17º Capitulo - Addicted
‘Yo Leke!’ Atendi o celular sorrindo quando vi o nome da Sophia no visor.
‘Que é isso, Lua? Tá virando mano agora?’ Ela riu escandalosamente e eu tive que controlar o riso já que estava no meio do horário de trabalho.
‘Fala logo o que você quer pentelha, se a Margot–vivo–na–TPM me pegar falando no celular eu certamente serei chutada desse estágio.’ Fiz uma careta lembrando da minha chefe insuportável e com cara de coruja seca.
‘Ok, só liguei pra saber se você e o Aguiar aceitam ir ao cinema hoje à noite, programa de casal! Eu e o Micael, você e o Arthur, Mel e Chay e bem... acho que o Pedro não vai querer segurar vela, né?’ Ela fez uma voz mais desanimada.
‘Ahn, pobre Pedro. Isso que dá querer ficar com a vida de pegador.’ Ri baixo e de repente lembrei de uma pessoa! ‘NÃO!’ Gritei sem querer e algumas pessoas a minha volta me olharam estranho, me afundei na cadeira e sorri pedindo desculpas. ‘Soph, liga pro Pedro, fala pra ele ir! Já sei exatamente quem pode ajudá-lo!’ Sorri comigo mesma achando minha idéia genial.
‘O quê? Me conta!!’ Soph falou animada, mas eu a cortei.
‘Nãnão! Liga pro Pedro e o obriga a ir, o resto deixa comigo! Te amo, cachorra!’ Desliguei o telefone imaginando os nomes feios que Soph deve ter me xingado.
Quando saí do elevador, no hall de entrada do apartamento já consegui ouvir as risadas de Diego dentro de casa. Sorri comigo mesma pensando na bagunça que ele e Arthur estavam aprontando e entrei em casa.
‘Mããe!’ Diego correu até mim e abraçou minhas pernas com um sorriso sapeca no rosto.
‘Hey, filhote!’ O carreguei beijando sua bochecha e ele apontou pro chão onde Arthur estava sentado nos olhando com um sorriso. ‘O que é que vocês dois estão aprontando aí?’ Me aproximei de onde Arthur estava e vi massinhas coloridas espalhadas por uma toalha, se eu encontrasse massinha grudada no carpete da sala eu realmente não me responsabilizaria pelos meus atos.
‘Massinha.’ Diego falou pegando um pouco da massa vermelha e eu ri sentando ao lado de Arthur.
‘Coloquei a toalha pra não fazer sujeira. Eu sei que você não me perdoaria se eu melecasse seu carpete.’ Ele zoou imitando minha voz e eu lhe dei um pedala.
‘Ainda bem que você sabe mesmo.’ Dei de ombros e sorri. ‘A Soph me ligou hoje mais cedo chamando pra gente ir ao cinema.’ Falei observando Diego brincar.
‘Hum.’ Ele falou simplesmente sem desviar o olhar da tv. Bufei e levantei do chão indo pro quarto. Se ele não queria ir, eu iria sozinha. Tudo bem que eu ia segurar vela, mas quem se importa?!!
Peguei a toalha e entrei no banheiro frustrada com a reação de Arthur. Tomei um banho quente escolhendo mentalmente uma roupa para ir e minutos depois saí do banheiro enrolada na toalha.
Quando estava pegando minha roupa no armário Arthur entrou no quarto.
‘Vai sozinha?’ Ele perguntou irônico e eu contei até dez antes de responder.
‘Vou.’ Falei seca e irritada por não achar a blusa que eu queria.
‘E se eu não deixar?’ Ele se aproximou fazendo uma voz um tanto quanto sexy. Desculpa Arthur, mas esse seu joguinho não cola comigo. Mentira, cola e muito, mas eu não ia facilitar as coisas pra ele.
‘Você não manda em mim!’ Sorri falsamente e voltei minha atenção para o armário procurando a maldita blusa.
‘Você acha...’ Ele começou falando e beijando meu ombro. ‘Que eu vou deixar...’ Ele foi subindo os beijos por meu pescoço. ‘Você ir sozinha num cinema... cheio de marmanjos?’ Ele completou a frase dando um beijou em minha orelha. Minha situação não era das melhores. Pernas bambas; ok, respiração falha; ok, coração acelerado; ok.
‘Já disse que você não manda em mim.’ Falei pausadamente tentando manter a calma. ‘E nem adianta vir com esse joguinho, você não vai me comprar!’ Falei rápido e dei de ombros.
‘Não quero te comprar.’ Ele falou no meu ouvido abraçando minha cintura, haja auto controle! ‘Eu não ia perder a chance de te agarrar no escurinho do cinema, Lua.’ Ele falou pausadamente e com a voz extremamente sexy. Me virei pra ele com a sobrancelha levantada e ele sorriu maroto.
‘Arthur, eu vou ao cinema pra ver o filme.’ Sorri com as mão na cintura e ele soltou uma risadinha abafada.
‘Quando a gente chegar lá eu te convenço que a minha idéia é melhor.’ Ele piscou, me de um selinho rápido e entrou no banheiro. Bufei frustrada e voltei a minha procura pela blusa dentro do armário.
‘Eu ainda não entendi porque a gente tem que pegar a Vicky!’ Arthur falou pela milésima vez enquanto estávamos no carro esperando Vicky sair de casa.
‘Arthur, pensa bem. Nós somos 3 casais, certo?’ Falei devagar e ele concordou. ‘Mas a sua banda é formada por 4 garotos, correto?’ Ele concordou novamente. ‘Acho que você não ia querer deixar seu caro amigo Pedro de vela, ia?’ Levantei a sobrancelha sugestiva e ele abriu a boca parecendo ter entendido.
‘Lu, você é uma gênia!’ Ele sorriu pra mim e eu fiz uma cara convencida.
‘Hey, Vicky!’ Sorri observando a prima de Arthur entrar no carro sorridente.
‘Boa noite, casal!’ Ela falou animada e logo depois engatamos uma conversa animada sobre o Pedro. Arthur apenas ouvia tudo calado e de vez em quando ria zoando o amigo.
Quando chegamos ao shopping caminhamos apressados até o cinema, já estávamos atrasados.
‘Casal atrasadinho!’ Soph falou irônica e eu rolei os olhos rindo. ‘Hey, Vicky!’ Ela falou me olhando sem entender.
‘Cadê o Pedro?’ Perguntei animada e Vicky sorriu.
‘Tá comprando pipoca!’ Micael apontou para um garoto de costas na fila da pipoca. Olhei pra Vicky e ela piscou pra mim indo em direção ao Pedro.
‘Acho que entendi tudo.’ Sophia sorriu pra mim e eu confirmei com a cabeça. ‘Bom, vamos entrar que daqui a pouco o filme começa. Chay e Ash já estão lá dentro.’ Ela puxou Micael pela mão e Arthur fez o mesmo comigo.
‘Cara, eu não acredito que vocês vão me fazer assistir Juno!’ Micael reclamou enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
‘Cala boca, Micael! Esse filme é ótimo, vocês vão amar!’ Sophia deu um tapinha em seu braço e riu.
‘Concordo com o Micael, esse filme é de mulherzinha!’ Arthur fez careta.
‘Cala boca você também, Arthur!’ Falei séria, mas logo depois eu e Soph caímos na risada. Os dois se entreolharam balançando a cabeça e nós duas entramos em um papo animado sobre o que tínhamos ouvido falar sobre o filme. ‘Eu sou um ótimo cupido!’ Sorri observando Vicky e Pedro entrarem no cinema de mãos dadas.
‘Lu, você é uma gênia!’ Soph repetiu a frase de Arthur e eu sorri.
‘Shh, o filme vai começar.’ Ash nos olhou feio se pronunciando pela primeira vez e a gente riu baixinho.
Arthur brincava com meus dedos e parecia estar muito mais interessado nisso do que no filme, o observei de canto de olho e sorri comigo mesma reparando na cara de tédio que ele fazia.
‘Veio porque quis, eu disse que vinha sozinha.’ Falei baixo perto dele, sem desviar minha atenção da tela do cinema.
‘Não tô reclamando, tô?’ Ele perguntou um pouco emburrado e eu dei de ombros.
‘Nem precisa.’ O olhei rápido e sorri sarcasticamente.
‘Já te disse que preferia aproveitar esse escurinho aqui pra outras coisas, mas você tá quase entrando na tela.’ Ele fez uma voz infantil e eu o olhei com vontade de aperta-lo.
‘Larga de ser chato, Arthur Aguiar.’ Apertei a bochecha dele que fez careta. ‘Você tá perdendo um ótimo filme.’ Dei língua e voltei minha atenção para a tela.
Não demorou muito e Arthur mais uma vez desviou minha atenção do filme, senti ele dar beijinhos em meu ombro descoberto e depois ir subindo por meu pescoço. Respirei tentando manter a calma e o empurrei levemente com o braço. Ele soltou uma risadinha abafada e eu rolei os olhos sem que ele visse. Achei que depois do empurrão ele realmente entenderia que eu estava ali pra ver o filme, mas esqueci que Arthur não se dá por vencido assim tão fácil.
Mais uma vez senti seus lábios quentes em meu pescoço e encolhi os ombros sentindo um arrepio passar por todo meu corpo. Por que ele não podia simplesmente prestar atenção no filme como todos estavam fazendo? Ok, menos a Vicky e o Pedro que estavam se pegando desde que o filme começou. Os lábios dele chegaram em meu ouvido e eu fechei os olhos tentando não deixar meu auto controle escapar.
‘Pára de fingir que esse filme é mais interessante do que eu.’ Ele sussurrou e eu já nem conseguia entender o que os personagens do filme falavam. Sua mão estava parada em minha coxa apenas esperando algum sinal meu pra entrar em ação, eu não cederia assim tão fácil.
Ele continuava dando pequenas mordidas em meu pescoço e eu simplesmente fingia que não sentia nada com tudo aquilo, não que ele realmente acreditasse que eu não sentia nada, infelizmente ele sabe o efeito que tem sobre mim.
