Pedro com mais um selinho. Melanie fez o mesmo com Chay, Lua deu um selinho em Arthur e ganhou um beijo na testa acompanhado de um boa noite, pequena... Sophia também teve que se despedir de Micael porque ele ainda ia levar os meninos em casa, já que vieram todos no carro dele.

Depois de uns vinte e cinco minutos, Micael chegou e cada menina já estava em seu quarto. Elas fizeram bem em trancar suas portas...
- AAAAH, QUE PORRA É ESSA NA MINHA SALA? LUA, RAYANA, SOPHIA, MELANIE! EU VOU MATAR VOCÊS! AMANHÃ VOCÊS VÃO LIMPAR TUDO ISSO COM A LÍNGUA, ESTÃO OUVINDO?

Capítulo 20 – (4) Última(s) Noite(s)!

No dia seguinte, logo pela manhã, todos ajudaram na limpeza da sala. Não com as línguas, claro... À tarde saíram todos pra tomar sorvete e cada casal teria um jantar especial à noite! Como as meninas haviam dito, precisavam aproveitar o último dia.
- Desde segunda-feira a gente ficou sabendo dessa idéia do Chay... Eu só resolvi ajudar porque achei que ele não ia levar à diante! – Micael começou a rir e levou um tapinha na testa, dado por Sophia.
Estavam todos na sorveteria desde o meio-dia. O grupo de oito ajuntou duas mesas e estavam fazendo aquela bagunça boa e saudável como uma grande despedida grupal.
- Eu sabia que você ia planejar alguma coisa Chay, você não tava com cara de conformado! Parabéns, o que você fez por ela foi lindo! – Sophia falou com aquela voz e olhar de quem estava derretida. Micael percebeu e bateu com o ombro no ombro dela.
- Hey, eu estava lá também, ok? Você também podia se sentir presenteada...
- Lu... – Arthur chamou e ela deixou de levar a colher de sorvete à boca pra olhar pra ele. [n/a: Parou com a colher no meio do caminho? Hum... isso já aconteceu nessa fic! Ahushauhsua]
- Diga...
- Minha mãe contou que você foi lá em casa e não me achou, eu...
- Ah, tudo bem Arthur. Não precisa ficar me dando satisfações.
- Mas eu quero dizer! Não quero nenhum desencontro entre a gente. Durante esses dias, como Micael disse, ficamos ajudando o Chay e o plano da serenata. Então tivemos que ensaiar aquela música, eu tive três dias pra aprender a enganar com aquela flautinha, alugar aquelas roupas de mexicano... Por isso nós todos ficamos meio ausentes, eu digo isso agora a todas vocês em nome de todos nós, desculpem os nossos sumiços! – Arthur disse a última frase em um tom mais alto, se dirigindo às outras três meninas também. Todas abriram sorrisos emocionados e até bateram palmas pro quase-discurso dele. Pedro esfregou a mão no topo da cabeça dele e Lua o puxou pra um beijo.
- Agora eu é que to orgulhosa de você! – ela disse ao partir o beijo.
- Lua, cuidado! – Melanie desviou o braço de Lua, de modo que a colher voltou a ficar na direção da taça. O sorvete que estava derretendo dentro da colher teria caído na perna dela se Melanie não tivesse feito isso.
- Que susto Mel!
- É que o sorvete ia cair em cima da sua perna, acho que eu tive um dejà vú!
- Eu não ia me incomodar em limpar as coxas dela... – Arthur sorriu.
- Arthur! – Lu lhe deu um tapa no braço e continuou a rir. Alguém de óculos escuros e boina observava a duas mesas de distância. Essa pessoa foi invadida por um sentimento que não tem nada de nobre: inveja.


Ao entardecer, Pedro já estava na porta da casa de Micael pra levar Rayana pra uma noite à dois. Ela surgiu com uma saia jeans, sandálias de salto, uma blusinha preta do MCR e cabelo preso num rabo de cavalo alto.
- Rayana, v-vo-você ta linda! Mudou o visual?
- Hum... Digamos que eu peguei um estilo emprestado de alguém! – ela sorriu e piscou pra Mel.
Pedro a acompanhou até o carro, ele usava uma calça preta, All Star também preto e uma sobreposição de blusas, a de baixo azul-marinho de manga comprida com uma verde escuro de manga curta por cima e um desenho simpático na estampa.
Depois de passar com o carro por algumas subidas eles logo chegaram ao destino. Antes de chegarem, Pedro pediu que Ray abrisse o porta-luvas, lá dentro ela encontrou um lencinho preto.
- Tampe os olhos com o lenço, se não conseguir amarrar, apenas o segure na frente dos olhos e quando chegarmos eu amarro pra você. – ele indicou à Rayana o que fazer. Ela mesma conseguiu amarrar e quando chegaram, Pedro ficou se certificando mil vezes que ela não via nada.
- Pra que tanto mistério, hein?! – Pedro a deixou em pé num canto e ela precisou ficar assim por alguns minutos. Logo ela começou a ouvir uma música que parecia sair do som do carro. (Cross My Heart)


