terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

9º Capitulo - Addicted



‘Há, vingança é um prato que se come cru meu bem!’ Sorri vitoriosa quando Soph abriu a porta da casa dela com a cara amassada e os cabelos bagunçados. ‘Naquele dia você me acordou, hoje é a minha vez!’ Fiz um joinha e ela mandou dedo. 
‘Aproveita aí a casa, vou voltar a dormir e depois venho.’ Ela acenou entrando no quarto e eu fui atrás.
‘Nãnãnão mocinha! Nem pense nisso.’ Falei me jogando na cama de casal que ela estava deitada. ‘Quero saber tudo, nos mínimos detalhes!’ Sorri ansiosa e ela levantou a sobrancelha.
‘Não entendi essa animação.’ Ela deu de ombros enfiando o rosto no travesseiro.
‘Não se faça de desentendida Sophia, quero saber sobre ontem, você e o Micael!’ Sorri.
‘Ah Lu, eu to com dor de cabeça. E além do mais, como você sabe se eu não matei o Micael?’ Ela sorriu e piscou.
‘Ah, ontem quando eu tava saindo eu vi vocês dois quase se engolindo.’ Joguei verde, sabia que a Soph ia acreditar.
‘Você viu?!?!?!?!’ Ela me olhou desesperada e eu ri alto.
‘Não, não vi, idiota! Mas agora já sei que é verdade. Vai me conta!!’ Sentei na cama batendo palminhas parecendo o Diego quando fica animado.
‘Cara porque eu ainda caio nessas suas brincadeiras?’ Ela bufou sentando de frente pra mim com as pernas cruzadas. ‘Bom, você quer que conte tudo mesmo?’ Ela fez uma cara derrotada.
‘Claro, nos mínimos detalhes! Quer dizer...não precisa exagerar né?’ Falei imaginando que a Soph ia querer contar coisas erm...não muito agradáveis de se imaginar.
‘Hm...ok. Ele me chamou àquela hora lá na mesa, você viu.’ Balancei a cabeça concordando. ‘Fomos pra um canto mais reservado do bar, e ele começou a pedir desculpas pelo que aconteceu na sua casa e essas coisas.’ Ela suspirou e ficou um tempo olhando pro nada.
‘E daí...’ Fiz um gesto ansioso pra que ela continuasse.
‘Daí, daí, daí que eu beijei o Micael, oras!’ Ela falou rápido e escondeu o rosto com um travesseiro.
‘Você o quêê?!?!’ Comecei a tossir e rir ao mesmo tempo e Soph deu alguns tapinhas nas minhas costas e riu do meu rosto completamente vermelho. ‘Sophia, você e o Micael! Vocês se entenderam!!’ Pulei em cima dela gritando e rindo.
‘Menos Lu, bem menos!’ Ela falou rindo e me empurrando. ‘Só porque a gente se beijou não significa que a gente tenha se acertado, oras!’ Ela deu de ombros.
‘Mas vocês não se beijaram, foi você quem beijou, sua safada!’ Dei risada e ela mandou o dedo do meio. ‘Mas iai? Qual a reação dele?’ Sentei novamente na cama.
‘Ah, ele correspondeu ué, até parece que você não conhece o Micael!’ Ela riu sem graça. ‘Não sei como vai ser daqui pra frente Lu, mas a gente resolveu ir devagar.’ Ela suspirou e eu a abracei sorrindo.
‘Tenho certeza que vai dar tudo certo dessa vez.’ Sorri sincera. Meu celular começou a tocar e eu corri até a bolsa, me assustei quando li o nome de Arthur na tela. ‘É o Arthur!’ Olhei pra Sophia que sorriu fazendo gestos exagerados pra que eu atendesse logo.
‘Vai, idiota!’ Ela gritou e eu ri.

‘Hey!’ Sorri comigo mesma.
Liguei pra avisar que cheguei vivo, tá vendo? Nem precisei gastar dinheiro com táxi.’ Arthur riu.
‘Ah, bom saber que meu filho ainda tem um pai.’ Falei a primeira coisa estúpida que me veio na cabeça e bati na minha própria testa. ‘E os meninos estão bem?’
Tudo certo, estamos todos vivos.
‘Ahn, ok!’ Sorri e ficamos um tempo em silêncio apenas escutando as respirações.
Lu, você quer, sei lá...jantar hoje a noite comigo?’ Ele perguntou um pouco inseguro e eu mordi o lábio olhando pra Soph.
‘Erm...claro Arthur, eu adoraria.’ Falei sem muita convicção e Soph sorriu mesmo sem nem saber do que estávamos falando.
Então, posso te pegar as oito?’
‘Tudo bem.’ Sorri.
Hm...até mais!’ Ele desligou depois que eu mandei beijos e a Soph começou a dar pulinhos histéricos me fazendo rir.
‘Conta, conta, conta!’ Ela me puxou pra sentar novamente na cama.
‘Ele me chamou pra jantar.’ Falei indiferente e o sorriso dela aumentou ainda mais.
‘Você não me engana mocinha, eu sei que você está nervosa e doida pra dar uns pegas no Aguiar de novo.’ Ela riu safada.
‘Sophia!’ Dei um tapa no braço dela, mas não agüentei e ri também.
‘Vem, vamos ao shopping comprar uma roupa pra você ir!’ Ela se levantou animada.
‘Soph, eu tenho roupa pra ir.’ Dei de ombros.
‘Tem nada, Lua! Vamos sair e comprar uma nova, não discuta comigo!’ Ela botou o dedo na minha cara. ‘Vou tomar um banho e me arrumar rápido!’ Ela entrou no banheiro e eu suspirei derrotada.