‘Eu quero ver o filme.’ Finalmente consegui falar e minha voz saiu fraca. Ele apenas sussurrou um "uhum" e continuou beijando meu pescoço, deixando algumas marcas por ali. Pensei em empurrá-lo novamente, mas isso não adiantaria.
‘Você não vai mesmo ceder?’ Ele sussurrou depois de um tempo e eu engoli seco. Minha vontade de corresponder aos beijos dele já estava começando a ficar fora do meu controle. Respirei fundo e balancei calmamente a cabeça negando. ‘Sério?’ Ele parou de me beijar e me olhou com a sobrancelha arqueada. Eu o olhei séria e pensei durante alguns segundos.
‘Não.’ Falei rápido e o puxei pela nuca grudando nossos lábios. Me xinguei mentalmente por ser tão fraca, mas meus pensamentos se esvaíram quando senti a língua de Arthur encontrar com a minha e sua mão apertar minha cintura me puxando mais pra perto.
Por alguns segundos me desliguei de tudo a minha volta, quase esqueci que estávamos em um cinema, mas a mão de Arthur entrando por debaixo da minha blusa me puxou de volta a realidade e eu puxei seu cabelo separando nossas bocas.
‘Agora me deixa assistir o filme!’ Sorri com a cara assustada que ele fazia e me endireitei na cadeira voltando minha atenção para o filme.
‘Mas agora você já perdeu uma parte dele e não vai entender o resto.’ Ele falou pausadamente com a boca grudada em meu ouvido e eu confesso que minha vontade de socá-lo quase ultrapassou a vontade de beijá-lo.
‘Ainda assim eu quero tentar entender.’ Dei de ombros e ele fez bico.
‘Ah, vai Lu! Você não tem pena de mim não?’ Ele fez novamente a voz infantil e eu bufei já começando a perder a paciência.
‘Arthur, pára de ser infantil.’ O olhei séria e ele cruzou os braços olhando para frente. ‘E não adianta fazer birra e cruzar os braços.’
‘Não custa nada você dá um pouco mais de atenção pra mim. Esse filme é ridículo e chato!’ Ele falou emburrado.
‘Cala boca, idiota!’ Soltei a mão dele com raiva e voltei minha atenção para o filme pela milésima vez, ele não respondeu nada.
Os minutos se passaram sem que a gente trocasse nenhuma palavra ou nos aproximássemos novamente. Eu já nem conseguia prestar atenção no filme, tamanha era a raiva que estava sentindo. Ok, talvez nem fosse raiva, apenas culpa por ter sido um pouco grossa demais com Arthur.
O filme acabou e ele se levantou rápido e saiu do cinema me deixando lá com cara de pateta.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Sophia perguntou preocupada e eu balancei a cabeça negando.
‘Besteira.’ Sorri fraco e ela concordou. Quando saímos do cinema Arthur estava sentado em um banco com o olhar perdido. O observei por alguns segundos e o peso em minha consciência se multiplicou.
‘Lu, eu vou voltar com o Pedro, ok?’ Vicky atraiu minha atenção e eu balancei a cabeça concordando.
‘Tem certeza que foi besteira?’ Soph parou ao meu lado também olhando para Arthur que agora conversava com Micael sentado ao seu lado.
‘Acho que peguei um pouco pesado com ele.’ Mordi meu lábio inferior e Sophia riu. ‘Não ri, boba, é sério!’ A olhei derrotada.
‘Ai coitado Lu, o menino só queria atenção?’ Ela me deu um tapinha no braço e eu a olhei boquiaberta.
‘Você ouviu?’ Perguntei confusa. ‘Achei que estivéssemos falando baixo.’ Dei de ombros.
‘E estavam, mas eu ouvi uma parte da conversa sem querer!’ Ela sorriu marota e eu fiquei um pouco sem graça. ‘Vai lá e pede desculpa besta!’ Ela apontou o local onde os meninos conversavam.
‘Ná, o Arthur não é fácil assim.’ Balancei minha cabeça.
‘Então pensa em alguma coisa, rápido porque eles estão vindo pra cá.’ Ela sorriu quando Micael chegou perto dela e pegou sua mão.
‘Vamos?’ Ele sorriu e nós três concordamos balançando a cabeça.
Pedro , Vicky, Chay e Ash já tinham ido embora. Micael e Soph foram na frente de mãos dadas enquanto eu e Arthur caminhávamos mais atrás. Tentei me aproximar dele e pegar em sua mão, mas acho que ele percebeu já que as colocou no bolso e continuou andando sem nem olhar pra mim. Suspirei pensando em algum jeito de me redimir, mas acabei deixando pra pensar nisso depois quando percebi que estava ficando pra trás.
Entramos no carro em completo silêncio, e assim seguimos durante todo o caminho até em casa. Tentei arranjar algum assunto que o interessasse, mas nenhum me veio em mente. O peso em minha consciência só fazia aumentar cada vez que eu olhava pra cara emburrada de Arthur.
Subimos o elevador em um silêncio assustador que não melhorou em nada quando entramos em casa. Arthur seguiu direto para o quarto e eu fui até o quarto de Diego. O observei dormir tranquilamente e beijei sua testa. Segui para o quarto e encontrei Arthur de boxer guardando alguma coisa no armário. Sorri comigo mesma tendo uma idéia, era a única forma de tentar consertar as coisas.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura beijando suas costas.
‘Desculpa.’ Falei baixo distribuindo beijinhos por suas costas. Ele suspirou tirando meus braços de sua cintura e entrou no banheiro sem falar nada.
Bufei xingando-o mentalmente e fiquei algum tempo pensando em alguma outra forma mais eficiente de pedir desculpas. Peguei uma blusa qualquer de Arthur no armário e a vesti, deitei na cama e fiquei fitando o teto até Arthur sair do banheiro.
Ele deitou na cama e virou-se de costas pra mim, levantei e fui até o banheiro batendo o pé. Fiquei algum tempo encarando minha imagem no espelho e me torturando mentalmente por ser tão estúpida. Saí de lá minutos depois, apaguei a luz e deitei na cama ao lado de Arthur.
Fiquei fitando o teto por minutos e mais minutos, Arthur também não tinha dormido ainda, toda hora ele se mexia um pouco e eu ia ficando mais agoniada. Me virei pra ele e passei as unhas levemente por suas costas, percebi que ele se arrepiou e sorri comigo mesma. Comecei novamente a beijar suas costas e fui subindo os beijos, passei meu nariz por seu pescoço, ele encolheu os ombros, mas não se moveu.
‘Eu quero dormir.’ Ele resmungou com a voz fraca e eu ri baixinho.
‘Eu não.’ Falei baixo no ouvido dele. ‘Me desculpa?’ Pedi beijando seu ouvido e ele soltou um gemido baixo.
‘Não.’ Ele respondeu simplesmente e eu arranhei sua costas com um pouco mais de força.
‘Tem certeza?’ Fiz uma voz sexy e tive que me controlar pra não rir. Ser sexy definitivamente não é comigo.
‘É só as desculpas que você quer?’ Arthur perguntou virando-se de frente pra mim.
‘Não.’ Sorri marota e ele me puxou pela cintura grudando nossas corpos e nossas bocas.
Suas mãos passaram rapidamente por dentro da minha blusa e segundos depois ela já estava jogada no chão. As mãos de Arthur corriam livres por meu corpo e eu sentia arrepios por cada lugar que elas passavam.
‘Tô desculpada?’ Perguntei ofegante separando nossas bocas. Ele balançou a cabeça concordando e começou a beijar meu pescoço com força.
Não foi preciso mais do que alguns minutos para que nossas roupas já estivessem todas no chão e nós dois suando ofegantes.
‘Desculpa.’ Falei baixo depois que Arthur caiu ao meu lado com a respiração descompassada.
‘Eu já te desculpei, pequena.’ Ele sorriu carinhosamente e botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
‘Mas eu fui uma idiota.’ Fiz uma voz infantil e ele riu baixo.
‘Foi mesmo. Mas eu que comecei a te encher, agora esquece isso.’ Ele me abraçou e eu sorri boba. ‘Boa noite.’ Ele beijou minha testa e eu deitei a cabeça em seu ombro e fiquei acariciando seu peito nu até adormecer.
‘Que é isso, Lua? Tá virando mano agora?’ Ela riu escandalosamente e eu tive que controlar o riso já que estava no meio do horário de trabalho.
‘Fala logo o que você quer pentelha, se a Margot–vivo–na–TPM me pegar falando no celular eu certamente serei chutada desse estágio.’ Fiz uma careta lembrando da minha chefe insuportável e com cara de coruja seca.
‘Ok, só liguei pra saber se você e o Aguiar aceitam ir ao cinema hoje à noite, programa de casal! Eu e o Micael, você e o Arthur, Mel e Chay e bem... acho que o Pedro não vai querer segurar vela, né?’ Ela fez uma voz mais desanimada.
‘Ahn, pobre Pedro. Isso que dá querer ficar com a vida de pegador.’ Ri baixo e de repente lembrei de uma pessoa! ‘NÃO!’ Gritei sem querer e algumas pessoas a minha volta me olharam estranho, me afundei na cadeira e sorri pedindo desculpas. ‘Soph, liga pro Pedro, fala pra ele ir! Já sei exatamente quem pode ajudá-lo!’ Sorri comigo mesma achando minha idéia genial.
‘O quê? Me conta!!’ Soph falou animada, mas eu a cortei.
‘Nãnão! Liga pro Pedro e o obriga a ir, o resto deixa comigo! Te amo, cachorra!’ Desliguei o telefone imaginando os nomes feios que Soph deve ter me xingado.
Quando saí do elevador, no hall de entrada do apartamento já consegui ouvir as risadas de Diego dentro de casa. Sorri comigo mesma pensando na bagunça que ele e Arthur estavam aprontando e entrei em casa.
‘Mããe!’ Diego correu até mim e abraçou minhas pernas com um sorriso sapeca no rosto.