So here's another day
(Então aqui está mais um dia)
I'll spend away from you
(Que eu vou passar longe de você)
Another night I'm on another broken avenue
(Mais uma noite em que estou em mais uma avenida quebrada)
My bag is ripped and worn
(Minha mala está rasgada e gasta)
But then again so am I
(Mas então de novo eu também)
Take what you wanna take what you wanna take what you…
(Leve o que quiser levar, o que quiser levar, leve o que você...) 
I miss the stupid things
(Sinto falta de coisas bobas)
We go to sleep and then
(Nós íamos dormir e aí)
You'd wake me up and kick me out of bed at 3 A.m
(Você me acordava e me tirava da cama às 3 da manhã)
Pick up the phone
(Para atender o telefone)
And hear you saying dirty things to me
(E te ouvir falando besteiras pra mim)
Do what you wanna do what you wanna do what you…
 (Faça o que você quiser fazer, o que você quiser fazer, faça o que você...
)

- Pode olhar! – ele gritou e quando ela tirou o lenço ficou boba com o que ele montou ali em pouquíssimo tempo! Havia um pano azul-claro estendido com uma tradicional cesta ao lado. Sobre o pano, um arranjo de flores, pratos para os dois e copos. Ela sorriu e ficou observando aquele menino com os braços abertos, sorriso enorme e a luz do pôr-do-sol refletindo em seus cabelos. Correu até ele e o abraçou.


Take me with you
(Me leve com você)
I start to miss you
(Eu começo a sentir sua falta)
Take me home
(Me leva para casa)
I don't wanna be alone tonight
(Eu não quero ficar sozinho hoje à noite)


And I do want to show you
(E eu quero te mostrar, sim)
I will run to you, to you 'till I
(Eu vou correr pra você, pra você, até eu)
Can't stand on my own anymore I
(Não agüentar ficar mais sozinho)
Cross my heart and hope to die
(Eu juro pela a minha vida)
Cross my heart and hope to die
Cross my heart and hope to... 



- Pedro, aqui é lindo! – ela olhava ao redor sem sair do abraço dele, estava terrivelmente emocionada. O lugar tinha uma vista incrível, um simples pôr-do-sol visto dali parecia simplesmente a coisa mais valiosa do mundo, dava pra ver toda a cidade sendo colorida de laranja aos pés deles.


Hotels are all the same
(Os hotéis são sempre iguais)
You're still away from me
(Você ainda está longe de mim)
Another day, another dollar that I'll never see
(Mais um dia, mais um dólar que eu nunca verei)
Gonna get a piece of the piece of the piece of something good
(Vai pegar um pedaço do pedaço do pedaço de uma coisa boa)
Lie just little lie, just a little lie, just a…
(Mentira, só uma pequena mentira, só uma pequena mentira, só uma...)
I wonder what you're doing
(Eu imagino o que você está fazendo)
I wonder if you've got it
(Eu imagino se você recebeu)
I wonder how we used to ever go so long without it
(Eu imagino como nós conseguíamos ficar tanto tempo sem isso)
No matter where I go
(Não importa aonde eu vá)
I'm coming back to you
(Eu estou voltando pra você)
Be where we outta be where we outta be where we out...
(Estar aonde nós devemos estar, aonde nós devemos estar, aonde nós...)



- Que bom que gostou! Isso tudo é pra você, tudo seu... – ele passava a mão pelo rosto dela.
- Até o pôr-do-sol é meu? – ela sorriu.
- Tudo! O sol, o lugar onde ele se esconde, aquela árvore logo ali, o passarinho que está cantando em cima dela, até essa música que ta tocando no rádio é sua, essa banda nem é mais Mariana’s Trench, pra mim é Rayana’s Trench! [n/a: oops, se a sua amiga se chamar Mariana, não vai ter mudança rsss]
- Mas eu não quero tudo isso, eu quero só você mesmo! – os dois sorriram e trocaram beijos.


Take me with you
I start to miss you
Take me home
I don't wanna be alone tonight...



xxx


- Ei! Não dá pra esperar o Arthur vir me buscar não? – Lu jogou almofadas em Soph e Micael, que já se amassavam no sofá. Vendo que aqueles dois não iam se largar tão cedo, ela sacudiu a cabeça e foi colocar os brincos. Arthur falou que ia levá-la à um lugar elegante e ela tratou de ficar mais linda do que nunca com um vestido vinho. Ele era justo e pequenos círculos abertos nas laterais possibilitavam a visão das costelas e a cintura. [tipo assim]. A parte da frente do cabelo ela penteou pra trás, prendendo com uma bela presilha de borboleta decorada com strass. Maquiagem não muito pesada nos olhos, mas com bastante rímel e por fim um gloss transparente. A campainha tocou e quando ela abriu a porta, pôde ver um Arthur babão, que ficou parado com os olhos nela, até que ela se aproximou e deu um selinho nele.
- Vamos né? – ela pegou na mão dele e fechou a porta atrás de si.
- Nossa... Hoje nem o Pedro vai ficar mais bonito que você! – ele comentou fazendo-a rir e bater de leve com a bolsa prateada no ombro dele.
- Você também ta lindo! Aliás, você é lindo mesmo até de pijama e pantufa! – ele estava com um terno risca-de-giz, camisa azul-claro por baixo e a gravata dele por coincidência combinava com a cor do vestido dela.
- Ah, por que não me avisou?! Assim eu nem precisava me trocar... – ele se fez de chateado e os dois entraram no carro. Estavam indo ao Petrus, um restaurante romântico e com pratos franceses... Se melhorar, acho que estraga!