O celular começou a tocar em cima da cama enquanto eu dava o ultimo retoque na maquiagem que estava bem simples, apenas uma sombra clara, lápis e um gloss. Não gosto muito de ficar me entupindo de maquiagem. Peguei o celular, mas antes que eu pudesse atender ele já tinha parado de tocar, vi o nome de Arthur na tela e deduzi que ele já estava chegando. Peguei minha bolsa e dei a ultima olhada no espelho, até que eu estava me sentindo muito bem com aquele vestido novo que Soph tinha escolhido. Preto e tomara que caia, nem muito curto e nem muito longo, na medida certa. Sorri comigo mesma e saí do quarto.
‘Hey filhote, se comporta tá?’ Me agachei ficando na altura de Diego que assistia tv na sala com a Kat, a babá. ‘Kat qualquer coisa me liga, meu celular vai ficar ligado o tempo inteiro.’ Ela concordou e eu mandei beijos no ar pro Diego saindo de casa em seguida.

‘Wow!’ Foi a única coisa que saiu da boca de Arthur quando ele saiu do carro e me viu. Sorri sem graça e ele balançou a cabeça. ‘Você tá linda!’ Ele abriu a porta do carro pra mim.
‘Brigada, você também.’ Falei baixo sentindo meu rosto arder. Ele estava realmente lindo com aquela camisa preta social com as mangas dobradas e o tênis de skatista. ‘Então, pra onde vamos?’ Perguntei quando ele deu partida no carro.
‘Surpresa!’ Ele sorriu e eu concordei silenciosamente. Se existe uma coisa que Arthur Aguiar sabe fazer, é me surpreender. Fomos o caminho todo em silêncio exceto pelas musicas que tocavam em uma rádio qualquer. ‘Chegamos.’ Ele sorriu parando o carro e logo um manobrista abriu a porta para mim e pegou a chave do carro de Arthur. Ele estendeu a mão pra mim e eu sorri sentindo o calor da mão dele.

Entramos no restaurante que parecia ser realmente caro além de ser lindo.
‘Não sabia direito qual restaurante seria legal, então minha mãe indicou esse.’ Ele riu sem graça depois que sentamos na mesa.
‘Isso aqui é lindo, Arthur.’ Sorri olhando em volta. O restaurante tinha o teto espelhado e tudo por ali parecia ter detalhes em bronze. Eu já tinha ouvido falar muito bem sobre o lugar, mas nunca tinha realmente freqüentado.
Ficamos conversando sobre coisas banais e rindo de qualquer besteira até o nosso jantar ser servido. Jantamos deixando que o silêncio predominasse, exceto quando Arthur falava alguma besteira e me fazia rir como sempre.

Um rapaz simpático começou a tocar em um palco improvisado perto da nossa mesa, todo o lugar parecia agora prestar atenção nele. Ele fazia alguns covers acústicos que parecia realmente agradar a todo mundo, pelo menos a mim agradava muito. Blind do Lifehouse começou a ser tocada e eu sorri sozinha, amava essa musica.
‘Que dançar?’ A voz de Arthur pareceu me acordar e eu olhei pra frente vendo-o parado com a mão estendida, olhei pro lado e vi que vários casais já dançavam ali perto, num espaço vazio. Sorri pegando a mão de Arthur e deixei que ele me guiasse. Passei meus braços por seu pescoço e ele me abraçou pela cintura aproximando nossos corpos.

"I was young but I wasn't naïve
(
Eu era jovem, mas não era ingênuo)
I watched helpless as you turned around to leave
(
Eu assisti sem poder fazer nada enquanto você ia embora)
And still I have the pain I have to carry
(
E eu ainda tenho a dor que devo carregar)
A past so deep that even you could not burry if you tried.
(
Um passado tão profundo que nem você não poderia enterrar se tentasse)" 


Eu respirava o perfume de Arthur com o rosto quase afundado em seu pescoço enquanto ele se movimentava calmamente no ritmo da musica. Eu apenas deixei que meu corpo se movimentasse em sincronia com o dele.