‘Hey, filhote!’ O carreguei beijando sua bochecha e ele apontou pro chão onde Arthur estava sentado nos olhando com um sorriso. ‘O que é que vocês dois estão aprontando aí?’ Me aproximei de onde Arthur estava e vi massinhas coloridas espalhadas por uma toalha, se eu encontrasse massinha grudada no carpete da sala eu realmente não me responsabilizaria pelos meus atos.
‘Massinha.’ Diego falou pegando um pouco da massa vermelha e eu ri sentando ao lado de Arthur.
‘Coloquei a toalha pra não fazer sujeira. Eu sei que você não me perdoaria se eu melecasse seu carpete.’ Ele zoou imitando minha voz e eu lhe dei um pedala.
‘Ainda bem que você sabe mesmo.’ Dei de ombros e sorri. ‘A Soph me ligou hoje mais cedo chamando pra gente ir ao cinema.’ Falei observando Diego brincar.
‘Hum.’ Ele falou simplesmente sem desviar o olhar da tv. Bufei e levantei do chão indo pro quarto. Se ele não queria ir, eu iria sozinha. Tudo bem que eu ia segurar vela, mas quem se importa?!!
Peguei a toalha e entrei no banheiro frustrada com a reação de Arthur. Tomei um banho quente escolhendo mentalmente uma roupa para ir e minutos depois saí do banheiro enrolada na toalha.
Quando estava pegando minha roupa no armário Arthur entrou no quarto.
‘Vai sozinha?’ Ele perguntou irônico e eu contei até dez antes de responder.
‘Vou.’ Falei seca e irritada por não achar a blusa que eu queria.
‘E se eu não deixar?’ Ele se aproximou fazendo uma voz um tanto quanto sexy. Desculpa Arthur, mas esse seu joguinho não cola comigo. Mentira, cola e muito, mas eu não ia facilitar as coisas pra ele.
‘Você não manda em mim!’ Sorri falsamente e voltei minha atenção para o armário procurando a maldita blusa.
‘Você acha...’ Ele começou falando e beijando meu ombro. ‘Que eu vou deixar...’ Ele foi subindo os beijos por meu pescoço. ‘Você ir sozinha num cinema... cheio de marmanjos?’ Ele completou a frase dando um beijou em minha orelha. Minha situação não era das melhores. Pernas bambas; ok, respiração falha; ok, coração acelerado; ok.
‘Já disse que você não manda em mim.’ Falei pausadamente tentando manter a calma. ‘E nem adianta vir com esse joguinho, você não vai me comprar!’ Falei rápido e dei de ombros.
‘Não quero te comprar.’ Ele falou no meu ouvido abraçando minha cintura, haja auto controle! ‘Eu não ia perder a chance de te agarrar no escurinho do cinema, Lua.’ Ele falou pausadamente e com a voz extremamente sexy. Me virei pra ele com a sobrancelha levantada e ele sorriu maroto.
‘Arthur, eu vou ao cinema pra ver o filme.’ Sorri com as mão na cintura e ele soltou uma risadinha abafada.
‘Quando a gente chegar lá eu te convenço que a minha idéia é melhor.’ Ele piscou, me de um selinho rápido e entrou no banheiro. Bufei frustrada e voltei a minha procura pela blusa dentro do armário.
‘Eu ainda não entendi porque a gente tem que pegar a Vicky!’ Arthur falou pela milésima vez enquanto estávamos no carro esperando Vicky sair de casa.
‘Arthur, pensa bem. Nós somos 3 casais, certo?’ Falei devagar e ele concordou. ‘Mas a sua banda é formada por 4 garotos, correto?’ Ele concordou novamente. ‘Acho que você não ia querer deixar seu caro amigo Pedro de vela, ia?’ Levantei a sobrancelha sugestiva e ele abriu a boca parecendo ter entendido.
‘Lu, você é uma gênia!’ Ele sorriu pra mim e eu fiz uma cara convencida.
‘Hey, Vicky!’ Sorri observando a prima de Arthur entrar no carro sorridente.
‘Boa noite, casal!’ Ela falou animada e logo depois engatamos uma conversa animada sobre o Pedro. Arthur apenas ouvia tudo calado e de vez em quando ria zoando o amigo.
Quando chegamos ao shopping caminhamos apressados até o cinema, já estávamos atrasados.
‘Casal atrasadinho!’ Soph falou irônica e eu rolei os olhos rindo. ‘Hey, Vicky!’ Ela falou me olhando sem entender.
‘Cadê o Pedro?’ Perguntei animada e Vicky sorriu.
‘Tá comprando pipoca!’ Micael apontou para um garoto de costas na fila da pipoca. Olhei pra Vicky e ela piscou pra mim indo em direção ao Pedro.
‘Acho que entendi tudo.’ Sophia sorriu pra mim e eu confirmei com a cabeça. ‘Bom, vamos entrar que daqui a pouco o filme começa. Chay e Ash já estão lá dentro.’ Ela puxou Micael pela mão e Arthur fez o mesmo comigo.
‘Cara, eu não acredito que vocês vão me fazer assistir Juno!’ Micael reclamou enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
‘Cala boca, Micael! Esse filme é ótimo, vocês vão amar!’ Sophia deu um tapinha em seu braço e riu.
‘Concordo com o Micael, esse filme é de mulherzinha!’ Arthur fez careta.
‘Cala boca você também, Arthur!’ Falei séria, mas logo depois eu e Soph caímos na risada. Os dois se entreolharam balançando a cabeça e nós duas entramos em um papo animado sobre o que tínhamos ouvido falar sobre o filme. ‘Eu sou um ótimo cupido!’ Sorri observando Vicky e Pedro entrarem no cinema de mãos dadas.
‘Lu, você é uma gênia!’ Soph repetiu a frase de Arthur e eu sorri.
‘Shh, o filme vai começar.’ Ash nos olhou feio se pronunciando pela primeira vez e a gente riu baixinho.
Arthur brincava com meus dedos e parecia estar muito mais interessado nisso do que no filme, o observei de canto de olho e sorri comigo mesma reparando na cara de tédio que ele fazia.
‘Veio porque quis, eu disse que vinha sozinha.’ Falei baixo perto dele, sem desviar minha atenção da tela do cinema.
‘Não tô reclamando, tô?’ Ele perguntou um pouco emburrado e eu dei de ombros.
‘Nem precisa.’ O olhei rápido e sorri sarcasticamente.
‘Já te disse que preferia aproveitar esse escurinho aqui pra outras coisas, mas você tá quase entrando na tela.’ Ele fez uma voz infantil e eu o olhei com vontade de aperta-lo.
‘Larga de ser chato, Arthur Aguiar.’ Apertei a bochecha dele que fez careta. ‘Você tá perdendo um ótimo filme.’ Dei língua e voltei minha atenção para a tela.
Não demorou muito e Arthur mais uma vez desviou minha atenção do filme, senti ele dar beijinhos em meu ombro descoberto e depois ir subindo por meu pescoço. Respirei tentando manter a calma e o empurrei levemente com o braço. Ele soltou uma risadinha abafada e eu rolei os olhos sem que ele visse. Achei que depois do empurrão ele realmente entenderia que eu estava ali pra ver o filme, mas esqueci que Arthur não se dá por vencido assim tão fácil.
Mais uma vez senti seus lábios quentes em meu pescoço e encolhi os ombros sentindo um arrepio passar por todo meu corpo. Por que ele não podia simplesmente prestar atenção no filme como todos estavam fazendo? Ok, menos a Vicky e o Pedro que estavam se pegando desde que o filme começou. Os lábios dele chegaram em meu ouvido e eu fechei os olhos tentando não deixar meu auto controle escapar.
‘Pára de fingir que esse filme é mais interessante do que eu.’ Ele sussurrou e eu já nem conseguia entender o que os personagens do filme falavam. Sua mão estava parada em minha coxa apenas esperando algum sinal meu pra entrar em ação, eu não cederia assim tão fácil.
Ele continuava dando pequenas mordidas em meu pescoço e eu simplesmente fingia que não sentia nada com tudo aquilo, não que ele realmente acreditasse que eu não sentia nada, infelizmente ele sabe o efeito que tem sobre mim.
‘Eu quero ver o filme.’ Finalmente consegui falar e minha voz saiu fraca. Ele apenas sussurrou um "uhum" e continuou beijando meu pescoço, deixando algumas marcas por ali. Pensei em empurrá-lo novamente, mas isso não adiantaria.
‘Você não vai mesmo ceder?’ Ele sussurrou depois de um tempo e eu engoli seco. Minha vontade de corresponder aos beijos dele já estava começando a ficar fora do meu controle. Respirei fundo e balancei calmamente a cabeça negando. ‘Sério?’ Ele parou de me beijar e me olhou com a sobrancelha arqueada. Eu o olhei séria e pensei durante alguns segundos.
‘Não.’ Falei rápido e o puxei pela nuca grudando nossos lábios. Me xinguei mentalmente por ser tão fraca, mas meus pensamentos se esvaíram quando senti a língua de Arthur encontrar com a minha e sua mão apertar minha cintura me puxando mais pra perto.
Por alguns segundos me desliguei de tudo a minha volta, quase esqueci que estávamos em um cinema, mas a mão de Arthur entrando por debaixo da minha blusa me puxou de volta a realidade e eu puxei seu cabelo separando nossas bocas.
‘Agora me deixa assistir o filme!’ Sorri com a cara assustada que ele fazia e me endireitei na cadeira voltando minha atenção para o filme.
‘Mas agora você já perdeu uma parte dele e não vai entender o resto.’ Ele falou pausadamente com a boca grudada em meu ouvido e eu confesso que minha vontade de socá-lo quase ultrapassou a vontade de beijá-lo.
‘Ainda assim eu quero tentar entender.’ Dei de ombros e ele fez bico.
‘Ah, vai Lu! Você não tem pena de mim não?’ Ele fez novamente a voz infantil e eu bufei já começando a perder a paciência.