Melanie ainda terminava de se arrumar, Chay combinou um pouco mais tarde com ela, ia levá-la à casa dele. Micael ‘abandonou’ Sophia no sofá por uns instantes. Mesmo sabendo que não iam sair, ela também estava produzida! Se maquiou e colocou um vestido pretinho básico, o cabelo estava preso numa trança embutida e a franja lhe caía pelo rosto... Micael tinha ido arrumar mais alguns detalhes, ele preparou uma surpresa!
A campainha tocou e Sophia foi abrir.
- Oi Chay! Espera lá na sala que a Mel ta terminando de se arrumar! – ela o cumprimentou e ele foi esperar na sala.
- Pena que esse seja o último dia de vocês aqui... – ele falou cabisbaixo.
- É, mas pelo menos está sendo bem aproveitado, como disse Arthur!
- Isso é! A tarde na sorveteria foi ótima e a noite vai ser melhor ainda!
- Uhum... Não duvido nada! – Sophia sorriu para alguém que vinha atrás de Chay, ele se virou e viu sua namorada radiante. Estava usando O vestido rosa que deu tanto trabalho! Sandália rasteira branca com tirinhas trançadas pela canela, cabelo solto, bastante rímel e lápis nos olhos deixando-os bastante expressivos.
- Caprichou, hein! – ele foi abraçá-la.
- Você acha? – ela deu um sorrisinho e o beijou rápido. Saíram logo em seguida e Soph voltou a se sentar no sofá e olhar para a TV imaginando o que Micael estaria aprontando!
- Aham... Finalmente a casa é nossa! – Micael surgiu na sala uns minutos depois e estendeu a mão para a garota que o olhava como se quisesse entrar em seu pensamento – Pronta para a última noite em Bedford? Sophia segurou a mão dele e os dois foram em direção à cozinha, mas antes de saírem pela porta dos fundos, Micael tampou os olhos dela com as mãos e os dois seguiram pelo quintal com passos lentos.
- A gente nunca vai chegar? Não me agüento de curiosidade!
- Calma, já estamos chegando, é que estamos andando muito devagar, como você é medrosa, com medo de cair e... hey! – ele não terminou sua frase porque ela lhe acertou uma pequena cotovelada.
- Desculpe! Mas eu não sou medrosa! – ela ria e ele finalmente tirou as mãos que tampavam os olhos dela e passou a envolvê-la com os braços. Um sorriso instantâneo apareceu no rosto de Sophia ao ver o que tinha à sua frente. - Micael! Eu nem lembrava mais...
- Eu sei, mas ela existe ainda!
- Dá pra entrar?
- Veremos! – ele a pegou pela mão e os dois seguiram para entrar numa casinha na árvore. Quando crianças, os três (Sophia, Lua e Micael) iam bastante ali.
- Caramba, ainda conseguimos ficar em pé aqui! Será que nós somos baixinhos, Micael?!
- Não... A casa é que é grande! Quando a gente era criança, achava enorme, mas agora as nossas cabeças encostam no teto... – eles conversavam meio que encantados e perdidos em lembranças.
- OMG! – agora que Sophia foi ver uma mesa posta no meio da casinha. Estava forrada com uma clássica toalha branca. As pratarias de mamãe Borges finalmente foram valorizadas por ele, que nunca tinha visto a importância de talheres de prata quando se tem os de inox... Mas hoje ele agradeceu aos céus pela prataria! Um castiçal prateado e um balde com champanhe estavam ao centro, em cada ponta um prato, uma taça e os talheres. Havia uma mesa menor num canto com uma bandeja coberta, Micael puxou a cadeira pra Sophia sentar depois aproximou a mesa de rodinhas onde estava a bandeja e revelou uma bela macarronada.
- Foi o melhor que eu pude fazer. – ele deu de ombros e fez uma carinha fofa.
- Ounnn, que lindo Micael!


xxx


- Mãe, esta é Melanie, Melanie esta é minha incrível mãe que preparou um monte de guloseimas pra gente! – Chay levou Mel em casa e a apresentava para a senhora Suede.
- Olá senhora Suede. – a menina estendeu a mão um pouco tímida, parecia bastante cedo para essas coisas de apresentar família, mas ela estava gostando!
- Oi Melanie, o Chay só fala de você! Parece até que eu já te conheço e sei que é uma ótima menina. – Mel sorriu com as palavras da mãe de Chay e já se sentiu mais a vontade.
- Eu estou de saída – a senhora Suede pegava a bolsa – Cuide bem dele – ela deu um beijo na bochecha de Melanie e se aproximou do filho depois – Não derrube a casa hoje depois das 3 da madrugada, ok?! Os vizinhos podem reclamar! – depois ela saiu sendo seguida pelo olhar de Chay e deixando uma Melanie levemente corada.


