Capitulo 6
‘E então, como andam as coisas?’ Sophia me perguntou enquanto caminhávamos pelo campus da faculdade, estávamos em um tempo livre e resolvemos passear um pouco e conversarmos.
‘Tranqüilo, nada fora do normal.’ Sorri fraco e ela concordou balançando a cabeça. ‘Quer dizer, o Arthur sempre aparece lá em casa pra ver o Diego, ou então eu passo na casa da Katia.’ Dei de ombros.
‘Hm, só pra ver o Diego, é?’ Soph me olhou sorrindo desconfiada e eu ri sem graça. ‘Quero saber como andam vocês, digo, você e o Arthur.’
‘Na mesma.’ Falei baixo. ‘Não é um relacionamento, a gente apenas gosta de ficar de vez em quando. Isso tudo é muito novo pra ele Soph, eu tenho medo que a gente apresse as coisas, é melhor deixar as coisas como estão. O que importa mesmo é o Diego.’
‘Ah não Lu, não começa com essa de novo de meter o Diego entre você e o Arthur.’ Ela falou séria.
‘Sophia, ele é nosso filho!’ Falei sem acreditar.
‘Lu, você sabe do que eu tô falando! Pelo amor de Deus, já se passaram dois anos, você vai deixar tudo voltar a ser como era?’ Ela parou na minha frente. ‘Não comete os mesmo erros de novo, não tenta começar de onde parou Lu, recomeça.’ Ela sorriu meigamente e eu mordi o lábio sem saber o que falar.
‘Eu...vou tentar.’ Falei suspirando e sorri fraco.
A verdade é que eu e Arthur nunca fomos realmente um casal, a gente morava junto, tínhamos um filho, mas não um relacionamento propriamente dito. Querendo ou não, Arthur ainda era um garoto de 18/19 anos e queria se divertir, e quem era eu para impedi-lo? Perdi as contas de quantas vezes ele chegou bêbado em casa depois de uma noitada com os meninos da banda. A gente nunca discutiu sobre isso, talvez por isso nunca tenha mudado. Brigávamos algumas vezes quando ele passava dos limites. Lembro de uma vez que ele saiu de casa sexta de noite e só reapareceu domingo no final da tarde, acho que foi a pior briga de tivemos, passei quase duas semanas sem falar direito com ele. Claro que tínhamos nossos momentos de casal também, às vezes saíamos para jantar, ou ficávamos em casa vendo filme, como um casal de namorados normal. Sophia sempre me criticou por isso, insistia pra que eu conversasse com Arthur, contasse que eu realmente gostava dele, mas eu nunca consegui fazer isso. Nunca fui muito boa pra lidar com essas coisas do coração, sou péssima pra demonstrar meus sentimentos, mesmo que eu ame muito a pessoa.
‘E os meninos da banda?’ Soph me acordou do meu pequeno transe e eu sorri.
‘Os meninos, ou o Micael?’ Cutuquei ela que ficou séria.
‘Não tô falando nele, só quero saber como andam as coisas agora com Arthur de volta.’ Ela balançou a cabeça. Sophia e Micael já namoraram durante algum tempo a quase 2 anos atrás. Até ele fazer a burrada de trair a Sophia no dia do aniversário dela. Micael se defende dizendo que ela tinha pedido um tempo, e Sophia diz que ele não podia ter feito isso bem no aniversário dela. Eu prefiro não me meter, sou a favor do velho ditado que diz que em briga de marido e mulher não se mete a colher.
‘Ah tudo bem, Arthur tá tendo um progresso enorme. Acredito que em pouco tempo eles voltem a velha forma.’ Sorri sincera e ela retribuiu.
‘Hey!’ Sorri pra Arthur parado na porta de casa. Ele retribuiu e me deu um beijo na testa entrando logo em seguida.
‘Iai garotão?’ Ele carregou Diego que tinha corrido até ele. Reparei que ele estava arrumado, vestia uma calça jeans escura com uma camisa amarela e um casaco escuro com zíper aberto.
Resolvi não perguntar nada, se ele quisesse dizer alguma coisa, diria por si mesmo.
‘Tudo bem?’ Sorri sem graça vendo-o sentar no sofá com o filho no colo.
‘Tranqüilo.’ Ele me olhou por alguns segundos e depois voltou a atenção pra Diego. Fiquei um tempo parada observando os dois brincarem, até acordar do transe e ir até a cozinha.
‘Quer uma água? Café? Cerveja?’ Ofereci e ele negou movimentando a cabeça.
‘Então, acho que mês que vem vamos tocar em um bar aqui perto.’ Ele sorriu pra mim.