‘Arthur, pára de ser infantil.’ O olhei séria e ele cruzou os braços olhando para frente. ‘E não adianta fazer birra e cruzar os braços.’
‘Não custa nada você dá um pouco mais de atenção pra mim. Esse filme é ridículo e chato!’ Ele falou emburrado.
‘Cala boca, idiota!’ Soltei a mão dele com raiva e voltei minha atenção para o filme pela milésima vez, ele não respondeu nada.
Os minutos se passaram sem que a gente trocasse nenhuma palavra ou nos aproximássemos novamente. Eu já nem conseguia prestar atenção no filme, tamanha era a raiva que estava sentindo. Ok, talvez nem fosse raiva, apenas culpa por ter sido um pouco grossa demais com Arthur.
O filme acabou e ele se levantou rápido e saiu do cinema me deixando lá com cara de pateta.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Sophia perguntou preocupada e eu balancei a cabeça negando.
‘Besteira.’ Sorri fraco e ela concordou. Quando saímos do cinema Arthur estava sentado em um banco com o olhar perdido. O observei por alguns segundos e o peso em minha consciência se multiplicou.
‘Lu, eu vou voltar com o Pedro, ok?’ Vicky atraiu minha atenção e eu balancei a cabeça concordando.
‘Tem certeza que foi besteira?’ Soph parou ao meu lado também olhando para Arthur que agora conversava com Micael sentado ao seu lado.
‘Acho que peguei um pouco pesado com ele.’ Mordi meu lábio inferior e Sophia riu. ‘Não ri, boba, é sério!’ A olhei derrotada.
‘Ai coitado Lu, o menino só queria atenção?’ Ela me deu um tapinha no braço e eu a olhei boquiaberta.
‘Você ouviu?’ Perguntei confusa. ‘Achei que estivéssemos falando baixo.’ Dei de ombros.
‘E estavam, mas eu ouvi uma parte da conversa sem querer!’ Ela sorriu marota e eu fiquei um pouco sem graça. ‘Vai lá e pede desculpa besta!’ Ela apontou o local onde os meninos conversavam.
‘Ná, o Arthur não é fácil assim.’ Balancei minha cabeça.
‘Então pensa em alguma coisa, rápido porque eles estão vindo pra cá.’ Ela sorriu quando Micael chegou perto dela e pegou sua mão.
‘Vamos?’ Ele sorriu e nós três concordamos balançando a cabeça.
Pedro , Vicky, Chay e Ash já tinham ido embora. Micael e Soph foram na frente de mãos dadas enquanto eu e Arthur caminhávamos mais atrás. Tentei me aproximar dele e pegar em sua mão, mas acho que ele percebeu já que as colocou no bolso e continuou andando sem nem olhar pra mim. Suspirei pensando em algum jeito de me redimir, mas acabei deixando pra pensar nisso depois quando percebi que estava ficando pra trás.
Entramos no carro em completo silêncio, e assim seguimos durante todo o caminho até em casa. Tentei arranjar algum assunto que o interessasse, mas nenhum me veio em mente. O peso em minha consciência só fazia aumentar cada vez que eu olhava pra cara emburrada de Arthur.
Subimos o elevador em um silêncio assustador que não melhorou em nada quando entramos em casa. Arthur seguiu direto para o quarto e eu fui até o quarto de Diego. O observei dormir tranquilamente e beijei sua testa. Segui para o quarto e encontrei Arthur de boxer guardando alguma coisa no armário. Sorri comigo mesma tendo uma idéia, era a única forma de tentar consertar as coisas.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura beijando suas costas.
‘Desculpa.’ Falei baixo distribuindo beijinhos por suas costas. Ele suspirou tirando meus braços de sua cintura e entrou no banheiro sem falar nada.
Bufei xingando-o mentalmente e fiquei algum tempo pensando em alguma outra forma mais eficiente de pedir desculpas. Peguei uma blusa qualquer de Arthur no armário e a vesti, deitei na cama e fiquei fitando o teto até Arthur sair do banheiro.
Ele deitou na cama e virou-se de costas pra mim, levantei e fui até o banheiro batendo o pé. Fiquei algum tempo encarando minha imagem no espelho e me torturando mentalmente por ser tão estúpida. Saí de lá minutos depois, apaguei a luz e deitei na cama ao lado de Arthur.
Fiquei fitando o teto por minutos e mais minutos, Arthur também não tinha dormido ainda, toda hora ele se mexia um pouco e eu ia ficando mais agoniada. Me virei pra ele e passei as unhas levemente por suas costas, percebi que ele se arrepiou e sorri comigo mesma. Comecei novamente a beijar suas costas e fui subindo os beijos, passei meu nariz por seu pescoço, ele encolheu os ombros, mas não se moveu.
‘Eu quero dormir.’ Ele resmungou com a voz fraca e eu ri baixinho.
‘Eu não.’ Falei baixo no ouvido dele. ‘Me desculpa?’ Pedi beijando seu ouvido e ele soltou um gemido baixo.
‘Não.’ Ele respondeu simplesmente e eu arranhei sua costas com um pouco mais de força.
‘Tem certeza?’ Fiz uma voz sexy e tive que me controlar pra não rir. Ser sexy definitivamente não é comigo.
‘É só as desculpas que você quer?’ Arthur perguntou virando-se de frente pra mim.
‘Não.’ Sorri marota e ele me puxou pela cintura grudando nossas corpos e nossas bocas.
Suas mãos passaram rapidamente por dentro da minha blusa e segundos depois ela já estava jogada no chão. As mãos de Arthur corriam livres por meu corpo e eu sentia arrepios por cada lugar que elas passavam.
‘Tô desculpada?’ Perguntei ofegante separando nossas bocas. Ele balançou a cabeça concordando e começou a beijar meu pescoço com força.
Não foi preciso mais do que alguns minutos para que nossas roupas já estivessem todas no chão e nós dois suando ofegantes.
‘Desculpa.’ Falei baixo depois que Arthur caiu ao meu lado com a respiração descompassada.
‘Eu já te desculpei, pequena.’ Ele sorriu carinhosamente e botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
‘Mas eu fui uma idiota.’ Fiz uma voz infantil e ele riu baixo.
‘Foi mesmo. Mas eu que comecei a te encher, agora esquece isso.’ Ele me abraçou e eu sorri boba. ‘Boa noite.’ Ele beijou minha testa e eu deitei a cabeça em seu ombro e fiquei acariciando seu peito nu até adormecer.
18º Capitulo - Addicted
Acordei no sábado com o barulho do meu celular vibrando em cima do criado mudo, estiquei meu braço preguiçosamente e olhei no visor que aparecia o nome de Sophia. Resmunguei baixo lembrando que ela iria pegar o Diego para levar ao parque junto com dois priminhos dela que viriam do interior.
‘Oi.’ Atendi o celular ainda de olhos fechados.
‘Te acordei né, amiga? Desculpa.’ Ele fez uma voz culpada e eu ri baixinho.
‘Tudo bem. Já tá vindo?’ Perguntei com a voz arrastada.
‘Já, em meia hora devo passar aí.’
‘Ok. Vou acordar o Diego e arruma-lo.’
‘Tá bom. Beijos!’ Ela desligou o telefone animada e eu botei o celular novamente no criado mudo.
Me espreguicei com cuidado para não acordar Arthur que dormia feito uma pedra ao meu lado, e me abraçava pela cintura. Dei um beijo na ponta do nariz dele sabendo que não o acordaria com aquilo e me levantei devagar. Fui até o quarto de Diego e só então percebi que chovia, aliás, o céu tava quase desabando.
‘Hey, príncipe.’ O chamei baixinho e ele abriu os olhos lentamente, sorrindo pra mim. ‘A tia Soph já já passa aqui pra te pegar.’ Falei carregando-o.
‘Tio Micael!’ Ele sorriu animado.
‘O tio Micael também vem!’ Falei tentando ser tão animada quanto ele, mas àquela hora era meio impossível. ‘Vamos tomar banho e se arrumar?’ Perguntei sorrindo e ele concordou.
Em um pouco menos de meia hora Diego já estava todo arrumado e eu estava deitada no sofá da sala com ele sentado ao meu lado.
‘Yay, deve ser a tia Soph!’ Falei me levantando quando a campanhia tocou. ‘Bom dia!’ Sorri para Sophia e Micael que estavam parados na minha porta com duas crianças no colo. Provavelmente eram os sobrinhos de Soph, Brian e Kevin.
‘Bom dia, amiga linda!’ Ela falou sorridente. ‘Nem vou entrar porque sei que você deve tá querendo voltar pra debaixo dos lençóis!’ Eu ri concordando. Com aquele frio e aquele barulhinho de chuva, tudo que eu queria era voltar pra cama.
‘Se comporta tá, meu amor?’ Me agachei na frente de Diego e ele sorriu. ‘Então, divirtam-se com as crianças. Aproveitem pra ir treinando.’ Pisquei para os dois na minha frente e Micael riu alto.
‘Nem vem, Lu. Tá longe ainda!’ Ele balançou a cabeça e Sophia concordou.
‘Por enquanto a gente se contenta em cuidar do filho dos outros!’ Ela riu. ‘Vamos?’ Falou olhando para as três crianças que sorriram concordando. Mandei beijos no ar e fechei a porta me espreguiçando. Pensei em ficar ali pelo sofá, mas o frio não permitia e eu voltei pro quarto.
‘Lu, vem deitar, tá cedo.’ Arthur falou com a voz arrastada e eu ri.
‘Já vou.’ Entrei no banheiro e prendi meu cabelo novamente já que estava todo bagunçado, aproveitei e escovei os dentes. Tenho mania de sempre que levantar escovar logo os dentes, aliás, acho essa mania ótima, melhor do que ficar por aí com bafo matinal. Sorri com meus pensamentos e sai do banheiro correndo me jogando na cama fazendo Arthur rir.