xxx


- Adorei esse lugar, Arthur! O ambiente, a comida... – Lua saboreava sua maravilhosa sopa bouillabaisse.
- Sabia que ia gostar! – os dois sorriam um pro outro e pareciam extremamente bobos! Na verdade, Lua e Arthur são bobos, mas a atmosfera daquele lugar conseguia piorar qualquer casal!
- Quero voltar mais vezes aqui!
- Hum... E será que vai ser comigo?
- Claro bobo! Com quem mais seria?!
- Hum... Lu... – Arthur tomou um ar sério – Você tem certeza que não sente mais nada pelo... pelo... Peter?
- Que pergunta é essa? Olha, o que eu vivi com ele foi legal e durou bastante, mas foi um tempo em que eu passei me enganando, sabe...
- Enganando?
- É Arthur, tudo o que eu sentia por ele nunca chegou a ser nem um décimo do que o que sinto por você, eu não te esqueci em nenhum desses 1825 dias que ficamos longe!
- Eu também não esqueci você Lu! Confesso que cheguei a acreditar mesmo que tinha esquecido, mas não. Só me enganei com outras pessoas.
- Delilah?
- Também com ela. Não sei como fui me envolver com ela, você já chegou a vê-la?
- Só naquela foto... – preferiu apagar da memória aquele dia do cinema – E falei com ela um dia quando atendi o telefone lá na casa do Micael, ela tava te procurando.
- Ela sempre fazia isso.
- Você dava motivos pra ela ter tanto ciúme?
- Até certo ponto não... Depois eu comecei a não ligar mais. Primeiro que a natureza dela é ser possessiva mesmo e segundo que o que a fazia ficar atrás de mim não era ciúme e sim a própria reputação.
- Como assim?
- Ah, pra ela eu era só um cara famoso de quem ela estava se aproveitando... Só que ao invés de ser bom, eu comecei a prejudicá-la quando todos começaram a achar que eu colocava chifres nela.
- E colocava? – Lua estreitou um dos olhos pra ele. [n/a: òO]
- Err... bem... é... a-às vezes. Mas era de propósito, queria causar mesmo!
- Uhum... Algum dia você vai querer me tratar assim também? – ela perguntou e fez carinha de cachorrinho com frio.
- NÃO, NUNCA! – ele falou um pouco alto e chamou a atenção das pessoas ao redor, depois pôs as mãos sobre as mãos dela e suavizou o tom de voz – Você nunca seria igual a ela! A gente já se amava muito antes de McFly e tudo mais! Você não sabe quanto tempo eu passei achando que nunca ia poder te dizer assim olhando pra esse rostinho lindo que eu amo você! – as palavras emocionaram Lua. Que ela se emociona fácil isso é fato testado e confirmado! Os olhos dela já brilhavam por conta de lágrimas em começo de produção. Ela tentou se aproximar o máximo de Arthur e ele fez o mesmo para que suas bocas pudessem se encontrar.


xxx


- Acho que tenho tudo que uma garota podia querer reunido aqui... Esse lugar lindo, primeiro eu vi o pôr-do-sol mais fantástico de toda minha vida, e agora esse céu estrelado! O garoto mais perfeito está aqui do meu lado e eu tenho um pão com Nutella na mão, falta alguma coisa?! Se falta eu juro que não sei o que é! – Rayana falava com a cabeça sobre o peito de Pedro, os dois estavam deitados na grama.
- Falta sim... – Pedro se movimentou um pouco, dando sinal que queria levantar e ficar sentado. Ela sentou, ele ficou sobre os joelhos e permaneceram em silêncio por uns segundos.
- O que falta Pedro?
- Falta... – ele começou a tatear os bolsos da calça, até que achou uma ‘coisa’ lá dentro e tirou a mão fechada de lá – Falta esse garoto mais perfeito ser o seu namorado! – abriu a mão na frente dela e lá estava um par de alianças prateadas.
- PEDRO! OMG! – ela levou as mãos à boca e depois estendeu a direita para que ele lhe colocasse o anel. Os dois tremiam feito gelatina, Pedro levou meia hora pra acertar o anel no dedo [n/a: ok, brinks rsss não levou meia-hora \o/] – Então agora não falta mais nada! – ela sorria como se fosse rasgar a própria boca, e ele? A dele já tinha rasgado, pareciam os smiles amarelinhos do messenger.