‘Sério? Arthur, que ótimo! Achei que fosse demorar mais um pouco.’ Falei sentando no sofá um pouco afastada dos dois.
‘Eu também! Mas parece que os ensaios estão realmente dando resultado, então Chay nos falou que um amigo dele trabalha nesse bar e está procurando alguma banda para tocar no mês que vem. Se tudo der certo, seremos nós!’ Ele sorriu ainda mais e eu fiz o mesmo.
‘Eu fico muito feliz de ouvir isso Arthur, muito mesmo.’ Sorri sincera.
Arthur ficou lá brincando com Diego durante quase uma hora e nós mal conversamos. Senti que alguma coisa o agoniava. Eu prestava atenção na televisão, mas vez ou outra sentia o olhar dele em cima de mim, como se quisesse falar alguma coisa.
‘Eu...preciso ir.’ Ele se levantou sorrindo sem graça. Ele se despediu de Diego e eu o acompanhei até a porta.
‘Arthur.’ O chamei enquanto ele esperava o elevador e ele me olhou. ‘Tá tudo bem?’ Franzi a testa e mordi o lábio.
‘Hm...acho que sim.’ Ele tentou fazer uma cara engraçada, mas só conseguiu dar um risinho sem graça. Eu fiz o mesmo e pedi licença fechando a porta em seguida.
Uns trinta segundos depois a campainha tocou, eu estranhei e fui atender encontrando Arthur parado lá novamente.
‘Na verdade não.’ Ele riu passando a mão pelo cabelo. ‘Olha Lu, eu...na verdade eu não sei.’ Ele suspirou e eu sorri com o nervosismo dele.
‘Arthur, vai em frente.’ Falei tentando encoraja-lo, mas na verdade talvez eu soubesse exatamente o que ele queria me dizer e o porque de estar tão nervoso.
‘Eu vou sair com os caras. Nós vamos a um bar, o Micael vai encontrar uma nova garota e...’
‘Arthur.’ Eu o interrompi. ‘Não precisa, você não me deve satisfação.’ Balancei a cabeça e ele suspirou.
‘Tá. É só que...’ Ele me olhou como se pensasse no que falar. ‘Nada. Se cuida.’ Ele sorriu e eu acenei fechando a porta.
Segundos depois senti as lágrimas já começando a cair sem controle, sentei ali mesmo encostada na porta e abracei meus joelhos. Tudo ia voltar a ser exatamente como era, Sophia tinha razão, sempre teve. Eu sou uma idiota por nem ao menos conseguir dizer pra um cara com quem eu convivo há dois anos que eu o amo. Senti Diego me abraçar e o olhei sorrindo, ele passou as mãozinhas pelo meu rosto secando minhas lágrimas e eu o abracei apertado.
‘Vamos dormir meu príncipe.’ Me levantei carregando-o e fui até meu quarto. Ajeitei Diego em minha cama e fui ao banheiro trocar de roupa. Voltei minutos depois e encontrei Diego já dormindo tranquilamente, deitei ao lado dele com cuidado e fiquei o observando. Cada dia ele se parecia mais com Arthur e menos comigo, sorri fechando os olhos e adormeci logo em seguida.
Capitulo 7
Acordei com Diego puxando meu braço e segundos depois ouvi o barulho da campainha. Sentei na cama ainda um pouco zonza e dei um beijo em Diego correndo pra porta em seguida.
‘Bom dia!’ Abri a porta e dei de cara com uma Sophia sorridente.
‘Bom dia...acho!’ Falei em duvida e abri espaço pra ela entrar.
‘Lu, não acredito que você tava dormindo! São quase duas da tarde!’ Ela me olhou sem acreditar e eu abanei o ar.
‘Hoje é domingo, tá legal? Eu ando cansada com o estágio e a faculdade.’ Dei de ombros.
‘Ok ok, não importa!’ Ela me puxou pro sofá. ‘Tava entediada em casa e resolvi passar no mercado e vir pra cá! Comprei chocolate, chocolate, chocolate, e erm...mais alguns chocolates!’ Ela falou sorridente tirando barras de todos os tipos da sacola. ‘Também peguei alguns filmes, vejamos...Um Amor pra Recordar, Elizabethtown, Dez Coisas Que Eu Odeio Em Você e A Casa do Lago.’ Ela empilhou os dvd’s na mesinha de centro.
‘Nossa, preparativos pra uma fossa?’ Ri.
‘Ah, que seja.’ Ela deu de ombros. ‘Hey Diego, vem aqui!’ Ela sorriu quando Diego entrou na sala. ‘Você gosta de chocolate?’ Ela pegou uma barra e ele sorriu concordando.