‘Bom diia!’ Sorri sincera dando um selinho nele. Arthur me puxou pela cintura me fazendo deitar ao seu lado de frente pra ele. ‘Tá frio.’ Falei me encolhendo e ele puxou o cobertor grosso para me cobrir mais. Fiquei acariciando sua nuca, com o rosto em seu pescoço enquanto sua respiração batia em ouvido me fazendo sorrir.
‘O Diego já foi?’ Ele perguntou depois de alguns minutos enquanto fazia carinho em minhas costas e eu sussurrei um uhum abafado. ‘A gente podia passar o dia todo na cama né?’ Ele falou rindo e me abraçando mais apertado.
‘Larga de ser preguiçoso, Arthur.’ Eu dei um tapinha em seu peito.
‘E quem disse que a gente vai ficar dormindo? Tem coisas bem melhores pra se fazer em uma cama.’ Ele mordeu de leve minha orelha e eu ri baixo.
‘Larga de ser tarado, então.’ Falei levantando minha cabeça pra olha-lo. ‘A gente pode assistir filme!’ Sorri idiotamente e ele fez careta.
‘Ainda prefiro ficar na cama.’ Ele deu de ombros.
‘Ah Arthur, larga de ser chato, vaaai.’ Fiz manha e ele riu.
‘Em um minuto você já disse que eu sou preguiçoso, tarado e chato. Porque você ainda tá comigo mesmo?’ Ele fez bico e eu sorri.
‘Porque você é o pai do meu filho, oras.’ Falei indiferente e ele ficou me olhando.
‘Então tá, amanhã eu faço as malas e vou embora.’ Ele deu novamente de ombros e eu ri.
‘Até parece que você vive sem o Diego.’
‘Não, por isso mesmo que eu vou levar ele comigo.’
‘Até parece que você vive sem mim também.’ Fiz uma cara convencida e ele arqueou a sobrancelha.
‘Arranjo uma pra substituir você rapidinho.’ Ele falou sério e eu dei um tapa, um tanto quanto forte em seu braço. ‘Outch!’ Ele fez cara de dor, mas riu.
‘Idiota!’ Falei rindo e me afastando dele, mas com um só braço ele me puxou pra perto de novo.
‘Então diz que eu não sou preguiçoso, nem tarado e nem chato.’ Eu rolei os olhos ele riu me segurando pela cintura com os dois braços.
‘Você não é preguiçoso, nem tarado e nem chato.’ Falei com uma voz de tédio. ‘Satisfeito?’
‘Se eu não sou nada disso, eu sou o quê então?’ Ele sorriu.
‘Hm, o pai do meu filho!’ Falei como se tivesse feito uma super descoberta.
‘Só isso?’ Ele falou de um jeito sexy aproximando o rosto do meu. Eu mordi o lábio inferior e concordei balançando a cabeça e soltando um uhum. ‘Tem certeza?’ Ele se aproximou mais e eu de novo fiz um uhum. ‘Você só sabe falar isso?’ Novamente fiz o uhum e ele rolou os olhos com o rosto próximo ao meu. ‘Então ocupa a boca com outra coisa, porque esse uhum irrita, Lu!’ Eu ia rir desse comentário dele, mas antes que o fizesse Arthur já tinha grudado a boca na minha.
Ele ficou por cima de mim se encaixando entre minhas pernas enquanto eu bagunçava seu cabelo e brincava com o elástico da boxer de ursinhos dele.
Minha blusa já estava quase toda levantada quando o barulho de um trovão fez com que Arthur desse um pulo pro lado, mas como estávamos na beirada da cama ele acabou caindo no chão. Eu não sabia se ficava com pena da cara de dor dele ou se ria.
‘Ai, tadinho, tadinho.’ Falei rindo e me ajoelhando no chão ao lado dele. ‘Bateu a cabeça?’ Perguntei um pouco preocupada tentando parar de rir.
‘Bati, tá sangrando?’ Ele fez uma cara desesperada e eu desisti de controlar o riso.
‘Claro que não, babaca!’ Dei língua e estendi a mão pra ele se levantar. ‘Vai, levanta logo daí!’
‘Sua preocupação comigo me comove, Lua.’ Ele fez uma cara brava e eu apertei suas bochechas.
‘Own, desculpa. Mas foi engraçado, vai.’ Ri passando meus braços por seu pescoço.
‘Claro, não foi você.’ Ele esfregou a nuca fazendo careta.
‘Tá, não riu mais.’ Dei um selinho nele e sorri. ‘Tô com fome.’
‘Eu também.’ Ele passou a mão na barriga.
‘Então vamos comer!’ Falei com uma cara obvia e ele riu. ‘Me carrega até a cozinha?’ Pedi com uma cara de criança e antes que ele respondesse pulei cruzando minhas pernas em sua cintura.
‘Pouco folgada você né?’ Ele arqueou a sobrancelha e eu beijei sua bochecha.
‘Vamos logo que eu tô com fome!’ Me agarrei mais em seu pescoço e ele resmungou baixo indo até a cozinha.
Algumas horas depois estávamos no sofá vendo a reprise do programa do Paul O’Grady e rindo das coisas que ele falava.
‘Cara eu amo o Paul, se ele fosse mais novo eu...’
‘Não continua essa frase!’ Arthur falou me olhando estranho e eu ri alto. ‘Até o Paul.’ Ele balançou a cabeça e eu dei um soquinho em seu braço. ‘Vamos ver filme de terror?’ Ele falou de repente.
‘Ah não, Arthur. Eu tenho medo.’ Fiz bico e ele riu. ‘É sério, odeio filme de terror, depois fico sem dormir por dias!’ Falei lembrando da ultima vez que vi um filme de terror.
‘Ná, mas agora você dorme comigo, não vai ter medo de nada.’ Ele sorriu convencido e eu arqueei a sobrancelha. ‘Eu tenho o dvd do Exorcista.’ Arthur sorriu animado e eu me desesperei.
‘NÃO! Não vou ver esse filme Arthur, nem sob tortura!!’ Me encolhi no sofá enquanto Arthur ria da minha cara de desespero.
‘Lu, você não vai ter pesadelo, prometo.’ Ele sentou no chão ficando de frente pra mim. ‘E quando vier as piores partes do filme você fecha os olhos.’ Ele sorriu como uma criança e eu pensei por alguns segundos.
‘Promete que não reclamar se eu começar a agarrar você no meio do filme?’ Fiz uma cara inocente e ele balançou a cabeça.
‘Me agarrar no meio do filme? Porque você não falou antes? Vou lá no quarto pegar o dvd!’ Ele se levantou correndo e me deixou rindo que nem uma idiota na sala.
Segundos depois ele voltou com o dvd. Botamos as almofadas pelo chão e deitamos no carpete, Arthur passou o braço por debaixo de mim e eu já me virei preparada pra passar as próximas horas com a cabeça enfiada no pescoço dele e morrendo de medo.
‘Lu, o filme nem começou!’ Arthur riu quando eu botei a mão no rosto antes mesmo do filme começar.
‘Não importa, já to com medo!’ Falei deitando minha cabeça em seu peito ainda com a mão no rosto. ‘Se eu tiver pesadelos vou te acordar no meio da madrugada, Arthur.’ Fiz uma voz emburrada e ele concordou balançando a cabeça.
‘Vai começar, Lu. Tira a mão dos olhos.’ Ele puxou minhas mãos me fazendo olhar pra tv e eu fiquei assistindo apenas com um olho aberto.
‘AAAAAAAAAAAH!’ Gritei desesperada enfiando a cabeça no pescoço de Arthur e apertando seu braço. Já devia ser a vigésima vez que eu repetia aquilo, e o filme mal tinha chegado à metade. Arthur apenas ria e falava coisas como: “é mentira, Lu!”, achando que aquilo iria amenizar o medo que eu estava sentindo. ‘Não quero mais ver esse filme.’ Falei com a voz chorosa.
‘Lu, pensa que tudo isso é mentira!’ Ele apontou pra tv e eu abaixei seu dedo.
‘Mas eu tenho pesadelo assim mesmo.’ Minha voz saia abafada por estar com o rosto enterrado no pescoço dele.
‘Você não vai ter pesadelo comigo ao seu lado!’ Ele se gabou e eu ri o olhando.
‘Ah é? E você vai fazer o que, bater nas assombrações?’ Fiz uma cara débil e ele deu língua.
‘Claro que vou, olha só como eu sou forte!’ Ele fez um muque se achando muito e eu gargalhei.
‘Arthur, olha só, você é gordo!’ Falei com ironia na voz
‘Ei, olha o respeito! Isso é excesso de gostosura.’ Ele passou a mão pela barriga e eu ri descontroladamente.
‘Ah, desculpa aí fortão, não sabia que banha tinha mudado de nome!’ Comecei a rir mais ainda e Arthur fez uma cara emburrada. No meio do meu ataque de risos senti uma almofada batendo em meu braço. ‘Ai seu idiota!’ Joguei outra almofada nele sem parar de rir e começamos uma guerra de almofadas.
‘Desista, você não vai ganhar de mim!’ Arthur falou rindo enquanto tacava almofadas em mim e eu nele.
‘Vou sim, seu gordo! Sou mais forte que você!’ Tentei fazer um muque e segundos depois senti Arthur cair por cima de mim e prender meus pulsos no chão, em cima da minha cabeça.
‘Há, quem é mais forte agora?’ Ele deu língua enquanto eu tentava soltar meus braços. ‘Você só sai daqui quando eu quiser!’
‘Arthur, me solta!’ Fiz manha e ele balançou a cabeça negando. ‘Olha, o filme tá passando, você tá perdendo.’ Mostrei o filme na tela e ele sorriu.
‘Aqui tá mais interessante que o filme.’ Ele olhava dos meus olhos pra minha boca.
‘Tá é?’ Levantei a cabeça e mordi de leve seu lábio inferior.
‘Muuuito mais interessante.’ Ele concordou.
Mordi de novo seu lábio, só que dessa vez mais forte e ele gemeu baixinho. Eu sorri e passei minha língua por seus lábios fazendo com que ele os abrisse, depois joguei a cabeça pra trás de novo. Ele fez uma cara indignada e me beijou com pressa ainda segurando meus pulsos, tentei solta-los, mas Arthur parecia determinado a me deixar presa ali.