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Sophia e Micael se divertiam lembrando coisas do passado.
- Lembra daquele dia que eu e a Lua brigamos porque eu deixei o peixinho dela cair na privada?! Foi sem querer, mas ela passou o dia todo aqui na casa da árvore! – Soph lembrava daquele dia quase que perfeitamente.
- Lembro sim! À noite a gente veio trazer um jantar pra ela e no final das contas acabamos todos dormindo aqui!
- É, de manhã estavam os três babando no chão de madeira.
- Nem me fale... Minhas costas doeram por uma semana! – Micael sorriu e os dois ficaram em silêncio por algum tempo, apenas saboreando o jantar e trocando alguns olhares de vez em quando com sorrisos bobos.
- Erm... Sophia? – Micael lhe mandou um olhar direto e fez a menina gelar.
- Esse é meu nome! – brincou e deu uma piscadinha pra descontrair.
- Eu sempre adorei estar com você, desde criança... Quando eu era garoto eu ficava dizendo que te ‘aturava’ e que você era a menos-pior amiga da Lu! Mas você sabe que era tudo coisa de menino cheio de marra! – ele sorriu e colocou a mão sobre a dela, que estava em cima da mesa. Ela também sorria e tentava parecer normal apesar de estar suando frio, parece até que sabia onde ele queria chegar. – Eu não via a hora que meus pais fossem na casa da Lu e torcia que você estivesse lá, se não estivesse não tinha problema, mas se estivesse era melhor ainda! E quase sempre estava! Eu sorria por dentro te vendo rir exageradamente das palhaçadas da Lu, te vendo falar bobagens, te vendo correr na chuva... Estou certo que não vou amar outra pessoa tanto assim, a menos que eu nascesse de novo! Então... já que você é a mais aturável das amigas da Lua, será que aceitaria namorar o menos-pior dos primos dela? – ele tirou uma caixinha azul aveludada de dentro do bolso e abriu na frente de Sophia. Ela pôde ver um lindo par de alianças de namoro. Ficou sem reação por um tempo. ‘Se pra pedir em namoro foi assim, imagina quando a gente for casar... Erm... Claro, se isso acontecer um dia.’ Ela pensava antes de voltar à Terra.
- Nossa... Micael... Me pegou de surpresa! Estou sem palavras!
- Diz só que sim. Oras...
- Eu digo mais, eu digo com certeza! – os dois sorriam como se estivessem no dentista fazendo cirurgia no último dente! Colocaram as alianças e depois de alguns beijos voltaram a comer. Até terminar, Sophia de vez em quando olhava pra mão direita e apenas sorria.
- Foi você mesmo que fez? – ela falou passando o guardanapo delicadamente na boca – Isso tava bom demais, Micael!
- Claro! Eu sozinho e comigo mesmo! – ele deu uma piscada – Sou incrível...
- Eu ia te chamar de convencido, mas você é incrível mesmo!
- Você ainda não viu a sobremesa... – ele falou com um olhar malicioso e ela sorriu sacudindo a cabeça pros lados enquanto ele levantava e caminhava em direção à ela com um olhar de brontossauro indo pegar sua vítima...
Soph começou a se levantar devagar da cadeira e quando ele estava bem próximo, ela saiu correndo em volta da mesa. Os dois deram umas três voltas ao redor da mesa, mas ele acabou encurralando-a e a fez esbarrar em um rádio que começou a tocar The Classic Crime.


I can't stop killing the songs you like
(Eu não posso deixar de matar as músicas que você gosta)
You look at me with eyes
(Você olha para mim com olhos)
That could beat the sunrise in a contest
(Que poderia ganhar do nascer do sol em uma competição)
No question
(Sem dúvidas)
Well, talk to all the others
(Bem, fale com todos os outros)
And bring me back to earth
(E me devolva para a terra)
I'm thankful for your mother for what it's worth
(Eu sou grato por sua mãe pelo o que ela fez)


Eles riam em meio a beijos… ou beijavam em meio a risos, que seja...


Oh, all the memories we had
(Oh, todas as recordações que nós tivemos)
Framed in our minds like photographs
(Guardadas em nossas mentes como fotografias)
Take a second, take a second
(Pegue um segundo, pegue um segundo)
And make this last
(E faça-o durar)
Here where the future meets the past
(Aqui onde o futuro conhece o passado)
I can never fall in love again
(Eu nunca vou me apaixonar de novo)
I can never fall in love again
(Eu nunca vou me apaixonar de novo)


O beijo foi ficando quente, Micael passeava com as mãos pelo corpo dela como se estivesse memorizando cada curva.
- Essa casinha nunca esteve tão abafada... – Soph falou com os lábios encostados nos de Micael e quando foram perceber, já estavam deitados no tão comentado chão de madeira. Ele tirou a camisa, ela o vestido e... [n/a: E... acredito que não precisa continuar narrando, certo?! Daqui a pouco vou ter que mudar a classificação dessa fic u.ú]