"After all this time
(
Depois de todo este tempo)
I never thought we'd be here
(
Eu nunca pensei que nós estaríamos aqui)
Never thought we'd be here
(
Nunca pensei que nós estaríamos aqui)
When my love for you is blind
(
Quando meu amor por você era cego)
But I couldn't make you see it
(
Mas eu não consegui fazer você ver isto)
Couldn't make you see it
(
Não conseguia fazer você ver)
That I loved you more than you'll ever know
(
Que eu te amei mais do que você jamais vai saber)
and part of me died when I let you go.
(
E uma parte de mim morreu quando eu deixei você ir)" 


Sorri com essa parte da musica, sentia como se ela fosse sobre mim. O fato de eu nunca ter contado ao Arthur o que sentia por ele, e agora nós dois estávamos juntos novamente depois do acidente. Senti o rosto de Arthur se afastar um pouco e o olhei, ele sorriu e apertou mais seus braços em minha cintura e diminuiu a distância entre nossos rostos. Ele encostou o nariz no meu fazendo carinho e eu sorri boba, senti ele beijar o canto da minha boca e dar uma mordidinha no meu lábio inferior antes de começar a me beijar.

"I would fall asleep only in hopes of dreaming
(
Eu dormiria somente na esperança de sonhar)
That everything would be like it was before
(
Que tudo seria como era antes)
But nights like this it seems are slowly fleeting
(
Mas noites como essas parecem estar passando lentamente)
They disappear as reality is crashing to the floor.
(
Elas desaparecem conforme a realidade vem a tona)"

"After all this time
(
Depois de todo este tempo)
I never thought we'd be here
(
Eu nunca pensei que nós estaríamos aqui)
Never thought we'd be here
(
Nunca pensei que nós estaríamos aqui)
When my love for you is blind
(
Quando meu amor por você era cego)
But I couldn't make you see it
(
Mas eu não consegui fazer você ver isto)
Couldn't make you see it
(
Não conseguia fazer você ver)
That I loved you more than you'll ever know
(
Que eu te amei mais do que você jamais vai saber)
and part of me died when I let you go.
(
E uma parte de mim morreu quando eu deixei você ir)" 
Me afastei lentamente quebrando o beijo, mas deixei nossas testas encostadas. Arthur sorriu me dando um selinho em seguida. Deitei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos querendo aproveitar cada segundo daquele momento.

"After all this while
(
Depois de tudo isto)
Would you ever wanna leave it
(
Você gostaria de partir?)
Maybe you could not believe it
(
Talvez você não pudesse acreditar)
That my love for you is blind
(
Que meu amor por você era cego)
But I couldn't make you see it
(
Mas eu não consegui fazer você ver isto)
Couldn't make you see it.
(
Eu não consegui fazer você ver)"

"That I loved you more than you'll ever know
(
Que eu te amei mais do que você jamais vai saber)
and part of me died when I let you go
(
E uma parte de mim morreu quando eu te deixei ir)" A musica acabou, mas nós continuamos na mesma posição até que outra musica começasse a ser tocada, e depois outra e mais outra. Várias musicas depois resolvemos voltar pra mesa e pedir a conta, já era tarde e eu estava preocupada com Diego, como sempre.
‘Então, gostou da noite?’ Arthur perguntou enquanto caminhávamos até o carro.
‘Claro que sim! Brigada, Arthur.’ Sorri sincera e ele me deu um selinho abrindo a porta do carro e fazendo uma reverencia.

Fizemos o caminho de volta comentando sobre as musicas tocadas e a comida do restaurante. Arthur não me deixou nem mesmo ver a conta, eu quase implorei pra que dividíssemos, mas ele não deixou de jeito nenhum.
‘Hm...então, brigada pela noite, Arthur. Foi realmente maravilhosa.’ Sorri quando ele estacionou o carro em frente ao meu prédio.
‘Brigada por ter aceitado jantar comigo, Lu.’ Ele piscou e me deu um selinho, quando eu ia me afastar ele me puxou de volta intensificando o beijo. Passei meus braços por seu pescoço enquanto ele me puxava pela cintura pra que eu sentasse em seu colo, quando eu consegui, ele empurrou o banco pra trás e eu ri imaginando como ele tinha feito aquilo sem quebrar o beijo. Senti a boca dele descer até meu pescoço e suspirei tentando me lembrar que estávamos em um carro e parados numa rua deserta a noite, mas não tive muito tempo de pensar nisso já que segundos depois Arthur voltou a beijar minha boca e eu esqueci o que ainda nem tinha conseguido lembrar. Ficamos alguns minutos ali até o carro começar a ficar realmente abafado, puxei o cabelo dele quebrando o beijo e ele me olhou meio desesperado.
‘Tenho que ir.’ Dei um selinho nele e saí rapidamente de seu colo. Ele soltou um gemido de indignação e eu ri.
‘A gente ainda vai terminar isso.’ Ele falou um pouco ofegante e sorriu.
‘Claro que vamos.’ Pisquei e mandei beijos no ar saindo do carro e entrando no prédio em seguida.

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