Ele quebrou o beijo mordendo meu lábio e foi descendo o beijo por meu pescoço, eu sentia arrepios cada vez que sua língua tocava minha pele. Senti suas mãos afrouxarem em meu pulso e lentamente elas desceram até minha cintura e coxa. Ele mordeu meu pescoço com força me fazendo soltar um gemido e eu o puxei pelo cabelo voltando a beijar sua boca.
Quando ele ia levantar minha blusa eu parti o beijo e me virei rápido ficando por cima dele com uma perna de cada lado da sua cintura.
‘Quem é o mais forte agora?’ Perguntei um pouco ofegante e ele riu com as mãos em minha cintura.
‘Ok, chega dessa de mais forte.’ Ele sentou fazendo com que minhas pernas ficassem entrelaçadas em sua cintura e eu ri baixinho enquanto ele voltava a beijar meu pescoço.
‘Arthur, desliga essa tv.’ Falei baixo.
‘Não, deixa aí. Assim fica mais excitante.’ Ele me olhou com uma cara safada e eu ri o puxando para que nossas bocas se encontrassem novamente.
Arthur foi me deitando no carpete e quando ele se deitou por cima de mim, novamente um barulho assustador nos atrapalhou.
‘Que porra é essa?’ Ele perguntou um pouco assustado e eu o olhei fazendo careta.
‘Outch, Arthur, deitamos em cima do controle!’ Falei tirando o controle da tv debaixo de mim.
Novamente outro barulho assustador e quando olhei pra tv soltei um grito.
‘Desliga, desliga, desliga!’ Falei escondendo meu rosto com as mãos e Arthur bufou irritado desligando a tv e deitando com a barriga pra baixo no carpete. ‘Desculpa.’ Fiz bico e ele sorriu em meio a uma careta de dor.
‘Segunda vez. Hoje não é nosso dia.’ Ele falou derrotado e eu ri baixo.
‘Vai, vamos procurar alguma coisa menos perigosa pra fazer, assim você não sofre tanto.’ Me levantei rindo.
‘Ah, que bom que você entende meu sofrimento.’ Ele falou ainda deitado.
‘Ah, eu posso fazer massagem em você, sabe aquela que a mulher sobe nas costas do cara?’ Falei animada e Arthur me olhou.
‘Tem certeza que isso é menos perigoso? Você pode ser um pouco pesada e... outch!’ O interrompi dando um chute em sua barriga.
‘Então fica aí deitado e eu vou fazer alguma coisa útil.’ Ia sair andando, mas Arthur segurou meu pé.
‘Larga de ser birrenta garota, agora eu quero massagem!’ Ele sorriu da forma mais fofa só porque sabia que eu ia ceder. ‘Por favooor, Lu!’ Ele fez voz de criança e eu bufei derrotada.
‘Só não reclama se a baleia aqui te esmagar.’ Falei séria e ele deu risada.
Tudo bem que eu não sabia bem como era que fazia aquelas massagens, mas não devia ser tão difícil, na tv parece ser fácil. Subi nas costas de Arthur com cuidado e morrendo de medo e aos poucos fui conseguindo me equilibrar e fazer a massagem, às vezes eu tinha uma crise de riso, mas não esmagar o Arthur já foi um grande passo.
‘Tá chega, não agüento mais.’ Desci das costas de Arthur e sentei ao seu lado. ‘Acho que vou tomar banho, daqui a pouco o Diego volta.’ Falei cansada.
‘Eu preciso de um banho gelado.’ Arthur se levantou rápido e correu pro quarto.
‘Ah não, Arthur! Falei primeiro!!’ Fui batendo os pés até o quarto, parecendo uma criança e Arthur já tinha entrado no banheiro. ‘Aguiar, eu tomo banho primeiro.’ Bati na porta e ele riu.
‘A gente toma banho junto, problema resolvido.’ Ele abriu a porta e sorriu.
‘Não!’ Cruzei os braços fazendo bico e ele deu de ombros.
‘Então tá!’ Ele ia fechando a porta novamente, mas eu segurei.
‘NÃO!’ Gritei rindo.
‘Vai tomar banho junto comigo?’ Ele me olhou e eu entrei no banheiro.
‘Não, vou pegar minhas coisas e tomar banho no banheiro de hospedes!’ Dei língua e Arthur fez cara feia. Antes de sair do banheiro dei um selinho nele e depois corri pro quarto em frente ao meu.
Meia hora depois estávamos no sofá assistindo Tartarugas Ninjas pela milésima vez, Arthur ama, e ainda me obriga a assistir junto com ele.
‘Você tá com cheirinho bom.’ Falei sorrindo e cheirando o pescoço dele.
‘E antes eu tava fedendo?’ Ele arqueou a sobrancelha.
‘Só um pouco.’ Fiz uma cara sapeca e ele riu. ‘Eu que te dei essa bermuda.’ Falei sorrindo e apontando a bermuda larga preta e branca que ele usava.
‘Sério?’
‘Uhum, foi quando você fez 19 anos.’ Sorri me lembrando do aniversário dele.
‘Sabe que eu nunca gostei muito dela?!!’ Ele comentou fazendo careta e eu belisquei sua barriga de leve.
‘Você amava essa bermuda, tá? Só vivia com ela.’ Fiz uma cara convencida e ele riu.
‘Eu já disse que você é linda?’ Ele ficou sério de repente e eu senti meu rosto queimar. Olhei pra minhas mãos mordendo o lábio, mas ele tocou meu queixo levantando meu rosto. ‘Sério Lu, você é uma das garotas mais lindas que eu já vi.’ Ele sorriu sincero e provavelmente eu já devia estar mais vermelha que tomate.
‘Então você precisa sair pra conhecer mais garotas, Arthur.’ Falei completamente sem graça e ele balançou a cabeça negando.
‘Não preciso não, eu tenho a mamãe mais bonita aqui, morando sob o mesmo teto que eu.’ Ele me deu um selinho demorado e depois beijou minha bochecha.
‘Lembra que outro dia você me perguntou por que eu tinha me apaixonado por você?’ Falei lembrando de uma conversa boba que tivemos quando estávamos com sono e não queríamos dormir. A conversa acabou com a gente discutindo os motivos que levariam uma pessoa a se apaixonar por Arthur, mas estávamos com muito sono pra falar alguma coisa que não fosse besteira. Ele balançou a cabeça concordando e eu sorri. ‘É exatamente por causa disso. Por você conseguir me surpreender sempre e em todos os sentidos.’ Falei olhando-o nos olhos e ele sorriu.
Passei a mão por seu rosto fazendo carinho e ele se aproximou passando o nariz no meu como em um beijo de esquimó. Nossas bocas se encontraram lentamente em um beijo calmo e hm... apaixonado?
O climinha clichê só não durou muito porque logo depois a campainha tocou. Dei um selinho em Arthur e me levantei pra atender a porta.
‘Ele dormiu!’ Sophia falou baixo com Diego dormindo tranquilamente em seu colo.
‘Iai, como foi lá?’ Perguntei no mesmo tom que ela.
‘Foi ótimo, só não te conto tudo porque Micael ficou no carro. Kevin tá dormindo mais que o Diego!’ Ela sorriu e eu concordei. Arthur apareceu atrás de mim, deu um beijo na testa de Sophia e pegou Diego do meu colo. ‘Deixa eu ir. Beijo amiga, amanhã te ligo!’ Ela beijou minha bochecha e depois saiu apressada. Fechei a porta e fui até o quarto de Diego.
‘Lu, pega uma roupa pra ele dormir.’ Arthur falou baixo tirando a roupinha que eu tinha botado mais cedo em Diego. Peguei uma roupa de dormir pra ele e o vesti com a ajuda de Arthur. ‘Pronto.’ Ele sorriu ajeitando a roupa do filho.
‘Agora quem precisa dormir sou eu, to cansada.’ Falei desanimada.
‘É, eu também.’ Arthur concordou e deu um beijo na cabeça de Diego. Eu sorri e fiz o mesmo.
‘Boa noite.’ Ele falou quando já estávamos deitados na cama. Ele me abraçou por trás e eu sorri.
‘Boa noite.’ Respondi baixo enquanto sentia sua respiração em meu pescoço.
‘Oi.’ Atendi o celular ainda de olhos fechados.
‘Te acordei né, amiga? Desculpa.’ Ele fez uma voz culpada e eu ri baixinho.
‘Tudo bem. Já tá vindo?’ Perguntei com a voz arrastada.
‘Já, em meia hora devo passar aí.’
‘Ok. Vou acordar o Diego e arruma-lo.’
‘Tá bom. Beijos!’ Ela desligou o telefone animada e eu botei o celular novamente no criado mudo.
Me espreguicei com cuidado para não acordar Arthur que dormia feito uma pedra ao meu lado, e me abraçava pela cintura. Dei um beijo na ponta do nariz dele sabendo que não o acordaria com aquilo e me levantei devagar. Fui até o quarto de Diego e só então percebi que chovia, aliás, o céu tava quase desabando.
‘Hey, príncipe.’ O chamei baixinho e ele abriu os olhos lentamente, sorrindo pra mim. ‘A tia Soph já já passa aqui pra te pegar.’ Falei carregando-o.
‘Tio Micael!’ Ele sorriu animado.
‘O tio Micael também vem!’ Falei tentando ser tão animada quanto ele, mas àquela hora era meio impossível. ‘Vamos tomar banho e se arrumar?’ Perguntei sorrindo e ele concordou.
Em um pouco menos de meia hora Diego já estava todo arrumado e eu estava deitada no sofá da sala com ele sentado ao meu lado.
‘Yay, deve ser a tia Soph!’ Falei me levantando quando a campanhia tocou. ‘Bom dia!’ Sorri para Sophia e Micael que estavam parados na minha porta com duas crianças no colo. Provavelmente eram os sobrinhos de Soph, Brian e Kevin.