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- AAAAAAAAH, SOCORRO! – Melanie se desviava de uma almôndega que voava em sua direção. ‘Jantar na casa do Chay? Só podia acabar em guerra de comida!’ ela pensou e em seguida conseguiu acertar uma colher de molho branco na cara dele.
- O quê?! Isso não vai ficar assim! – ele apontou o dedo pra ela enquanto limpava o molho do rosto com a outra mão. Depois ele levantou segurando uma tigela de calda de chocolate com uma colher dentro.
- Chay... O-q-o que você vai fazer? – ela se levantou rapidamente e começou a andar pra trás se protegendo com as mãos à frente do corpo. Ele apenas sorria com cara de psicopata e dava passos lentos na direção dela. Melanie disparou a correr por toda a casa com uma criança crescida chamada Chay atrás dela! Ele segurava a tigela prendendo-a contra o corpo com um dos braços e com a outra mão jogava, ou tentava jogar, colheradas fartas de chocolate nela, o detalhe é que na maioria das vezes não acertava a garota... Ela subiu uma escada correndo e ele resolveu não perseguir lá em cima, achou melhor se esconder atrás da estante. Alguns minutos se passaram e a casa estava num total silêncio, o único barulho que os dois ouviam eram suas respirações e batimentos cardíacos num momento de tensão. Melanie começou a descer as escadas devagar, imaginando onde Chay poderia estar. Terminou de descer e não viu ninguém na sala, foi dando passos pequenos e tinha uma quase incontrolável vontade de rir. Ao passar pela estante foi surpreendida por Chay, que pulou em cima dela e os dois caíram sobre o carpete com chocolate e tudo mais. Apesar de ser um carpete grosso e fofinho, a queda foi um tantinho dolorida! Principalmente pra Melanie que amorteceu a queda daquela ‘criança grande’. Ela tampou o rosto com as duas mãos e ria pra não chorar... Chay também ria sem parar com aquela risada altamente contagiante e começou a erguer o corpo. Havia chocolate entre os dois e no coitado do tapete também.
- Minha nossa! Olha o que você fez! – ela falava entre as risadas – Achei que essa cobertura fosse pra por sobre o bolo, não em nós! – Ficaram rindo mais até o estoque de risos acabar. Quando pararam, Mel ia pegar um impulso pra levantar, mas Chay pôs a mão em seus ombros impedindo.
- Chay, o que... – Chay raspou com o dedo uma poça de chocolate que ficou no pescoço dela e passou delicadamente sobre os lábios dela, enquanto ela o olhava meio sem reação. Ele foi se aproximando e beijou os lábios achocolatados da namorada. O beijo com gosto de chocolate foi intensificado com rapidez e vontade, Chay começou a ‘limpar’ o chocolate que ela tinha no pescoço e ela mordiscava a orelha dele que também tinha respingos de doce. Mel o ajudava a tirar a camisa enquanto ele lutava contra os botões do vestido dela, quando conseguiu ‘livrá-la’ do vestido, ficou um tempo olhando o corpo dela apenas de lingerie. Nisso ela ficava cada vez mais envergonhada...
- Espera! – Chay se levantou de repente e ela ficou sem entender. Ele foi correndo até a cozinha e voltou com um pote de sorvete.
- Por que eu tenho a leve impressão que você quer me engordar?! – ela falou quando o viu abrir o pote e tirar uma colher cheia de lá.
- Senta ali naquela cadeirinha vai amor... – ele apontou uma cadeira um pouco atrás dela – Sabe o que é...
- Ihh Chay, eu não to gostando dessa sua cara!
- Calma... Eu só tava querendo um replay daquele dia na sorveteria – ele se aproximava com a colher na mão e um sorrisinho maroto, chegando nela, se curvou e recomeçou a beijá-la, sem que ela estivesse percebendo ele foi entortando a colher que ainda segurava e... poft! O sorvete caiu na perna dela!
- AHHH – ela soltou um gritinho e interrompeu o beijo quando sentiu aquela massinha gelada sobre a coxa. Ficou olhando para aquilo e balançando a cabeça negativamente, depois deu um tapinha no braço do Chay, que só sabia rir.
- Calma, eu limpo! – ele se abaixou ao lado dela.
- Tem guardanapo?
- Não precisa de guardanapo... – ele a olhou e falou com a melhor voz sexy que sabe fazer, ela abriu a boca surpresa e começou a rir sentindo um pouco de cócegas quando os lábios de Chay encostavam em sua pele. 


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Arthur e Lua conversaram por um bom tempo após terminar o jantar...
- Vamos então? Você quer ir pra algum lugar?
- Hum... Você que sabe, a noite ta bonita e ainda é cedo, 21:30...
- Beleza! Eu já sei aonde nós vamos! – Arthur se levantou animado, deixando Lua curiosa.
Entraram no carro e Arthur deu a partida com a mesma expressão animada.
- Pra onde vai me levar?
- É surpresa! – ele a olhou sorrindo e lhe deu um beijo rápido.
Ela apenas virou pra frente e se conformou em esperar chegar. Esperou, esperou, esperou... Meia hora se passou.
- Vai demorar muito? Acho que to com sono... – ela falou sonolenta, se ajeitando no banco.
- Vai demorar um pouco. Pode dormir. – ele passou a mão sobre os cabelos dela sem tirar os olhos da estrada.