‘Soph, pára de ensinar maus hábitos alimentares pro meu filho!’ Falei rindo. ‘Vou tomar um banho e venho.’ Ela concordou e ficou brincando com Diego enquanto eu corri pra tomar um banho.
Quinze minutos depois voltei pra sala encontrando Diego sorrindo todo sujo de chocolate.
‘Sophia, não acredito que você fez isso!’ Falei rindo.
‘Ah, qual é, Lu! Deixa o garoto aproveitar as coisas boas da vida!’ Ela deu língua e eu balancei a cabeça pegando Diego no colo. Fui até a cozinha e limpei a boca dele.
‘Então, vamos começar nossa sessão?’ Sophia me perguntou quando eu voltei pra sala.
‘Yep! Vou fechar as cortinas!’ Falei botando Diego no sofá. Quando fechei a cortina parecia que já era de noite já que o dia estava nublado. ‘Vamos ver Elizabethtown primeiro? Tem tempo que eu não vejo.’ Pedi sorrindo e Soph concordou. ‘Me dá que eu boto.’ Falei pegando dvd e indo até a estante onde fica o aparelho.
‘Lu, você vai no show dos meninos né?’ Ela me perguntou em dúvida. Uma semana atrás Arthur me falou que eles tinham conseguido confirmar o show, que agora seria em dez dias.
‘Claro que vou, e você também!’ Sorri. Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas fechou logo em seguida balançando a cabeça.
Quase duas horas depois já tinham papeis de chocolate por todos os cantos, eu e Sophia estávamos deitadas no sofá e Diego estava no quarto dormindo. Um Amor pra Recordar estava começando e nós levamos um susto quando a campainha tocou.
‘Tá esperando alguém?’ Sophia me olhou em duvida e eu dei pause no filme.
‘Nop!’ Me levantei e fui atender a porta.
‘Hey!’ Me assustei vendo Arthur e Micael parados na minha porta. Fiquei algum tempo encarando os dois sem saber o que falar.
‘Erm... oi.’ Forcei um sorriso e os olhei com cara de interrogação.
‘Então, a gente tava meio sem nada pra fazer, e sei lá, resolvemos aparecer pra ver o Diego, levar ele no shopping, sei lá.’ Arthur deu de ombros sorrindo.
‘Quem tá aí, Lu?’ Soph chegou perto de mim e congelou quando viu Micael.
‘Hey!’ Os dois disseram juntos e eu percebi um pequeno sorriso no rosto de Micael.
‘Então, erm...’ Olhei pra Soph em duvida, mas ela realmente parecia congelada com a visão de Micael parado ali na porta. ‘O Diego tá dormindo. A gente tá vendo alguns filmes e ele acabou pegando no sono.’ Sorri sem graça.
‘Ah, bom então deixa. Não quero acordá-lo.’ Arthur balançou a cabeça. ‘Bom, a gente vai indo, né, Micael?’ Ele olhou pro amigo ao seu lado que parecia em uma espécie de transe olhando pra Soph. Eu ri baixinho e Arthur me olhou sorrindo.
‘Vocês não querem erm...entrar?’ Sorri e Sophia pareceu descongelar de imediato e me olhou de olhos arregalados.
‘Ah não, a gente não quer incomodar.’ Arthur abanou o ar e Micael concordou também saindo do transe.
‘Hm, tem certeza? Não é incomodo nenhum!’ Dei de ombros e levei um beliscão de Soph. Arthur e Micael se entreolharam como se conseguissem se comunicar sem palavras e sorriram.
‘Bom, se não for incomodo...’ Micael sorriu e eu balancei a cabeça abrindo espaço pra eles entrarem em casa.
‘Nossa, tavam descontando as frustrações no chocolate?’ Arthur riu olhando a mesinha de centro com vários chocolates. Eu e Sophia rimos.
‘Cara vocês tavam em uma sessão fossa ou o quê?’ Micael riu observando os dvd’s.
‘É, talvez.’ Dei de ombros sentando no sofá um pouco afastada dos dois e Sophia sentou na poltrona.
‘Tem pipoca?’ Arthur sorriu.
‘Yep, na cozinha.’ Falei me acomodando no sofá e ele levantou a sobrancelha. ‘A casa é sua meu bem, se vira, vai lá fazer.’ Dei de ombros e ele deu língua indo pra cozinha. Ficamos em silêncio na sala e eu sentia a tensão entre Soph e Micael, preferi não falar nada. Minutos depois Arthur voltou com dois baldes enormes de pipoca, deu um pra Micael e sentou mais perto de mim com o outro deixando a entender que era pra Soph e Micael dividirem.