‘Bom dia, amiga linda!’ Ela falou sorridente. ‘Nem vou entrar porque sei que você deve tá querendo voltar pra debaixo dos lençóis!’ Eu ri concordando. Com aquele frio e aquele barulhinho de chuva, tudo que eu queria era voltar pra cama.
‘Se comporta tá, meu amor?’ Me agachei na frente de Diego e ele sorriu. ‘Então, divirtam-se com as crianças. Aproveitem pra ir treinando.’ Pisquei para os dois na minha frente e Micael riu alto.
‘Nem vem, Lu. Tá longe ainda!’ Ele balançou a cabeça e Sophia concordou.
‘Por enquanto a gente se contenta em cuidar do filho dos outros!’ Ela riu. ‘Vamos?’ Falou olhando para as três crianças que sorriram concordando. Mandei beijos no ar e fechei a porta me espreguiçando. Pensei em ficar ali pelo sofá, mas o frio não permitia e eu voltei pro quarto.
‘Lu, vem deitar, tá cedo.’ Arthur falou com a voz arrastada e eu ri.
‘Já vou.’ Entrei no banheiro e prendi meu cabelo novamente já que estava todo bagunçado, aproveitei e escovei os dentes. Tenho mania de sempre que levantar escovar logo os dentes, aliás, acho essa mania ótima, melhor do que ficar por aí com bafo matinal. Sorri com meus pensamentos e sai do banheiro correndo me jogando na cama fazendo Arthur rir.
‘Bom diia!’ Sorri sincera dando um selinho nele. Arthur me puxou pela cintura me fazendo deitar ao seu lado de frente pra ele. ‘Tá frio.’ Falei me encolhendo e ele puxou o cobertor grosso para me cobrir mais. Fiquei acariciando sua nuca, com o rosto em seu pescoço enquanto sua respiração batia em ouvido me fazendo sorrir.
‘O Diego já foi?’ Ele perguntou depois de alguns minutos enquanto fazia carinho em minhas costas e eu sussurrei um uhum abafado. ‘A gente podia passar o dia todo na cama né?’ Ele falou rindo e me abraçando mais apertado.
‘Larga de ser preguiçoso, Arthur.’ Eu dei um tapinha em seu peito.
‘E quem disse que a gente vai ficar dormindo? Tem coisas bem melhores pra se fazer em uma cama.’ Ele mordeu de leve minha orelha e eu ri baixo.
‘Larga de ser tarado, então.’ Falei levantando minha cabeça pra olha-lo. ‘A gente pode assistir filme!’ Sorri idiotamente e ele fez careta.
‘Ainda prefiro ficar na cama.’ Ele deu de ombros.
‘Ah Arthur, larga de ser chato, vaaai.’ Fiz manha e ele riu.
‘Em um minuto você já disse que eu sou preguiçoso, tarado e chato. Porque você ainda tá comigo mesmo?’ Ele fez bico e eu sorri.
‘Porque você é o pai do meu filho, oras.’ Falei indiferente e ele ficou me olhando.
‘Então tá, amanhã eu faço as malas e vou embora.’ Ele deu novamente de ombros e eu ri.
‘Até parece que você vive sem o Diego.’
‘Não, por isso mesmo que eu vou levar ele comigo.’
‘Até parece que você vive sem mim também.’ Fiz uma cara convencida e ele arqueou a sobrancelha.
‘Arranjo uma pra substituir você rapidinho.’ Ele falou sério e eu dei um tapa, um tanto quanto forte em seu braço. ‘Outch!’ Ele fez cara de dor, mas riu.
‘Idiota!’ Falei rindo e me afastando dele, mas com um só braço ele me puxou pra perto de novo.
‘Então diz que eu não sou preguiçoso, nem tarado e nem chato.’ Eu rolei os olhos ele riu me segurando pela cintura com os dois braços.
‘Você não é preguiçoso, nem tarado e nem chato.’ Falei com uma voz de tédio. ‘Satisfeito?’
‘Se eu não sou nada disso, eu sou o quê então?’ Ele sorriu.
‘Hm, o pai do meu filho!’ Falei como se tivesse feito uma super descoberta.
‘Só isso?’ Ele falou de um jeito sexy aproximando o rosto do meu. Eu mordi o lábio inferior e concordei balançando a cabeça e soltando um uhum. ‘Tem certeza?’ Ele se aproximou mais e eu de novo fiz um uhum. ‘Você só sabe falar isso?’ Novamente fiz o uhum e ele rolou os olhos com o rosto próximo ao meu. ‘Então ocupa a boca com outra coisa, porque esse uhum irrita, Lu!’ Eu ia rir desse comentário dele, mas antes que o fizesse Arthur já tinha grudado a boca na minha.
Ele ficou por cima de mim se encaixando entre minhas pernas enquanto eu bagunçava seu cabelo e brincava com o elástico da boxer de ursinhos dele.
Minha blusa já estava quase toda levantada quando o barulho de um trovão fez com que Arthur desse um pulo pro lado, mas como estávamos na beirada da cama ele acabou caindo no chão. Eu não sabia se ficava com pena da cara de dor dele ou se ria.
‘Ai, tadinho, tadinho.’ Falei rindo e me ajoelhando no chão ao lado dele. ‘Bateu a cabeça?’ Perguntei um pouco preocupada tentando parar de rir.
‘Bati, tá sangrando?’ Ele fez uma cara desesperada e eu desisti de controlar o riso.
‘Claro que não, babaca!’ Dei língua e estendi a mão pra ele se levantar. ‘Vai, levanta logo daí!’
‘Sua preocupação comigo me comove, Lua.’ Ele fez uma cara brava e eu apertei suas bochechas.
‘Own, desculpa. Mas foi engraçado, vai.’ Ri passando meus braços por seu pescoço.
‘Claro, não foi você.’ Ele esfregou a nuca fazendo careta.
‘Tá, não riu mais.’ Dei um selinho nele e sorri. ‘Tô com fome.’
‘Eu também.’ Ele passou a mão na barriga.
‘Então vamos comer!’ Falei com uma cara obvia e ele riu. ‘Me carrega até a cozinha?’ Pedi com uma cara de criança e antes que ele respondesse pulei cruzando minhas pernas em sua cintura.
‘Pouco folgada você né?’ Ele arqueou a sobrancelha e eu beijei sua bochecha.
‘Vamos logo que eu tô com fome!’ Me agarrei mais em seu pescoço e ele resmungou baixo indo até a cozinha.
Algumas horas depois estávamos no sofá vendo a reprise do programa do Paul O’Grady e rindo das coisas que ele falava.
‘Cara eu amo o Paul, se ele fosse mais novo eu...’
‘Não continua essa frase!’ Arthur falou me olhando estranho e eu ri alto. ‘Até o Paul.’ Ele balançou a cabeça e eu dei um soquinho em seu braço. ‘Vamos ver filme de terror?’ Ele falou de repente.
‘Ah não, Arthur. Eu tenho medo.’ Fiz bico e ele riu. ‘É sério, odeio filme de terror, depois fico sem dormir por dias!’ Falei lembrando da ultima vez que vi um filme de terror.
‘Ná, mas agora você dorme comigo, não vai ter medo de nada.’ Ele sorriu convencido e eu arqueei a sobrancelha. ‘Eu tenho o dvd do Exorcista.’ Arthur sorriu animado e eu me desesperei.
‘NÃO! Não vou ver esse filme Arthur, nem sob tortura!!’ Me encolhi no sofá enquanto Arthur ria da minha cara de desespero.
‘Lu, você não vai ter pesadelo, prometo.’ Ele sentou no chão ficando de frente pra mim. ‘E quando vier as piores partes do filme você fecha os olhos.’ Ele sorriu como uma criança e eu pensei por alguns segundos.
‘Promete que não reclamar se eu começar a agarrar você no meio do filme?’ Fiz uma cara inocente e ele balançou a cabeça.
‘Me agarrar no meio do filme? Porque você não falou antes? Vou lá no quarto pegar o dvd!’ Ele se levantou correndo e me deixou rindo que nem uma idiota na sala.
Segundos depois ele voltou com o dvd. Botamos as almofadas pelo chão e deitamos no carpete, Arthur passou o braço por debaixo de mim e eu já me virei preparada pra passar as próximas horas com a cabeça enfiada no pescoço dele e morrendo de medo.
‘Lu, o filme nem começou!’ Arthur riu quando eu botei a mão no rosto antes mesmo do filme começar.
‘Não importa, já to com medo!’ Falei deitando minha cabeça em seu peito ainda com a mão no rosto. ‘Se eu tiver pesadelos vou te acordar no meio da madrugada, Arthur.’ Fiz uma voz emburrada e ele concordou balançando a cabeça.
‘Vai começar, Lu. Tira a mão dos olhos.’ Ele puxou minhas mãos me fazendo olhar pra tv e eu fiquei assistindo apenas com um olho aberto.
‘AAAAAAAAAAAH!’ Gritei desesperada enfiando a cabeça no pescoço de Arthur e apertando seu braço. Já devia ser a vigésima vez que eu repetia aquilo, e o filme mal tinha chegado à metade. Arthur apenas ria e falava coisas como: “é mentira, Lu!”, achando que aquilo iria amenizar o medo que eu estava sentindo. ‘Não quero mais ver esse filme.’ Falei com a voz chorosa.
‘Lu, pensa que tudo isso é mentira!’ Ele apontou pra tv e eu abaixei seu dedo.
‘Mas eu tenho pesadelo assim mesmo.’ Minha voz saia abafada por estar com o rosto enterrado no pescoço dele.
‘Você não vai ter pesadelo comigo ao seu lado!’ Ele se gabou e eu ri o olhando.
‘Ah é? E você vai fazer o que, bater nas assombrações?’ Fiz uma cara débil e ele deu língua.
‘Claro que vou, olha só como eu sou forte!’ Ele fez um muque se achando muito e eu gargalhei.