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- Pedro... – Rayana acordava com uma luz em seu rosto, eles dormiram no banco trazeiro do carro. Completamente nus, diga-se de passagem...
- Que foi? – Pedro respondeu preguiçoso e sem abrir os olhos quando Ray começou a lhe dar leves cutucões.
- Um guarda...
- Relaxa, ele não ta vendo a gente, o vidro é escurecido. – ele continuava de olhos fechados e com a fala sonolenta.
- Pedro, eu acho que ele ta vendo sim porque... A PORTA TA ABERTA!
- O QUÊ?! – ele abriu os olhos num susto e deu de cara com aquela luz, tentou esconder o rosto com o braço e o guarda tirou a luz de cima deles.
- É perigoso ficar aqui à noite, sozinhos e... pelados! Façam o favor de se vestirem e irem para suas casas, certo?
- Desculpe. – Pedro respondeu baixinho, tanto ele quanto Rayana estavam mais do que mortos de vergonha. Se vestiram rápido e perceberam que o guarda ficou por ali, então nem saíram do carro pra buscar algumas coisas que ficaram lá fora, tipo a toalha, a cesta que ficou vazia, o arranjo de flores... Apenas passaram para os bancos da frente e arrancaram com pressa e meio assustados. Ficaram o caminho inteiro sem falar nada, mas quando Pedro estacionou o carro na frente da casa de Micael, os dois se olharam e simplesmente caíram na gargalhada. 
- Relaxa... O vidro é escurecido! – Rayana zombava.
- Acho que eu bati a perna na porta enquanto dormia e ela deve ter aberto! Maldita hora que eu quis esticar as pernas! – Pedro recuperava o fôlego com a mão sobre o peito.
- Meu Deus... Aquele cara viu meus peitos...
- E o meu Pedrozinho também! Será que ele tirou fotos da gente? – Pedro abandonou o sorriso e ficou meio sério.
- Ah... Acho que não, teríamos visto o flash.
- Mas eu tenho uma banda! Sou conhecido! E se sair no jornal?! – ele começava a entrar em pânico.
- Pedro, Pedro, relaxa dude! – ela o segurou pelos ombros – Ele não tirou foto nenhuma, ta bom? Que mania vocês celebridades têm de achar que tem sempre alguém pronto pra tirar foto até quando estão fazendo cocô! Relaxa... Talvez ele nem te conheça! Ou pelo menos, ele não me pareceu fazer o tipo ‘fã de McFly’, pra ele deve ser algo tipo ‘Pena Branca & Xavantinho’
- É... Você ta certa – ele concordou um pouco mais calmo e deu um selinho nela.