‘Vou começar!’ Falei antes de apertar o play.
"I might kiss you."
"I might be bad at it."
"That’s not possible."
‘Eu podia ter a mesma idéia que o Landon.’ Ouvi Arthur falar baixo em meu ouvido e me arrepiei. Estava tão concentrada no filme que não percebi ele se aproximando, e agora ele já tinha uma mão na minha cintura e estava com o queixo apoiado em meu ombro.
‘Você podia ser mais criativo, Aguiar.’ Ri baixo balançando a cabeça.
‘Eu posso ser.’ Ele beijou meu pescoço e eu suspirei tentando voltar minha atenção pro filme. Senti ele me puxar mais pra perto ainda beijando meu pescoço e fechei os olhos tentando me controlar, ele foi subindo os beijos e depois mordeu de leve minha orelha.
‘Arthur, eu quero ver o filme.’ Falei com a voz falha.
‘Aposto que você já viu.’ Ele riu.
‘Já, mas eu quero ver de novo, posso?’
‘Não!’ Num movimento rápido ele puxou minhas pernas me fazendo ficar de frente pra ele e me beijou com uma certa urgência, eu correspondi da mesma forma. Quase um mês sem ficar com Arthur e eu ainda não tinha me dado conta de como sentia falta disso. Passei meus braços em volta do pescoço dele enquanto Arthur apertava minha cintura, senti ele passar uma mão por dentro da minha blusa e contraí o abdômen. Mordi com seu lábio fazendo-o soltar um gemido abafado, a essa altura parece que já tínhamos esquecido que ainda tinham mais duas pessoas na sala e que Diego estava em casa. A mão de Arthur subiu minhas costas em direção ao meu sutiã e eu puxei o cabelo dele partindo o beijo, ele fez uma cara um tanto quanto desesperada e eu ri baixo.
‘Eu ainda quero ver o filme!’ Sorri e me virei de novo pra tv. Arthur suspirou alto e se levantou logo depois falando alguma coisa como “banheiro”.
Alguns minutos depois ele voltou sentando do meu lado.
‘E não pense que isso vai terminar aqui!’ Ele falou em meu ouvido e eu ri baixo dando de ombros.
Consegui ver o resto do filme sem mais nenhuma interrupção da parte de Arthur. Já Sophia reclamava o tempo todo que a poltrona é desconfortável. O filme terminou e ela se levantou rapidamente.
‘O que vai ser agora?’ Ela mostrou os dois dvd’s que faltavam.
‘Ai calma, Soph! Preciso esticar minhas pernas.’ Falei me levantando. ‘Vou lá ver o Diego.’ Sorri saindo da sala. Quando estava no corredor senti meu braço sendo puxado e só pude ver Arthur me prensando contra parede e me beijando novamente. Dei alguns tapas no braço dele até que finalmente consegui empurrá-lo um pouco.
‘Arthur, pelo amor de Deus, o Diego tá aqui!’ Falei num tom desesperado e ele riu. ‘E sem essa de que ele tem que aprender cedo, Arthur!’ O olhei séria e ele suspirou.
‘Ok, ok. Vamos ver o Diego!’ Ele desgrudou o corpo do meu e pegou minha mão até o quarto de Diego. Entramos fazendo o mínimo barulho possível e vimos Diego dormindo tranqüilo. ‘Cara ele tá crescendo.’ Arthur sorriu bobo.
‘Ele fica cada dia mais parecido com você.’ Eu ri sem olhá-lo. ‘Vai, vamos voltar antes que a Soph e o Micael se matem, ou melhor, que a Soph mate o Micael.’ Arthur me olhou como se não entendesse. ‘Ah não, o Micael nunca te contou o que rolou entre ele a Sophia?’ Ele negou. ‘Então depois pergunta pra ele, vamos!’ O empurrei pra fora do quarto.
Quando estávamos chegando à sala ouvimos os dois conversando e eu peguei na mão de Arthur para impedi-lo de entrar na sala e interromper a conversa.
‘Shh!’ Fiz sinal pra Arthur não falar nada quando ele abriu a boca. ‘Não vou interromper a conversa dos dois, deixa que eles se entendam.’ Falei baixo.
‘E a gente vai ficar aqui? Parados no corredor esperando?’ Ele levantou a sobrancelha e eu dei de ombros. ‘Tenho uma idéia melhor.’ Ele sorriu malicioso e me puxou pra dentro do meu quarto fechando a porta em seguida.