‘Arthur, olha só, você é gordo!’ Falei com ironia na voz
‘Ei, olha o respeito! Isso é excesso de gostosura.’ Ele passou a mão pela barriga e eu ri descontroladamente.
‘Ah, desculpa aí fortão, não sabia que banha tinha mudado de nome!’ Comecei a rir mais ainda e Arthur fez uma cara emburrada. No meio do meu ataque de risos senti uma almofada batendo em meu braço. ‘Ai seu idiota!’ Joguei outra almofada nele sem parar de rir e começamos uma guerra de almofadas.
‘Desista, você não vai ganhar de mim!’ Arthur falou rindo enquanto tacava almofadas em mim e eu nele.
‘Vou sim, seu gordo! Sou mais forte que você!’ Tentei fazer um muque e segundos depois senti Arthur cair por cima de mim e prender meus pulsos no chão, em cima da minha cabeça.
‘Há, quem é mais forte agora?’ Ele deu língua enquanto eu tentava soltar meus braços. ‘Você só sai daqui quando eu quiser!’
‘Arthur, me solta!’ Fiz manha e ele balançou a cabeça negando. ‘Olha, o filme tá passando, você tá perdendo.’ Mostrei o filme na tela e ele sorriu.
‘Aqui tá mais interessante que o filme.’ Ele olhava dos meus olhos pra minha boca.
‘Tá é?’ Levantei a cabeça e mordi de leve seu lábio inferior.
‘Muuuito mais interessante.’ Ele concordou.
Mordi de novo seu lábio, só que dessa vez mais forte e ele gemeu baixinho. Eu sorri e passei minha língua por seus lábios fazendo com que ele os abrisse, depois joguei a cabeça pra trás de novo. Ele fez uma cara indignada e me beijou com pressa ainda segurando meus pulsos, tentei solta-los, mas Arthur parecia determinado a me deixar presa ali.
Ele quebrou o beijo mordendo meu lábio e foi descendo o beijo por meu pescoço, eu sentia arrepios cada vez que sua língua tocava minha pele. Senti suas mãos afrouxarem em meu pulso e lentamente elas desceram até minha cintura e coxa. Ele mordeu meu pescoço com força me fazendo soltar um gemido e eu o puxei pelo cabelo voltando a beijar sua boca.
Quando ele ia levantar minha blusa eu parti o beijo e me virei rápido ficando por cima dele com uma perna de cada lado da sua cintura.
‘Quem é o mais forte agora?’ Perguntei um pouco ofegante e ele riu com as mãos em minha cintura.
‘Ok, chega dessa de mais forte.’ Ele sentou fazendo com que minhas pernas ficassem entrelaçadas em sua cintura e eu ri baixinho enquanto ele voltava a beijar meu pescoço.
‘Arthur, desliga essa tv.’ Falei baixo.
‘Não, deixa aí. Assim fica mais excitante.’ Ele me olhou com uma cara safada e eu ri o puxando para que nossas bocas se encontrassem novamente.
Arthur foi me deitando no carpete e quando ele se deitou por cima de mim, novamente um barulho assustador nos atrapalhou.
‘Que porra é essa?’ Ele perguntou um pouco assustado e eu o olhei fazendo careta.
‘Outch, Arthur, deitamos em cima do controle!’ Falei tirando o controle da tv debaixo de mim.
Novamente outro barulho assustador e quando olhei pra tv soltei um grito.
‘Desliga, desliga, desliga!’ Falei escondendo meu rosto com as mãos e Arthur bufou irritado desligando a tv e deitando com a barriga pra baixo no carpete. ‘Desculpa.’ Fiz bico e ele sorriu em meio a uma careta de dor.
‘Segunda vez. Hoje não é nosso dia.’ Ele falou derrotado e eu ri baixo.
‘Vai, vamos procurar alguma coisa menos perigosa pra fazer, assim você não sofre tanto.’ Me levantei rindo.
‘Ah, que bom que você entende meu sofrimento.’ Ele falou ainda deitado.
‘Ah, eu posso fazer massagem em você, sabe aquela que a mulher sobe nas costas do cara?’ Falei animada e Arthur me olhou.
‘Tem certeza que isso é menos perigoso? Você pode ser um pouco pesada e... outch!’ O interrompi dando um chute em sua barriga.
‘Então fica aí deitado e eu vou fazer alguma coisa útil.’ Ia sair andando, mas Arthur segurou meu pé.
‘Larga de ser birrenta garota, agora eu quero massagem!’ Ele sorriu da forma mais fofa só porque sabia que eu ia ceder. ‘Por favooor, Lu!’ Ele fez voz de criança e eu bufei derrotada.
‘Só não reclama se a baleia aqui te esmagar.’ Falei séria e ele deu risada.
Tudo bem que eu não sabia bem como era que fazia aquelas massagens, mas não devia ser tão difícil, na tv parece ser fácil. Subi nas costas de Arthur com cuidado e morrendo de medo e aos poucos fui conseguindo me equilibrar e fazer a massagem, às vezes eu tinha uma crise de riso, mas não esmagar o Arthur já foi um grande passo.
‘Tá chega, não agüento mais.’ Desci das costas de Arthur e sentei ao seu lado. ‘Acho que vou tomar banho, daqui a pouco o Diego volta.’ Falei cansada.
‘Eu preciso de um banho gelado.’ Arthur se levantou rápido e correu pro quarto.
‘Ah não, Arthur! Falei primeiro!!’ Fui batendo os pés até o quarto, parecendo uma criança e Arthur já tinha entrado no banheiro. ‘Aguiar, eu tomo banho primeiro.’ Bati na porta e ele riu.
‘A gente toma banho junto, problema resolvido.’ Ele abriu a porta e sorriu.
‘Não!’ Cruzei os braços fazendo bico e ele deu de ombros.
‘Então tá!’ Ele ia fechando a porta novamente, mas eu segurei.
‘NÃO!’ Gritei rindo.
‘Vai tomar banho junto comigo?’ Ele me olhou e eu entrei no banheiro.
‘Não, vou pegar minhas coisas e tomar banho no banheiro de hospedes!’ Dei língua e Arthur fez cara feia. Antes de sair do banheiro dei um selinho nele e depois corri pro quarto em frente ao meu.
Meia hora depois estávamos no sofá assistindo Tartarugas Ninjas pela milésima vez, Arthur ama, e ainda me obriga a assistir junto com ele.
‘Você tá com cheirinho bom.’ Falei sorrindo e cheirando o pescoço dele.
‘E antes eu tava fedendo?’ Ele arqueou a sobrancelha.
‘Só um pouco.’ Fiz uma cara sapeca e ele riu. ‘Eu que te dei essa bermuda.’ Falei sorrindo e apontando a bermuda larga preta e branca que ele usava.
‘Sério?’
‘Uhum, foi quando você fez 19 anos.’ Sorri me lembrando do aniversário dele.
‘Sabe que eu nunca gostei muito dela?!!’ Ele comentou fazendo careta e eu belisquei sua barriga de leve.
‘Você amava essa bermuda, tá? Só vivia com ela.’ Fiz uma cara convencida e ele riu.
‘Eu já disse que você é linda?’ Ele ficou sério de repente e eu senti meu rosto queimar. Olhei pra minhas mãos mordendo o lábio, mas ele tocou meu queixo levantando meu rosto. ‘Sério Lu, você é uma das garotas mais lindas que eu já vi.’ Ele sorriu sincero e provavelmente eu já devia estar mais vermelha que tomate.
‘Então você precisa sair pra conhecer mais garotas, Arthur.’ Falei completamente sem graça e ele balançou a cabeça negando.
‘Não preciso não, eu tenho a mamãe mais bonita aqui, morando sob o mesmo teto que eu.’ Ele me deu um selinho demorado e depois beijou minha bochecha.
‘Lembra que outro dia você me perguntou por que eu tinha me apaixonado por você?’ Falei lembrando de uma conversa boba que tivemos quando estávamos com sono e não queríamos dormir. A conversa acabou com a gente discutindo os motivos que levariam uma pessoa a se apaixonar por Arthur, mas estávamos com muito sono pra falar alguma coisa que não fosse besteira. Ele balançou a cabeça concordando e eu sorri. ‘É exatamente por causa disso. Por você conseguir me surpreender sempre e em todos os sentidos.’ Falei olhando-o nos olhos e ele sorriu.
Passei a mão por seu rosto fazendo carinho e ele se aproximou passando o nariz no meu como em um beijo de esquimó. Nossas bocas se encontraram lentamente em um beijo calmo e hm... apaixonado?
O climinha clichê só não durou muito porque logo depois a campainha tocou. Dei um selinho em Arthur e me levantei pra atender a porta.
‘Ele dormiu!’ Sophia falou baixo com Diego dormindo tranquilamente em seu colo.
‘Iai, como foi lá?’ Perguntei no mesmo tom que ela.
‘Foi ótimo, só não te conto tudo porque Micael ficou no carro. Kevin tá dormindo mais que o Diego!’ Ela sorriu e eu concordei. Arthur apareceu atrás de mim, deu um beijo na testa de Sophia e pegou Diego do meu colo. ‘Deixa eu ir. Beijo amiga, amanhã te ligo!’ Ela beijou minha bochecha e depois saiu apressada. Fechei a porta e fui até o quarto de Diego.
‘Lu, pega uma roupa pra ele dormir.’ Arthur falou baixo tirando a roupinha que eu tinha botado mais cedo em Diego. Peguei uma roupa de dormir pra ele e o vesti com a ajuda de Arthur. ‘Pronto.’ Ele sorriu ajeitando a roupa do filho.
‘Agora quem precisa dormir sou eu, to cansada.’ Falei desanimada.
‘É, eu também.’ Arthur concordou e deu um beijo na cabeça de Diego. Eu sorri e fiz o mesmo.
‘Boa noite.’ Ele falou quando já estávamos deitados na cama. Ele me abraçou por trás e eu sorri.
‘Boa noite.’ Respondi baixo enquanto sentia sua respiração em meu pescoço.
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