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Arthur estacionou o carro e ficou observando Lua dormir virada pra ele. Alisou o rosto dela e lhe deu um beijo na testa. Antes de abrir os olhos ela começou a ouvir um som que não lhe era estranho, mas custou acreditar que fosse mesmo verdade.
- Arthur... Quanto tempo andamos? Onde estamos? – ela perguntou esfregando os olhos.
- Vira pra janela e veja!
Ela virou lentamente e se deparou com uma imensidão de areia seguida por uma imensidão de água que refletia a imagem da lua.
- OMG! – ela voltou a se virar pra ele de queixo caído.
- O que estamos esperando?! – ele sorria feito uma criança enquanto retirava o cinto de segurança e logo deixou o carro. Ela também saiu e quando se encontrou com ele, deram as mãos.
- Arthur! Isso... isso... isso foi... – ela não achava as palavras, tinha adorado ser trazida para a praia de surpresa. Diante da falta de palavras de Lu, Arthur lhe deu um beijo intenso e ao final, ela encontrou a palavra.
- Perfeito... – ela sussurrou com o nariz encostado ao dele. Os dois ficaram caminhando de mãos dadas por toda a areia, já devia haver pegadas deles por todo canto. Eles andaram, correram com os braços abertos sentindo a brisa e brincaram de pega-pega, como manda o script.
- Hm... – Lua tentou falar alguma coisa enquanto Arthur a beijava.
- Que foi? – ele perguntou quebrando o beijo.
- Vem Arthur, não entramos na água ainda! – ela começou a puxá-lo pela mão.
- Ah não, Lu! Vai estragar nossas roupas!
- Que estragar que nada Aguiar! Por acaso o mar é ácido?
- Mas... mas... – ele tentava impedi-la, mas já estavam se aproximando da água.
- Mas nada Arthur! Deixa de frescura, seu gay! Eu sou a garota aqui, acho que era pra eu estar assim, né? – ele soltou um risinho abafado com o comentário, ela tinha razão, estava fresco! Então ele mudou de atitude e a pegou no colo, correndo pra água! A água não estava tão fria quanto pensaram que estaria e eles aproveitaram aquelas ondas até dizer chega! Foram andando de volta pra areia um tanto cansados e se jogaram lá. Deitaram lado a lado e ficaram fitando o céu estrelado por uns instantes.
- Ihh, meu relógio parou – Arthur olhou o relógio no pulso e sorriu ao ver que ainda marcava meia-noite, devia ser muito mais que isso.
- Que bom! Significa que o tempo parou eu vou ficar pra sempre aqui, deitada na areia com você, olhando pro céu estrelado...
- Seria ótimo se fosse verdade! Eu ia adorar ficar aqui pra sempre e com você. – ele aproximou o rosto do dela e os dois encostaram as testas. Logo os lábios também se encostaram.
- Hum, beijo salgado – Lua murmurou com a boca colada na dele e os dois riram, mas sem se soltar do beijo, que ganhou intensidade rapidamente. Uma das mãos de Arthur entrou pela abertura lateral do vestido de Lu e passeava pelas costas dela fazendo-a se arrepiar a cada toque, enquanto a outra mão ‘caminhava’ pela coxa.
Quando Lua menos esperava, ele a ergueu no colo e saiu andando com ela.
- Hey, pra onde vamos agora?
- Eu to te seqüestrado, fica quieta aí! – respondeu rindo.
- E onde fica esse cativeiro, hein?
- Bem aqui perto, é a bat-caverna!
 Eles entraram numa caverna formada por uma abertura em uma das rochas. Arthur pôs Lua no chão e eles ficaram observando aquilo. Depois ele tirou o paletó e o estendeu no chão, para que ela não ficasse sentada diretamente na areia.
- Lua... – ele ficou sobre os joelhos perto dela.
- Fala Arthurzinho lindo da mamãe Aguiar! – Arthur sorriu com a brincadeira e ficou sério de novo.
- A noite hoje foi perfeita e... e esses dias têm sido incríveis! Acho que eu estava congelado esses anos todos que você ficou longe e agora que você chegou eu pude voltar a respirar!
- Uau Arthur... Eu não agüento esses momentos por muito tempo então, antes que eu tenha um surto do coração, onde você quer chegar?
- Na verdade... Eu planejei tudo pra te pedir em namoro hoje! Só que...
- Só que?
- Ah pequena, as alianças que eu encomendei não chegaram a tempo – Arthur deu um soquinho na areia e abaixou o rosto.
- Ow... – Lua ergueu o rosto dele segurando pelo queixo – Não tem problema, Arthur! Elas não são o mais importante, o que dá vida à relação não são as alianças e sim amor, amizade, respeito! E modéstia à parte, isso nós temos de sobra...
- Sério que você não ficou decepcionada?
- Talvez só um pouquinho... 
- Eu juro que quando elas chegarem eu te faço o pedido oficial, nem que eu precise ir até a sua casa andando!
- Melhor ir de carro, não quero um namorado que precise amputar as pernas... – Lua o puxou pela gravata e lhe deu um beijo no pescoço – Mas hey, por enquanto eu ainda posso ser a sua fã número 1? - Claro! Hey Lua, você aceita ser minha fã #1?
- Aceito e você aceita?
- Inteiramente aceitado! Onde é que eu assino?
- Aqui. – Lu pôs o dedo indicador sobre o pescoço e ele deu um beijo onde ela indicara.
- Aqui também – indicou a ponta do nariz – Não esquece de assinar aqui – indicou o ombro – Oops, faltou aqui – indicou os lábios.
Eles se beijavam com calma e Arthur começou a deslizar o zíper do vestido dela pra baixo sem desespero. Quando o zíper chegou ao fim, o vestido se tornou folgado, fazendo as alças despencarem cada uma pra um lado. Arthur depositou-lhe um beijo no ombro e olhou pra Lua como se estivesse perguntando se ela queria ir em frente. Como uma resposta positiva, Lua se levantou e começou a puxar o vestido pra baixo. Enquanto isso ele se livrou da gravata e começou a abrir os botões da camisa, tudo sem tirar os olhos dela. Lua se sentiu como uma modelo de catálogo de lingerie vendo o olhar dele tão atento e desejoso sobre ela. Arthur tirou a camisa e viu Lua se deitar lentamente ao lado dele sobre o paletó estendido. Ele sentiu que poderia babar e antes que isso acontecesse ele se acomodou por cima dela voltando a beijá-la. Cada movimento deles parecia planejado e perfeito como se aquilo fosse uma coreografia. Arthur passeava com a mão esquerda, desde as coxas até o busto e ficava indeciso sobre onde parar. Ela estava ofegante e não sabia se estava certo seguir em frente ali na praia, mas não queria parar por nada porque estava achando tudo tão lindo quanto um balé ou um espetáculo do Cirque du Soleil, portanto não podia estar errado! Não havia um lugar mais certo onde ela podia estar senão ali.
Depois que todas as peças de roupa já haviam sido gentilmente jogadas, eles se tornaram um só, como tinha de ser. Adormeceram por ali mesmo e aproximadamente três horas depois acordaram com uma claridade diferente colorindo as paredes das rochas, o sol estava para nascer. Eles se levantaram pra ficar sentados e assistiram emocionados aquela cena tão simples e perfeita.
- Que lindo... Esse é o nascer do sol mais bonito que já vi, sem dúvidas! – ela falou com a voz emocionada. 
- Na verdade, eu acho que nunca vi o sol nascer! E se vi não prestei atenção como agora... – ele a abraçou e lhe deu um beijo na cabeça. Eles fizeram silêncio por um tempo, mas não era um silêncio incômodo, se sentiam preenchidos como se fossem os donos do mundo naquela hora!
- Lu – ele sussurrou cortando o silêncio e ela o olhou – Você viu que prestando bastante atenção dá pra ouvir o barulho da água caindo de cima do sol enquanto ele se levanta?
Ela sorriu docemente encarando aqueles olhos castanhos e passou a mão no rosto dele.
- É Arthur... – disse simplesmente e voltou a olhar pra frente. Depois de um tempo, quando quase toda a circunferência do sol já estava revelada, eles tiveram a idéia de se vestir antes que aparecesse alguém.


Now everybody's singin' laa...- Seria





PS: TENHO UM AVISO, GALERA FALTAM EXATAMENTE 10 CAPITULOS PARA A WEB ' A TATUAGEM ' ACABAR, PACIÊNCIA GALERINHA PACIÊNCIA.

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