‘Arthur você não desiste?’ Perguntei rindo e o vi balançar a cabeça e me puxar pela cintura me beijando em seguida.
O beijo foi ganhando cada vez mais intensidade e eu senti Arthur me empurrar em direção a cama, ele me deitou delicadamente sem parar de me beijar e depois passou a mão por dentro de minha blusa. Meu cérebro processava tudo rapidamente e eu sabia que ainda era cedo demais pra aquilo acontecer, mas de alguma forma meu corpo parecia reagir de forma contraria e eu correspondia a cada toque e cada beijo de Arthur. Ele desceu os beijos pra meu pescoço e eu suspirei tendo certeza de que uma marca feia seria deixada ali, a mão dele também desceu até minha coxa e ao invés de eu interromper logo aquilo a única coisa que eu consegui fazer foi puxar o cabelo de Arthur fazendo com que nossas bocas se encontrassem novamente.
Ele foi subindo minha blusa lentamente e quebrou o beijo pra conseguir tirá-la por completo, antes de voltar a me beijar tirou a dele também e sorriu, nossa respiração já estava pesada e o quarto abafado. As mãos de Arthur caminhavam por meu corpo livremente, ele mordeu meu lábio inferior me fazendo soltar um gemido realmente alto e novamente desceu os beijos pra meu pescoço. Eu fechei os olhos como se fosse me ajudar a passar as ações certas pra meu cérebro, eu precisava parar, mas não conseguia de jeito nenhum. Suspirei sentindo uma lagrima escorrer por meu rosto, mas Arthur não viu.
O barulho de uma porta batendo finalmente me despertou daquilo tudo.
‘Merda!’ Falei baixo e empurrei Arthur que caiu ao meu lado na cama se encolhendo. Peguei minha blusa e vesti rapidamente, passei a mão pelo cabelo enquanto tentava regular novamente minha respiração. Quando cheguei à sala encontrei Micael sentado no sofá com a cabeça baixa.
‘Ela nunca vai me perdoar, não é?’ Ele perguntou baixo ainda sem me olhar.
‘Micael...não é isso. Ela gosta de você, eu sei que gosta, mas é difícil. Tenta ver o lado dela.’ Cheguei perto dele e me agachei. ‘Vai com calma, a Soph sofreu muito com tudo isso.’ Sorri sincera e ele me olhou sorrindo fraco.
‘É melhor eu ir, avisa pro Arthur tá?’ Eu concordei e ele me deu um beijo na bochecha saindo em seguida.
Sentei no chão encolhida e cobri meu rosto com minhas mãos, segundos depois não consegui mais controlar e comecei a chorar ali mesmo. Sentia as lágrimas grossas caindo sem controle sobre meu rosto enquanto eu continuava sentada e encolhida ali pensando na besteira que quase tinha feito minutos antes.
‘Lu?’ Arthur apareceu na sala e eu continuei ali sentada chorando baixo. ‘O que aconteceu?’ Ele se agachou ao meu lado tocando em meu ombro e eu balancei a cabeça sem olhá-lo. ‘Lu, você tá chorando?’ Ele virou meu rosto antes que conseguisse impedir e viu meus olhos completamente vermelhos e cheios de lágrimas.
‘Arthur, vai embora, por favor.’ Falei baixo tirando meu rosto de sua mão e abraçando meus joelhos.
‘Lu o que aconteceu, me fala!’ Ele tentou me abraçar, mas eu o empurrei levemente.
‘Por favor, Arthur, apenas vá embora.’ Repeti baixo escondendo meu rosto em minhas mãos.
Ele suspirou e me deu um beijo na cabeça, logo depois ouvi a porta bater e me deitei no chão da sala chorando realmente alto, pra meu alivio Diego não acordou para me ver ali naquele estado. Nem sei por quanto tempo eu fiquei ali chorando e me amaldiçoando de todas as formas por ser tão fraca. Porque Arthur sempre conseguia invadir meus espaços sem minha permissão, e porque eu nunca era capaz de parar tudo aquilo? Era como se ele fosse uma força muito além de mim e eu simplesmente não conseguisse controlar. Me levantei sentindo a cabeça pesada e demorei alguns instantes até conseguir me equilibrar e fazer tudo parar de girar. Fui até o banheiro e me enfiei embaixo da água fria rezando pra que todos os meus pensamentos descessem pelo ralo junto com água. Saí do banho e vesti uma camisola confortável, quando voltei pra sala encontrei Diego no sofá. Sorri sentando do lado dele e ficamos lá vendo desenho animado e rindo de qualquer besteira.
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